Turquia ataca militantes curdos no Iraque e na Síria após atentado em Ancara

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O incidente aconteceu algumas horas após alegados combatentes curdos terem detonados explosivos e disparado contra a empresa de defesa e aeroespacial TUSAS.

A força aérea da Turquia realizou bombardeios contra posições de combatentes curdos no Iraque e na Síria, aparentemente como uma resposta a um ataque que atingiu uma significativa empresa estatal de defesa, resultando na morte de cinco pessoas e deixando mais de 20 feridas.

O Ministério da Defesa declarou que mais de 30 alvos foram "eliminados" na ação aérea, sem entrar em detalhes sobre as áreas afetadas. Garantiram que foram adotadas "todas as medidas" para prevenir prejuízos a civis.

A agressão aconteceu poucas horas depois que alegados combatentes curdos detonaram explosivos e atiraram contra a empresa de defesa e aeroespacial TUSAS.

Os dois assaltantes - um homem e uma mulher - também perderam a vida, afirmou o Ministro do Interior, Ali Yerlikaya.

Yerlikaya afirmou que o grupo militante Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido como PKK, estaria envolvido no ataque à empresa de defesa.

O ministro da Defesa, Yasar Guler, afirmou que "iremos atrás deles até que o último terrorista seja neutralizado".

Drones Essenciais Na Luta Contra Militantes Curdos

A Turquia realiza frequentemente bombardeios aéreos contra o PKK, que possui um suporte no Iraque, e também contra um grupo de milícias curdas na Síria, que está associado aos militantes.

O PKK não fez uma declaração imediata.

"Reprovo veementemente este cruel ato de terrorismo", afirmou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante uma conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, que ocorreu durante um encontro dos BRICS na Rússia.

A TUSAS se dedica ao planejamento, fabricação e montagem de aeronaves civis e militares, veículos aéreos não tripulados e diversos sistemas relacionados ao espaço e à indústria de defesa. Seus VANTS (Veículos Aéreos Não Tripulados) têm sido essenciais para que a Turquia obtenha uma vantagem em sua batalha contra os militantes curdos.

O ataque aconteceu um dia após o chefe do partido nacionalista de extrema-direita da Turquia, que é aliado de Erdogan, sugerir que o líder do PKK, atualmente detido, poderia ganhar a liberdade condicional caso desistisse da violência e desmantelasse sua organização.

O agrupamento liderado por Abdullah Ocalan tem buscado a autônomia da região sudeste da Turquia, em um conflito que resultou na morte de dezenas de milhares de indivíduos desde os anos 1980. É classificado como um grupo terrorista tanto pela Turquia quanto por seus aliados ocidentais.

O partido político favorável aos curdos no país, que também repudiou o ataque do TUSAS, destacou que esse incidente aconteceu em um momento em que havia a chance de se iniciar um diálogo para resolver o conflito.

Conforme reportado pela mídia turca, os atacantes chegaram na quarta-feira a uma das entradas do complexo TUSAS utilizando um táxi.

Uma das pessoas afetadas foi reconhecida como a engenheira mecânica Zahide Guclu, que havia ido até a entrada para pegar flores enviadas pelo esposo, conforme relatou a agência estatal Anadolu.

O motorista do táxi também foi assassinado pelos ladrões, e seu corpo foi localizado no porta-malas do carro, conforme noticiou a agência.

As gravações das câmaras de vigilância, exibidas na televisão, revelam um homem vestido de maneira casual, carregando uma mochila e portando uma espingarda de assalto.

O ministro da Justiça informou que as equipes de segurança foram mobilizadas assim que o ataque teve início, por volta das 15h30.

De acordo com a agência de notícias DHA e outros veículos de comunicação, diversas explosões de tiros foram registradas após a entrada das forças de segurança na área. Também foram avistados helicópteros patrulhando a região.

As autoridades impuseram uma interrupção provisória na cobertura do ataque e limitaram o acesso aos sites das redes sociais.

O vice-presidente Cevdet Yilmaz afirmou que o objetivo do atentado era a "vitoria da Turquia no setor de defesa".

A embaixada iraquiana em Ancara divulgou uma nota manifestando sua repulsa ao ataque, destacando a “postura inequívoca do Iraque contra o terrorismo e o extremismo em todas as suas expressões” e mostrando a solidariedade do governo e da população iraquiana em relação ao governo e ao povo da Turquia. No começo deste ano, o Iraque declarou a proibição do PKK.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressaram seu apoio à Turquia.

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, também repudiou a agressão. "Nossos pensamentos e nossas sinceras condolências estão com as famílias das vítimas", afirmou em sua conta no X.

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