Taiwan diz que China usou número recorde de aeronaves em exercícios de guerra ao redor da ilha

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O governo de Taiwan relatou nesta terça-feira que a China mobilizou um total sem precedentes de 153 aviões militares em manobras de combate nas proximidades da ilha. O governo taiwanês destacou que esses exercícios inesperados representam uma ameaça para toda a região.

A China afirmou que o treinamento de um dia, chamado "Joint Sword-2024B", realizado sem aviso prévio na segunda-feira, serviu como um sinal de alerta contra "ações separatistas". Essa manobra foi provocada por um discurso proferido na semana passada pelo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, que foi condenado por Pequim.

Pequim vê Taiwan, que é administrada de forma democrática, como uma extensão de seu território. Essa afirmação é contestada pelo governo de Taipé, que afirma que apenas os cidadãos de Taiwan têm o direito de determinar seu futuro.

"Qualquer atividade militar feita sem aviso prévio provocará uma significativa desestabilização da paz na região", afirmou o primeiro-ministro de Taiwan, Cho Jung-tai, durante uma coletiva de imprensa em Taipé.

"As manobras da China não impactam apenas a região ao redor de Taiwan, mas também comprometem significativamente todos os direitos de navegação internacional, assim como os espaços aéreo e marítimo, o que chamou a atenção de outras nações."

Em um relatório diário sobre as operações militares da China nas proximidades da ilha nas últimas 24 horas, o Ministério da Defesa de Taiwan informou ter detectado 153 aeronaves militares. Anteriormente, ele havia classificado a quantidade de aeronaves observadas como um recorde para um único dia, na tarde de segunda-feira, quando identificou 125.

Um relatório do ministério indicou que 28 dessas aeronaves haviam ultrapassado a delicada linha central do Estreito de Taiwan, que até então funcionava como uma divisão não oficial, apesar de a China não a reconhecer.

Demais regiões que apresentaram movimentação incluem as águas da costa sudeste, onde está localizada uma relevante base aérea de Taiwan, e a sudoeste, na parte superior do Mar do Sul da China, onde se encontram as Ilhas Pratas, sob controle taiwanês.

O ministério informou que foram observados 14 embarcações da Marinha da China e 12 barcos "oficiais", referindo-se a navios da guarda costeira e a instituições afins.

As manobras militares realizadas pela China geraram apreensão nos Estados Unidos e entre seus aliados, levando o Pentágono a qualificá-las como "irresponsáveis, excessivas e perturbadoras para a estabilidade".

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