Veja o significado do Natal para diferentes religiões

O Natal chegou. Esta ocasião, que celebra o nascimento de Jesus Cristo para os cristãos, possui também significados e festividades em outras crenças. Não é todo mundo que festeja o Natal no dia 25 de dezembro. Algumas culturas, na verdade, não reconhecem o Natal como uma referência ao nascimento de Jesus Cristo (ou Jesus de Nazaré). Confira o que essa data simboliza em diferentes tradições.

Diferentemente das religiões cristãs, que consideram Jesus como o Messias e o mensageiro de Deus, o islamismo atribui maior importância aos ensinamentos de Maomé, um profeta que viveu após Jesus (aproximadamente entre 570 e 632 d.C.). Segundo a tradição islâmica, Maomé veio ao mundo para finalizar a mensagem de Jesus e dos outros profetas.

Quanto à comemoração do Natal, os muçulmanos demonstram um respeito significativo, mesmo que essa data não seja vista como sagrada por sua religião.

Os muçulmanos celebram apenas duas festividades religiosas: o Eid El Fitr, que marca a finalização do mês de jejum (Ramadã), e o Eid Al Adha, que homenageia a submissão do Profeta Abraão à vontade de Deus.

Os judeus não celebram o Natal e o Ano Novo na mesma época que a maior parte das culturas, mas para eles, o mês de dezembro também é um momento de festividade. Embora reconheçam a existência de Jesus, os judeus não o consideram uma figura divina.

Na noite do dia 24 de dezembro, os judeus celebram o Hanuká, que em hebraico se traduz como a festa das luzes. Essa ocasião simboliza a vitória do povo judeu sobre os gregos, obtida há dois mil anos em uma luta pela liberdade de praticar sua fé.

Embora não seja amplamente conhecida no Brasil, a celebração de Hanukah, que tradicionalmente se estende por 8 dias, é tão popular em outros países quanto o Natal. Em Nova Iorque, por exemplo, as lojas que comercializam decorações natalinas também oferecem o menorá, o candelabro de 8 velas que é um símbolo desta festividade judaica. "Acendemos uma vela a cada um dos 8 dias até que todas estejam acesas no último dia da celebração", explica o rabino.

No Natal católico, em vez do tradicional peru e bacalhau, as pessoas costumam optar por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. Além disso, em vez de abrir presentes à meia-noite, as crianças frequentemente recebem dinheiro.

Os budistas não têm uma ligação direta com a celebração natalina típica do Ocidente, que marca o nascimento de Jesus Cristo. Contudo, eles valorizam as virtudes de pessoas que se empenham pelo bem da humanidade e, por isso, mostram apreço pela tradição vigente, honrando a figura de Jesus Cristo, que é visto como um "Bodhisattva" - uma pessoa santa que ama a humanidade a ponto de se sacrificar por ela. Para os budistas ocidentais, o dia 25 de dezembro carrega um significado que vai além do cristianismo, sendo considerado um momento de espiritualidade.

Apesar de ser uma fé cristã, a religião se divide em várias interpretações da Bíblia. Algumas congregações celebram o Natal da mesma forma que os católicos, enquanto outras, ao analisarem as Escrituras e o contexto histórico, questionam a data de nascimento de Cristo e se opõem à celebração do Natal como é feito no catolicismo. Um exemplo disso são as Testemunhas de Jeová.

A Assembleia de Deus e a Igreja Presbiteriana celebram o Natal destacando a presença de Cristo entre a humanidade, promovendo uma reflexão sobre sua importância. Comemorar o Natal de maneira digna é uma benção e uma fonte de inspiração para todos aqueles que, através da fé em Cristo, nasceram do Espírito e se tornaram filhos de Deus, segundo a perspectiva dos evangélicos.

Tradição africana (Candomblé e Umbanda)

Yemanjá, Yansã e Oxum são divindades celebradas durante o ano nas religiões afro-brasileiras, e dezembro possui um significado único para essas tradições. Contudo, para os umbandistas, a celebração do Natal cristão é algo bastante comum, já que a grande parte de seus adeptos e médiuns teve origem na fé cristã.

A umbanda incorporou a figura de Cristo entre suas divindades, associando-o a Oxalá, que é visto como o principal Orixá. No dia 25 de dezembro, os praticantes da umbanda expressam sua gratidão à entidade que, conforme sua fé, rege todas as forças da natureza.

Alguns terreiros de Candomblé realizam rituais especiais para essa data, mas essa prática não é uma obrigação em todos os centros.

As principais festividades do hinduísmo acontecem na Índia e incluem a Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. A Durga Puja é uma celebração que homenageia a energia divina. Por sua vez, o festival de Ganesh é comemorado nas regiões do sul da Índia, caracterizando-se por danças animadas e canções.

O Diwali, conhecido como o "festival das luzes", é um evento em que milhões de lâmpadas são acesas em cada residência e templo, iluminando a noite inteira. O propósito dessas celebrações é prestar homenagem à Energia Divina.

O taoísmo, uma religião predominantemente presente na China, não observa nenhuma festividade durante o Natal. Contudo, essa tradição espiritual possui várias datas em que se celebra o nascimento de renomados mestres ou sua ascensão. O Ano Novo Chinês, semelhante ao que ocorre no budismo, é a celebração mais significativa para os taoístas. Nesta ocasião, é honrado o Senhor do Princípio Inicial.

Por meio da Agência Brasil / Imagem: Pexels