Explosões perto do STF: o que se sabe e o que falta esclarecer | Distrito Federal
Entre as explosões ocorridas nos dois locais, houve um espaço de 20 segundos. Equipes de bombeiros e militares especializados em manuseio de explosivos estão no local para realizar uma busca minuciosa. Até a última atualização desta matéria, o corpo de Francisco Wanderley Luiz ainda não havia sido removido.
Na manhã desta quinta-feira (14), a Polícia Militar do Distrito Federal está realizando uma operação na Praça dos Três Poderes. Em razão disso, as atividades no Supremo Tribunal Federal e na Câmara dos Deputados foram interrompidas até o meio-dia. Por sua vez, o Senado optou por cancelar suas atividades. Até o momento, o Palácio do Planalto não anunciou se a agenda do presidente Lula permanecerá inalterada.
As autoridades realizam uma busca na Praça dos Três Poderes para checar a presença de possíveis explosivos — Imagem: TV Globo/Reprodução.
Veja a seguir o que já foi apurado e o que ainda precisa ser esclarecido sobre o assunto.
Praça dos Três Poderes, situada em Brasília, foi isolada após detonações; uma pessoa perdeu a vida — Imagem: Eraldo Peres/AP
Quantas Explosões Ocorreram?
Até a última atualização desta reportagem, não havia um número preciso de explosões. No entanto, pode-se afirmar que ocorreram dois eventos significativos de explosão em um intervalo de 20 segundos. O primeiro aconteceu às 19h30, em um veículo estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Logo em seguida, houve outra explosão que resultou na morte de um homem em frente ao STF.
Quem Era O Homem Falecido?
Conforme registrado no Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a pessoa que sofreu com a explosão foi identificada como Francisco Wanderley Luiz, que é o dono do carro que também foi destruído na explosão, ocorrida no estacionamento situado entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Francisco Wanderley Luiz — Imagem: Reprodução das redes sociais.
Quais Artefatos Foram Utilizados?
Até a mais recente atualização deste relatório, não existiam dados oficiais sobre os tipos de explosivos empregados pela pessoa envolvida. A equipe antibombas foi chamada e realizou uma inspeção nas áreas afetadas.
No compartimento traseiro do carro do homem, foram descobertos materiais que lembravam explosivos e tijolos, junto a outros itens. Além disso, foram capturadas imagens de chamas e fumaça saindo do veículo. Algumas das explosões que ocorreram no automóvel tinham uma semelhança com fogos de artifício, embora essa informação ainda não tenha sido confirmada.
4 - O Que Ocorreu Antes Das Explosões?
Antes da detonação em frente ao STF, Francisco Wanderley Luiz tentou acessar o edifício. Ele lançou um artefato explosivo sob a marquise do prédio, exibiu a um segurança que portava explosivos amarrados ao corpo, deitou-se no chão e ativou outro explosivo que estava em sua nuca.
Em seu depoimento à Polícia Civil, um vigilante do STF relatou que um indivíduo carregava uma mochila, de onde retirou uma blusa, alguns objetos e um extintor. Ao tentar se aproximar, o vigilante notou que o homem "abriu a camisa", revelando algo que parecia ser um relógio digital, levando-o a acreditar que se tratava de uma bomba. O homem então atirou dois ou três artefatos, que explodiram antes que ele se deitasse no chão.
No Boletim de Ocorrência, também está registrado que o indivíduo enviou mensagens através do aplicativo WhatsApp que previam os eventos ocorridos na Praça dos Três Poderes, "indicando de forma antecipada a intenção do autor de realizar o autoextermínio e um atentado a bomba contra pessoas e instituições".
De acordo com a Polícia Civil, ele alugou uma residência em Ceilândia, no Distrito Federal, há alguns dias. O Boletim de Ocorrência relata que, na casa, que ainda estava sob análise até a última atualização desta reportagem, os policiais localizaram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Francisco. Um transeunte comunicou aos policiais que o homem esteve no local e estava utilizando uma "carretinha" no seu veículo.
Quem Investiga O Caso?
O Que As Testemunhas Relatam?
A mulher relata que, em seguida, ouviu a primeira explosão e, ao se virar, percebeu que o homem lançou um objeto próximo à estátua da Justiça, e logo depois caiu. “De repente, ouvimos o estrondo, virei para trás e vi o fogo. Aquela fumaça”, disse ela.
Carlos Monteiro, proprietário de um food truck localizado no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados, onde ocorreu a explosão de um veículo, relatou que presenciou o carro em chamas.
"Disseram-me que ele estacionou o carro, retirou os itens do porta-malas e desceu com uma mochila nas costas. De repente, ouvimos as explosões e, quando fomos verificar, havia uma grande nuvem de fumaça e o carro em chamas. Foi então que soubemos sobre a morte", comentou.
Como Estão Os Locais Das Explosões?
Imediatamente após as explosões, a área da Praça dos Três Poderes foi cercada pelas autoridades policiais. O grupo especializado em desarmamento de explosivos se dirigiu ao local para realizar uma inspeção e checar se havia mais artefatos nas proximidades, incluindo em automóveis e no corpo do indivíduo falecido. As medidas de segurança foram intensificadas.
Além da fachada, os edifícios do STF serão submetidos a uma revisão minuciosa para detectar possíveis artefatos na madrugada e na manhã desta quinta-feira (14). As atividades foram interrompidas até o meio-dia em todas as instalações, e a situação será reanalisada durante a manhã.
Todas as funções administrativas e legislativas da Câmara dos Deputados foram paralisadas, pelo menos até o meio-dia de quinta-feira.
Alguém Mais Se Feriu?
Além do falecimento de Francisco Wanderley Luiz, não havia relatos de pessoas feridas até a última atualização desta matéria.
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Detonações na Praça dos Três Poderes, em Brasília — Imagem: Arte/g1