Desaparecida há nove meses, jornalista ucraniana está ‘em cativeiro’ na Rússia
Victoria Roshchyna, uma repórter ucraniana que estava desaparecida há nove meses, foi encontrada “refém” na Rússia. A União Nacional dos Jornalistas da Ucrânia (UNJU) divulgou essas informações que foram replicadas pelo jornal The Moscow Times. O pai de Victoria recebeu uma notificação do Ministério da Defesa russo que, finalmente, revelou o local onde a jornalista estava detida.
Conforme as informações à disposição, foi mencionado em uma carta escrita por Moscou no dia 17 de abril e recebida pelo pai da jornalista no dia 22 do mesmo mês, que Victoria Roshchyna, nascida em 6 de outubro de 1996, foi presa e encontra-se atualmente no território da federação russa.
A UNJU declara que, após o seu desaparecimento, parentes entraram em contato com as autoridades ucranianas a fim de obter informações. As autoridades de Kiev, por sua vez, entraram em contato com as de Moscou, porém, sem sucesso. Resultando na conclusão de que não havia sido aberto nenhum processo criminal formal contra a pessoa desaparecida.
Depois de receber a carta do Ministério da Defesa russo, o departamento ucraniano responsável por prisioneiros de guerra também se pronunciou. Eles afirmaram que Roshchyna se encontra atualmente "detida", termo utilizado igualmente pela UNJU para descrever a situação da jornalista.
No ano passado, em outubro, o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) comunicou que Roshchyna estava desaparecida, informando que ela havia adentrado o território ucraniano controlado pelas forças russas. Roshchyna era uma jornalista freelancer que se preparava para produzir matérias sobre a guerra antes de desaparecer.
Sevgil Musaieva, responsável pelo site Ukrainska Pravda, um dos meios de comunicação para os quais ela colaborava, contou que a jornalista entrou em contato oferecendo algumas reportagens, mas desapareceu em seguida.
Lamentavelmente, não possuíamos informações acerca do destino da pessoa em questão, da maneira como adentrou o território russo ou com quem manteve contato nos últimos tempos, relatou Musaieva à época.
Em 2022, Roshchyna foi presa pelo governo russo sob a acusação de espionar e passou por um interrogatório com o auxílio do FSB (Serviço Federal de Segurança). Após gravar um vídeo onde afirmava que não tinha ressentimentos com as autoridades russas, a detenção durou apenas dez dias.