China faz manobras militares em Taiwan após posse de presidente separatista e promete 'sangue escorrendo'
A Xinhua, agência de notícias estatal chinesa, reportou que a China começou nesta quinta-feira (23) dois dias de manobras militares próximas à ilha de Taiwan. As atividades foram declaradas como uma "punição firme" em resposta às ações separatistas tomadas na região.
As atividades físicas aconteceram três dias depois da cerimônia de posse de Lai Ching-te como novo líder da ilha, que a administração chinesa considera como parte de seu próprio território. Pequim rotulou Lai como "um potencial separatista" que incitará "conflitos e retrocessos" na ilha.
Durante os exercícios militares chineses, o Ministério da Defesa de Taiwan relatou que 28 aeronaves militares de Pequim transpuseram a fronteira do Estreito de Taiwan, caracterizando tal ação como uma invasão do espaço aéreo taiwanês. A China, entretanto, negou as acusações.
Uma embarcação de guerra chinesa foi avistada nas proximidades da Ilha Pengjia, situada na costa norte de Taiwan, em 23 de maio de 2024. A fotografia foi capturada pela Guarda Costeira de Taiwan e divulgada pela AFP.
De acordo com a agência de notícias Xinhua, o representante militar Li Xi informou que os treinamentos foram focados em "operações militares marítimas e aéreas conjuntas para pronta resposta, controle simultâneo e completo do campo de batalha e ataques coordenados precisos em alvos estratégicos".
De acordo com Li, as manobras militares "incluem missões de patrulha aérea e marítima nas proximidades da ilha de Taiwan e operações coordenadas dentro e fora do arquipélago para avaliar a eficácia conjunta das forças em situações de combate reais."
Segundo a Xinhua, o representante afirmou que as atividades militares seriam utilizadas como uma "dura sanção às ações separatistas das forças autônomas em Taiwan" e uma advertência rigorosa a quaisquer influências ou instigação de forças estrangeiras".
Segundo a agência de comunicação de Pequim, as manobras militares também irão acontecer nas áreas próximas das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin.
No terceiro dia de manobras militares, a China está cercando Taiwan.
O Departamento de Defesa de Taiwan expressou enérgica reprovação às ações despropositadas e incitações que enfraquecem a tranquilidade e a constância na região.
No seu discurso inaugural, Lai solicitou à China que cessasse "as ações políticas e militares intimidatórias contra Taiwan" e mantivesse a "tranquilidade e estabilidade".
Em agosto, a China anunciou exercícios militares parecidos com os que estão sendo realizados atualmente perto de Taiwan, quando o Presidente Lai estava nos EUA durante uma visita ao Paraguai.
Na oportunidade, a mídia governamental igualmente ressaltou que o propósito das manobras consistia em avaliar a habilidade do Exército em "assumir o comando de áreas aéreas e marítimas" e em combater "em circunstâncias de guerra genuínas".
Tanto Lai como sua predecessora Tsai Ing-wen defenderam de forma enérgica o modelo de democracia da ilha contra Pequim. Como resultado, a capital chinesa intensificou sua pressão militar e política sobre Taipé.
Adicionalmente, o canal que divide a ilha da China continental é uma das principais rotas do comércio marítimo global, pelo qual transita mais de metade dos recipientes transportados mundialmente.
Em 23 de maio de 2024, uma aeronave militar taiwanesa levantou voo da base aérea de Hsinchu enquanto a China realizava exercícios militares ao redor da ilha. A imagem foi capturada por Carlos Garcia Rawlins da agência Reuters.
