Brasileira presencia terremoto no Chile durante tour astronômico no deserto do Atacama: ‘senti o chão balançar’
Uma família de São Vicente, localizada no litoral de São Paulo, testemunhou o intenso terremoto que sacudiu o norte do Chile enquanto participava de um passeio astronômico no Deserto do Atacama. Em entrevista ao g1, a jornalista e agente de viagens Cecília Beu, de 58 anos, relatou que estava se sentindo tonta e mencionou que ficaram sem eletricidade por várias horas na pousada onde estavam hospedados, juntamente com seu marido e filho, em San Pedro do Atacama.
Segundo o relato de Cecília, a viagem foi planejada para celebrar o aniversário de 18 anos de seu filho. A família desembarcou em Santiago, a capital do Chile, no dia 16 de março. Em seguida, seguiram para San Pedro do Atacama, região próxima ao epicentro do terremoto, no dia 18 de março, coincidentemente no mesmo dia do acontecimento sísmico.
Cecília Beu estava acompanhada de seu esposo e filho em uma excursão astronômica no Deserto do Atacama quando um terremoto ocorreu.
A repórter juntamente com seus parentes participaram de um passeio noturno para contemplar as estrelas no deserto. O susto aconteceu durante o trajeto de volta para a van que os levou até lá. O terremoto durou cerca de meio minuto, porém, como não havia edifícios ao redor, eles não puderam perceber a intensidade do abalo.
Não ficamos muito assustados, pois estávamos no meio do deserto e sentimos o chão balançar, como se estivéssemos em um navio ou barco. Foi muito rápido.
Quando chegaram à pousada em San Pedro do Atacama, a família finalmente percebeu a gravidade da situação ao se deparar com a ausência de energia elétrica. "Na pousada estava completamente às escuras, a cidade inteira também estava sem luz", recordou. Outros hóspedes contaram à família que, devido ao terremoto, ondas se formaram na piscina e a água chegou a transbordar.
A hospedagem em que a família está alojada em San Pedro do Atacama ficou sem energia depois do tremor. - Imagem: Foto do próprio autor.
De acordo com a agente de viagens, o dono da pousada estava inspecionando o prédio em busca de fissuras e deu instruções para a noite da família. "Ele orientou que dormíssemos vestidos, pois poderia ocorrer uma réplica do tremor, e pediu que não fechássemos a porta do quarto", revelou Cecília.
Os habitantes de São Vicente cumpriram as orientações e desfrutaram de uma noite calma.
Local do tremor de terra de magnitude 7,3 que atingiu a região norte do Chile — Imagem: Captura de tela
Reflexo Do Litoral De São Paulo
Residentes da região litorânea de São Paulo, na Baixada Santista, experimentaram oscilações do solo simultaneamente ao terremoto que ocorreu no Chile. De acordo com a Defesa Civil do Estado e o Centro de Sismologia, os tremores sentidos pelos moradores foram consequência do mencionado evento.
Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, foram relatados tremores de baixa intensidade em Santos e São Vicente. O Corpo de Bombeiros também foi chamado em Praia Grande.
Por meio de comunicado, a corporação informou que três carros da polícia foram até o bairro Tupi para inspecionar as residências dos moradores que sentiram os tremores. No entanto, não foram encontrados danos nas construções.
O Centro de Sismologia da USP registrou vários relatos de abalos sísmicos na costa de São Paulo. -- Foto: Divulgação/Centro de Sismologia USP
De acordo com o USGS, o abalo sísmico foi registrado a uma profundidade de 126 quilômetros.
O centro do terremoto ocorreu a uma distância de 20 km ao sul da cidade de San Pedro de Atacama, na região de Antofagasta, que se encontra a 1.630 km da capital Santiago.
O serviço de mapeamento do mar do Chile desconsiderou o aviso de tsunami, declarando que "o terremoto não apresenta os requisitos mínimos para provocar grandes ondas na costa do país".
Um sismo de magnitude 7.3 sacode o Deserto do Atacama, no Chile.
