Fiocruz Amazônia lança série de podcasts sobre os 10 anos do LAHPSA

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A partir do dia 20/06, o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) disponibilizará o primeiro episódio de uma série de podcasts que foi produzida especialmente para celebrar os dez anos do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa). Essa série é composta por 12 episódios, cada um abordando um tema diferente e uma área em que o laboratório tem atuado ao longo de seus primeiros 10 anos. Esses episódios serão publicados semanalmente no Canal do ILMD/Fiocruz Amazônia no YouTube, permitindo aos ouvintes uma verdadeira jornada pelos principais projetos de pesquisa e intervenção coordenados por pesquisadores do LAHPSA. A coordenação dessa produção ficou a cargo de Júlio César Schweickardt, pesquisador da Fiocruz Amazônia, doutor em História das Ciências e um dos responsáveis pela criação do laboratório.

Júlio Schweickardt explicou que o objetivo principal da série é difundir o conhecimento sobre os projetos do LAHPSA, utilizando uma linguagem clara e de fácil compreensão, visando alcançar um amplo público de profissionais, estudiosos e pesquisadores em saúde da região amazônica, buscando democratizar o acesso ao conhecimento. O lançamento da série acontece no ano em que a Fiocruz Amazônia comemora seus 30 anos de atuação na região e, nos últimos 10 anos, o LAHPSA tem contribuído significativamente para essas atividades. A série consiste em 12 episódios, cada um com cerca de 25 minutos, com três convidados diferentes. O primeiro episódio tem seis convidados e leva cerca de 30 minutos, enquanto o terceiro episódio conta apenas com Júlio Schweickardt e um convidado.

Os capítulos foram registrados utilizando a plataforma Google Meet, que possibilita bate-papos por longas distâncias e se mostrou fundamental para alcançar convidados em municípios como Manicoré, Boca do Acre, Parintins, Barreirinha, no Amazonas, e Belém, no Pará. As entrevistas foram realizadas pela apresentadora Márcia Costa Rosa, responsável por escrever e dirigir documentários. Os podcasts são uma criação do Lahpsa e passam a integrar a coleção de obras literárias e audiovisuais do laboratório, fornecida gratuitamente pela Fiocruz Amazônia. A série também apresenta participações especiais, como o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), Manoel Barbosa, pesquisador da Universidade Federal do Pará, Paulo de Tarso; líderes indígenas, como Putira Sacuena, do povo Baré, e João Paulo Barreto, doutor em Antropologia Social, membro do povo Tukano, além de líderes quilombolas e ribeirinhas do Amazonas.

No primeiro episódio de Lapsa 10 Anos, é discutido sobre o surgimento do laboratório, desde as primeiras conversas que definiram a linha de pesquisa até as conquistas alcançadas nos dez anos de existência. Foram entrevistados alguns dos pesquisadores responsáveis, como Júlio Cesar Schweickardt, Stefanie Lopes, diretora da Fiocruz Amazônia, Michele Rocha El Kadri, vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Rodrigo Tobias, Kátia Lima e Fabiane Vinente. Cada um relatou descobertas interessantes e a relação do laboratório com as comunidades e territórios da Amazônia, além de futuros planos para as pesquisas.

Júlio Cesar Schweickardt destaca a significativa colaboração do visitante de pesquisa do ILMD, Alcindo Ferla, nos diálogos que orientaram a criação do laboratório. "Alcindo Ferla intensificou a discussão sobre a importância de priorizar a promoção da saúde em detrimento da doença, durante o início da concepção do LAHPSA", recorda. O pesquisador ainda enfatiza a decisão do Lahpsa em promover o entendimento das potencialidades e necessidades das distintas Amazônias por meio da diversidade de populações trabalhadas.

Michele El Kadri relata como a união da equipe de cientistas influenciou sua jornada desde o começo, formando um laboratório integrado com objetivos bem definidos, mas igualmente aberto a novas ideias e oportunidades de pesquisa. Por outro lado, Rodrigo Tobias enfatiza a habilidade que considera como uma das principais características do Lahpsa: o poder de gerar mudanças positivas nas comunidades amazônicas, lideradas pelos próprios habitantes - um fator determinante nas conquistas alcançadas, especialmente na área da saúde. Tobias menciona a colaboração do médico sanitarista Antônio Levino, que também atuou como pesquisador na criação do laboratório, na determinação do rumo que direcionaria a trajetória do grupo até hoje.

Kátia Lima, uma especialista em Medicina Tropical, compartilhou informações essenciais sobre as pesquisas conduzidas pelo Lahpsa nos territórios indígenas na Amazônia. O diálogo e a participação ativa das comunidades locais foram fundamentais para o sucesso da empreitada. Por sua vez, Fabiane, doutora em Antropologia, enfatizou o papel crucial do Lahpsa na coleta de dados e evidências que levam em consideração as necessidades específicas das distintas populações que habitam a região. É imperativo que os resultados dessas pesquisas sejam utilizados na elaboração de novas políticas públicas e na adaptação do Sistema Único de Saúde, o SUS, para atender melhor às demandas dessas comunidades.

Stefanie Lopes, que é doutora em Genética e Biologia Molecular e a diretora da Fiocruz Amazônia, destaca que o Lahpsa possui uma relevância muito superior ao diálogo que ele estabelece com as populações da Amazônia e a produção de evidências sobre as demandas desses locais. Ela argumenta que as atividades desenvolvidas pelo laboratório nos primeiros dez anos de sua trajetória constituem um passo significativo na geração de uma imagem mais realista do trabalho de pesquisa científica e da pesquisa em si mesma. De acordo com ela, essa iniciativa contribui para impulsionar mais indivíduos a se dedicarem aos estudos sobre a diversidade biológica, genômica e cultural do vasto território amazônico.

O objetivo do LAHPSA, que é o Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia, é estabelecer-se como um centro de excelência em pesquisas relacionadas à saúde coletiva. A missão do laboratório é baseada em três pilares: o avanço da pesquisa, a capacitação de pesquisadores, profissionais e gestores de saúde, e a promoção de divulgação científica sobre saúde. Os membros do laboratório buscam se posicionar como atores políticos nos fóruns de discussão sobre Políticas Públicas de Saúde e Ciência, Tecnologia e Inovação na região amazônica.

O propósito do grupo é debater, analisar e gerar conhecimento interdisciplinar sobre a saúde pública na realidade da Amazônia. As pesquisas e atividades almejam colaborar com as organizações e os cidadãos na formação de modelos científicos que afetam de forma direta e indireta a qualidade de vida e a saúde das comunidades na região amazônica.

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