Quem é Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin alvo de buscas da PF

Ramagem

Ramagem ingressou na Polícia Federal como delegado em 2005 e liderou a equipe de proteção de Jair Bolsonaro durante a corrida presidencial de 2018, após o ataque com faca em Juiz de Fora (MG). Desde então, estabeleceu uma relação próxima com a família do presidente. Ele ocupou o posto de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência de julho de 2019 a março de 2022.

A imagem retratada é de Alexandre Ramagem, capturada por Dida Sampaio/Estadão Conteúdo.

Suspensa Posse De Agente Da Polícia Federal

Após ter seu nome confirmado no "Diário Oficial da União" em 28 de abril para assumir o comando da PF, Moraes optou por suspender sua nomeação no dia seguinte. A decisão foi tomada pouco antes da cerimônia de posse, em resposta a uma ação iniciada pelo PDT.

Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, também apresentou uma ação popular para impedir a posse de Ramagem. Além disso, a Rede Sustentabilidade também entrou com uma ação na Justiça Federal de Brasília, de acordo com o líder do partido no Senado, Randolfe Rodrigues, do estado do Amapá.

No ano novo de 2019, Ramagem estava presente ao lado do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente - foto reproduzida.

Ramagem Se Aproxima Dos Filhos De Bolsonaro

Durante a celebração do ano novo de 2019, Ramagem apareceu em uma imagem ao lado de Carlos Bolsonaro, o filho do presidente.

Ele passou praticamente todo novembro e dezembro na minha casa, dormindo na casa da vizinha e tomando café comigo. Participou do casamento de um de meus filhos e tirou fotos com todo mundo. Não tem nada a ver a amizade dele com meu filho, uma vez que meu filho o conheceu mais tarde. Comecei a confiar no Ramagem quando conversamos muito e trocamos informações. Ele mostrou ser uma pessoa confiável para mim, então se eu tiver uma oportunidade de indicar alguém para a PF, por que não indicá-lo?, perguntou Bolsonaro.

O presidente Bolsonaro aborda a conexão do Sr. Ramagem com sua família.

Ramagem Assume Secretaria De Governo

Em março de 2019, no começo da gestão de Bolsonaro, o policial recebeu a designação de colaborador junto ao naquela época ministro Santos Cruz na Secretaria de Governo - departamento situado no Palácio do Planalto.

Após a saída de Santos Cruz em junho de 2019, Ramagem permaneceu na secretaria como conselheiro do recém-empossado ministro, Luiz Eduardo Ramos.

No mês subsequente, em julho, o presidente Bolsonaro selecionou o delegado para ocupar o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a qual está subordinada ao gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, liderado pelo ministro Augusto Heleno. De acordo com o GSI, a Abin gera dados para fundamentar as determinações do presidente da República de maneira ágil.

Ramagem saiu da Abin no mês de março de 2022 para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele conseguiu sua eleição com 59 mil votos pelo partido PL.

Em julho de 2019, Bolsonaro saudou Ramagem no momento em que este assumiu o cargo de chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), tornando-se o novo diretor-geral da Polícia Federal. Imagem registrada por Carolina Antunes/PR.

Ramagem liderou as seções de Gerenciamento de Recursos Humanos e de Pesquisas, Leis e Opiniões na Polícia Federal, além de gerenciar a coordenação de importantes eventos, incluindo a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e a Rio+20, uma conferência internacional sobre o meio ambiente promovida pela Organização das Nações Unidas.

Chefe Anterior Foi Demitido Por Bolsonaro

Para demonstrar a sua influência, o antigo ministro apresentou uma imagem na qual se vê o presidente a enviar-lhe, por meio do telemóvel, um link de uma reportagem do site "O Antagonista". A mencionada reportagem refere que a Polícia Federal está "a estranhar" o comportamento de dez a doze deputados que apoiam o Presidente Bolsonaro.

Sergio Moro esclareceu ao presidente que a apuração não havia sido solicitada pelo antigo diretor da PF, Maurício Valeixo.

Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, pertencente ao Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que as equipes responsáveis pelos inquéritos que ele supervisiona, conduzidos pela Polícia Federal, permaneçam em suas funções, apesar da mudança no comando da corporação.

Uma investigação está em andamento para descobrir a fonte das notícias falsas e das ameaças anônimas que foram feitas aos membros do STF. Outra investigação, que foi aberta recentemente no Supremo Tribunal Federal, está verificando a organização e o patrocínio de eventos que flertam com o antídoto democrático, tendo um deles ocorrido em 18 de abril, com um discurso do presidente Bolsonaro.

A nomeação de um agente da lei com ligações familiares para ocupar um alto cargo no mais importante órgão de investigação nacional gerou duras críticas de parcialidade governamental em uma instituição que é autônoma e independente.

Marcelo Freixo, deputado do PSOL, declarou que irá protocolar uma iniciativa a fim de evitar que Alexandre Ramagem assuma o controle da Polícia Federal. De acordo com suas palavras, o objetivo do presidente é transformar a PF em uma instituição política com o intuito de atender aos interesses de sua família.

Dentro da instituição, representantes afirmam que é crucial expor de maneira inequívoca que a Polícia Federal não se trata de um órgão de inteligência como a Agência Brasileira de Inteligência e não atua para atender aos interesses do governo.

A Federal Police é uma entidade de polícia criminal da União, que conduz investigações requeridas pelo Judiciário. Esses agentes ressaltam que, quanto mais importante for uma investigação, maior será a necessidade de sigilo, demandando autorização legal para acessar informações.

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