Pães de forma podem alterar bafômetro por alto teor alcoólico; entenda | Alô Alô Bahia
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, em parceria com o grupo Euroconsumers, foi constatado que algumas marcas populares de pão de forma vendidas em supermercados contêm alto teor de álcool. Isso representa um risco especialmente para grávidas e bebês, sendo prejudicial à saúde. O estudo divulgado nesta quarta-feira (10) revelou que seis das dez marcas analisadas apresentaram essa característica preocupante.
Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zero, Wickbold sem glúten, Wickbold leve, Panco, Wickbold, Seven Boys, Plusvita e Pulmann foram as marcas avaliadas. O teor alcoólico da Visconti foi de 3,37%, enquanto o da Bauducco foi de 1,17%. Em comparação simples, a cerveja Brahma Chopp tem 4,8% de álcool, mostrando que o pão de forma quase alcança o teor alcoólico da bebida.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor constatou que, em um teste de bafômetro, alguns motoristas apresentaram resultados positivos após ingerirem duas fatias de pães das marcas Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zero. Esses produtos continham alto teor alcoólico, o que pode resultar em um teste de embriaguez no bafômetro.
Depois de obter os resultados, a entidade encaminhará o estudo ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, bem como à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fim de que esses órgãos estabeleçam um limite permitido de álcool nos pães de forma.
Sim, durante o processo de produção de pães, álcool etílico é gerado através da fermentação da massa, porém ele geralmente se volatiliza no forno. Os níveis detectados na análise seriam resultado da adição de conservantes para prevenir o crescimento de mofo e garantir a qualidade do pão. "Mesmo que a legislação brasileira permita a utilização de certas substâncias nos alimentos, é importante que algumas regras sejam reavaliadas para garantir que o etanol residual não represente riscos para os consumidores", ressalta Henrique Lian, diretor executivo da Proteste.
