Filipe Luís estreia como técnico do Flamengo: "Sensação maravilhosa"

Tecnico do Flamengo

Filipe Luís fez sua primeira apresentação como o novo treinador do Flamengo.

Imagem: Wagner Meier/Getty Images / Esporte News Mundo

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Foto Terra

O Flamengo enfrentou o Corinthians no Maracanã para a partida de ida da Copa do Brasil, sob a direção de Filipe Luís, que assumiu o cargo após a demissão de Tite na última segunda-feira. O Flamengo triunfou por 1 a 0, começando assim com vantagem no confronto eliminatório.

Durante a coletiva, o técnico comentou sobre a experiência de dirigir o Rubro-Negro à beira do campo, fez elogios à torcida e expressou o desejo de atender às expectativas.

"Foi uma experiência incrível. Enquanto estava no banco de reservas, pude observar meus companheiros lutando por mim. Senti um orgulho imenso. Me considero um sortudo. Não estou apenas falando por falar: quando a torcida realmente deseja a vitória, ela consegue sozinha. O suporte que tivemos hoje se refletiu na atitude dos jogadores. Estou muito contente por ter conseguido transmitir essa energia. A conexão com os torcedores deve se fortalecer cada vez mais. Isso só será possível se, dentro de campo, conseguirmos atender às expectativas deles”, afirmou Filipe Luís em sua primeira coletiva após a partida.

Logo após, o ex-lateral esquerdo do Flamengo foi indagado sobre a súbita transformação e as estratégias elaboradas para sua trajetória como treinador.

"Tinha um plano bem definido e um objetivo claro para a minha vida após a carreira. Passei muitos anos me preparando e finalmente cheguei aqui. Era algo que, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer. Eu tinha a certeza de que chegaria esse momento. Foquei em me preparar da maneira mais rápida possível para me dedicar ao trabalho de treinador. Não é uma tarefa simples; hoje estou conversando com vocês após uma vitória, o que torna tudo mais fácil, mas sei que também haverá momentos em que estarei aqui depois de uma derrota, e isso é doloroso. Contudo, essa é a profissão que escolhi, e sou realmente apaixonado pelo que faço. Não me importo em passar noites sem dormir para estudar e garantir que tudo esteja pronto para os jogadores. Estou convencido de que, ao realizarmos nosso trabalho com paixão, estamos trilhando o caminho certo."

A transformação mais evidente e significativa de Filipe Luís foi garantir que Gabigol estivesse em campo pelo maior período possível, além de sua posição em campo. O técnico comentou sobre a inclusão do ídolo rubro-negro na equipe e sua presença constante nas partidas.

Gabriel é um jogador emblemático, um verdadeiro ídolo. Eu, mais do que ninguém, compreendo o que ele pode trazer para a equipe. Um atleta não se transforma de uma hora para outra; ele necessita de tempo, de continuidade, de atenção especial. E isso se aplica não apenas ao Gabriel. Podemos citar vários jogadores que, dependendo do treinador, podem ter diferentes tempos de jogo, o que é algo comum no futebol. A decisão de escalar o Gabriel foi minha, uma escolha técnica; eu sei exatamente o que ele pode oferecer. Pensei em como o time adversário atuaria e em como poderíamos atacá-los, e o plano de jogo foi desenvolvido com o Gabriel como centroavante e o Bruno Henrique mais aberto. Acredito que ele teve um desempenho satisfatório e, sem dúvida, ainda tem muito a aprimorar, tanto fisicamente quanto em termos de autoconfiança. Assim que a primeira oportunidade surgir, ele voltará a ser o Gabriel que conhecemos, e fisicamente ele vai precisar de um pouco mais de tempo. É possível que no próximo jogo ele sinta essa falta de ritmo, especialmente após tanto tempo sem jogar, mas vou cuidar dele e de todos com muito carinho.

Sobre o alto número de finalizações e a escassez de gols, um problema que tem atrapalhado o Flamengo há algum tempo, o novo técnico comentou: "Dezenove finalizações é um número considerável. O que podemos fazer para melhorar a precisão? Ao gerar oportunidades, a bola vai eventualmente entrar. Minha responsabilidade é garantir que, quando meus laterais chegarem ao fundo, haja três jogadores na área. Sempre que o Arrascaeta tiver a posse de bola, é fundamental ter dois jogadores se movimentando para criar espaço. Vamos marcar gols com frequência? Com certeza, não. Há dias bons, dias ruins, momentos em que se consegue fazer muitos gols e outros em que a bola não entra, além disso, havia um grande goleiro defendendo, que também foi meu companheiro. Eu observei uma equipe que teve muitas oportunidades, conseguiu finalizar e incomodou o adversário a todo instante. Fiquei contente, pois é apenas uma questão de tempo até a bola começar a entrar, já que a qualidade é excepcional."

Retornando ao tema das decisões sobre a equipe e da estratégia durante a partida, Filipe Luís foi indagado sobre a pressão que surge após uma derrota, que se destacou no jogo e tem sido um aspecto significativo no Flamengo desde 2019.

A pressão após a perda que existia antes da minha chegada já era intensa, sempre foi assim. Este time tem um estilo de pressionar muito eficaz, fruto do trabalho do Tite. As linhas altas eram uma característica que já estava presente, mas quero implementar as modificações necessárias para imprimir a minha maneira de jogar. No entanto, trata-se de uma equipe que já está familiarizada com isso; eles já atuaram assim, com a linha alta, pois a única maneira de pressionar é que todos se movimentem juntos.

Por último, o novo técnico e ex-atleta do Flamengo comentou sobre a distinção e a vivência de anteriormente estar em campo e, agora, dirigir a equipe a partir da linha lateral.

Como jogador, estava um pouco apreensivo devido a uma lesão que havia sofrido. Lembro que, na Bahia, ficava olhando para a camisa cinza com o escudo e para as placas do Campeonato Brasileiro, pensando: "uau, já se passaram quase 17, 18 anos e agora estou de volta para jogar no Campeonato Brasileiro". Enquanto atuava, pensava nessa situação, mas meu foco era realizar uma boa partida e tentar fazer o jogo perfeito. Embora não tenha sido exatamente assim, a experiência como treinador é completamente distinta, não se compara. O que vivi nos últimos dois ou três dias foi extremamente intenso, com muitas horas dedicadas à preparação para ajustar os detalhes do jogo. Ficar no banco de reservas não era novidade para mim, já havia passado por essa situação em equipes sub-20 e em algumas outras ocasiões. O que realmente me impactou foi ver meus colegas de equipe correndo e executando o que eu orientava. Antes, eu estava em campo jogando ao lado deles, e agora tinha a responsabilidade de ajustar as posições, e eles me seguiam. Isso foi, sem dúvida, o que mais me comoveu.

O Flamengo retornará aos gramados no próximo sábado (5) para disputar o Campeonato Brasileiro. O time Rubro-Negro enfrentará o Bahia em busca de se manter entre os quatro primeiros colocados. Este jogo corresponde à 29ª rodada e começará às 19h (horário de Brasília).

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