Startup de atacado Cayena acerta Série B liderada pela Bicycle, de Marcelo Claure

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Série B

Bloomberg — A Bicycle Capital, uma firma de investimentos criada por ex-dirigentes do SoftBank, entre eles Marcelo Claure, foi a responsável por liderar uma nova rodada de captação de recursos para a Cayena, uma startup brasileira que atua na simplificação de transações entre fornecedores e compradores no mercado atacadista de alimentos.

A rodada da Série B, que arrecadou US$ 55 milhões, contou ainda com o respaldo de investidores como Picus Capital, FEMSA Ventures, Globo Ventures e Canary, conforme um anúncio divulgado nesta quarta-feira (18).

As empresas optaram por não divulgar o novo valuation, apenas informando que este estava consideravelmente superior à última rodada de captação de recursos.

Para a Bicycle, este é um dos primeiros investimentos desde que captou recursos no ano passado para um fundo inicial voltado para a América Latina.

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Claure e o cofundador Shu Nyatta também aplicaram recursos na startup de aluguel de motos Mottu. O fundo, que foca em rodadas Série B e posteriores, faz investimentos que variam de US$ 20 milhões a US$ 50 milhões, e planeja investir em aproximadamente 10 a 15 empresas, conforme declarado por Nyatta no ano anterior.

"Estamos engajados quando acreditamos que o fundo tem o potencial de transformar a situação e se tornar uma excelente alternativa para a companhia", afirmou o cofundador da Cayena, Raymond Shayo, em conversa com a Bloomberg News.

"Acreditamos que essa é precisamente a situação da Bicycle Capital. Eles são os parceiros ideais que poderíamos escolher para esta nova etapa de expansão."

A Cayena, que liga fornecedores de alimentos a restaurantes, bares, hotéis, escolas, empresas de catering e supermercados, utilizará os fundos para se expandir para mais 500 cidades no Brasil, partindo das 100 localidades em que já atua.

Confira também: "Agora é hora de aplicar recursos, e não de liquidar ativos", afirma Paulo Passoni, do Valor Capital.

De acordo com um comunicado da empresa, as vendas têm aumentado anualmente em cinco vezes desde 2021 e devem alcançar aproximadamente US$ 200 milhões até o término de 2024.

A companhia localizada em São Paulo tem como meta, a longo prazo, expandir suas operações para outros países da América Latina, onde o setor atacadista de alimentos é avaliado em cerca de US$ 200 bilhões anualmente.

"É uma plataforma exclusiva que permite ao dono de um restaurante ter acesso a mais de 50.000 itens", afirmou Shayo.

De modo resumido, a proposta de valor para o proprietário do restaurante consiste em poupar uma quantidade significativa de tempo, reduzir consideravelmente os custos e, por último, dispor de melhores opções de pagamento.

Para minimizar os desafios financeiros no curto prazo, a Cayena frequentemente concede aos clientes um período adicional de algumas semanas para efetuar o pagamento, ao passo que assegura o reembolso aos fornecedores, mesmo que o consumidor final não cumpra com suas obrigações.

Shayo, juntamente com os cofundadores Gabriel Sendacz e Pedro Carvalho — todos com 31 anos — se encontraram na faculdade. Após seguirem caminhos distintos, especialmente nas áreas de finanças e private equity, optaram por criar uma empresa em conjunto no ano de 2019.

Examinaram diversos segmentos antes de reconhecerem a chance de criar uma plataforma B2B com foco em tecnologia na área de alimentos, já que o B2C se encontrava solidamente implantado.

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A empresa adota um modelo leve em termos de ativos e se apoia em redes de distribuição e empresas de logística já estabelecidas para gerenciar o transporte físico.

De acordo com a Cayena, diversas dessas empresas conseguiram desenvolver inventários digitais e aprimorar suas operações, o que resulta na geração de uma abundância de dados que podem ser comercializados para outras organizações, ajudando a identificar tendências de consumo e participação de mercado em diversas regiões.

Com aproximadamente 200 colaboradores, dos quais cerca de 70 atuam no setor de tecnologia, a empresa conseguiu arrecadar US$ 3,5 milhões em setembro de 2021 e mais US$ 17,5 milhões seis meses depois.

Entre seus principais clientes estão a Heineken, a FEMSA, hotéis da rede Accor e diversas cadeias de restaurantes, como o Outback Steakhouse e o Fogo de Chão.

“Temos a oportunidade de utilizar toda a infraestrutura já disponível no Brasil”, afirmou Shayo. “Existem excelentes operadores logísticos, mas, claramente, o mercado requer mais informações, uma maior digitalização das atividades e uma melhor organização.”

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