Conselho da Europa acusa polícia da Itália de racismo - Último momento - Ansa.it

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Racismo

A entidade independente de supervisão dos Direitos Humanos do Conselho da Europa (ECRI) fez acusações à polícia italiana sobre práticas de discriminação racial em suas atividades de controle, vigilância e investigação, enfatizando especialmente o tratamento direcionado à comunidade cigana e indivíduos de origem africana. A denúncia foi apresentada no relatório mais recente sobre a Itália, atualizado em abril de 2024 e divulgado nesta terça-feira (22). O documento ressalta que "as autoridades parecem ignorar a gravidade do problema e não reconheceram a discriminação racial como uma possível manifestação de racismo institucional". O ECRI também aponta que, durante sua visita à Itália, recebeu numerosos relatos sobre discriminação racial por parte das forças policiais, em particular em relação à comunidade cigana e a pessoas africanas. Assim, solicita ao governo italiano a realização de uma investigação completa e independente acerca da situação, visando "identificar e corrigir qualquer prática discriminatória por parte dos órgãos responsáveis pela aplicação da lei". Estrasburgo irá avaliar, em dois anos, se essa recomendação foi atendida. Além do mais, o ECRI expressou preocupação com o fato de que o discurso público na Itália se tornou progressivamente mais xenófobo nos últimos anos, com debates políticos adotando posturas extremas e conflitantes, especialmente em relação a refugiados, solicitantes de asilo e migrantes, bem como cidadãos italianos com histórico migratório, ciganos e membros da comunidade LGBTQIA+. "Lamentavelmente, diversas declarações e comentários considerados ofensivos e cheios de ódio provêm de políticos e altos funcionários públicos, especialmente em períodos eleitorais", acrescenta o relatório. O órgão do Conselho da Europa também defende que "os partidos devem implementar códigos de conduta que proíbam a utilização de discurso de ódio, incentivando seus membros e apoiadores a evitá-lo, apoiá-lo ou disseminá-lo, aplicando penalidades em casos de descumprimento". Por sua vez, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, publicou uma mensagem em suas redes sociais onde critica o relatório e destaca que as forças policiais do país merecem respeito. "Nossas forças de segurança são constituídas por homens e mulheres que, diariamente, se dedicam a assegurar a segurança de todos os cidadãos, sem distinções", declarou a premiê. Meloni enfatiza que todos "merecem respeito, e não ofensas desse tipo".

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