Ucrânia: Cimeira para a Paz reafirma integridade territorial

17 Junho 2024
Ucrania

Durante a Conferência pela Paz na Ucrânia, a soberania territorial do país foi reafirmada e instou-se a inclusão de todas as partes no processo de reconciliação, enfatizando a importância do auxílio à Ucrânia. Também foram feitas críticas à postura russa em relação às condições impostas.

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Foto defesanet

O relatório conclusivo da Cúpula para a Paz na Ucrânia, ocorrida no resort suíço de Burgenstock, destaca a relevância da integridade territorial do país e convoca a inclusão de "todas as facções" no processo de pacificação. O memorando, amplamente respaldado pelos presentes, salienta "os preceitos da autonomia, da autonomia e da integridade territorial de todos os Estados, incluindo a Ucrânia", segundo informações da agência France-Presse (AFP).

Na última sexta-feira, o líder russo Vladimir Putin declarou uma proposta de cessar-fogo imediato na Ucrânia, acompanhada do início das negociações. No entanto, a condição é que as forças militares ucranianas se retirem das quatro regiões anexadas por Moscou em 2022 e desistam da ideia de fazer parte da NATO. Contudo, essa questão não foi aceita prontamente pela Ucrânia, Estados Unidos e NATO, que enxergaram tal exigência como uma imposição rendição.

Durante a conferência, inúmeros líderes ressaltaram a importância do auxílio continuado à Ucrânia. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, advertiu Putin para não confundir paz com dominação, visto que tal conduta poderia ser perigosa. O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, realçou a ajuda prestada por seu país em relação à crise alimentar e instou por um apoio internacional ininterrupto à Ucrânia.

O Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, enfatizou a responsabilidade da comunidade global de dar suporte à Ucrânia, e ressaltou que apenas a reconstrução da integridade territorial do país pode levar à paz.

Foi anunciado pela Noruega um suporte financeiro de 1,1 bilhão de coroas norueguesas (cerca de 103 milhões de euros) para o processo de reconstrução da infraestrutura de energia na Ucrânia. A vice-primeira-ministra da Suécia, Ebba Busch, ressaltou a relevância da defesa do país ucraniano como uma das prioridades da política externa de sua nação.

O líder equatoriano, Daniel Noboa, enfatizou a importância do diálogo e da colaboração como forças de mudança. Já a representante mexicana de assuntos internacionais, Alicia Bárcena, exigiu que os esforços pela paz sejam submetidos à supervisão da ONU, realçando a necessidade de negociações progressivas para consolidar a confiança.

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Foto defesanet

13 Países Não Assinam Declaração

A conferência, que contou com a presença de cerca de 60 líderes mundiais e representantes de 90 governos, chegou ao fim com a emissão de um comunicado conjunto apelando à melhoria da segurança nuclear e marítima. No entanto, 13 países líderes em desenvolvimento e aliados da Rússia em alguns fóruns se recusaram a assinar o documento. Entre eles estão o Brasil, a Índia e a África do Sul, que fazem parte, juntamente com a Rússia e a China, do grupo de economias emergentes conhecido como BRIC, bem como o México. Também não assinaram o comunicado a Armênia, o Bahrein, a Indonésia, a Eslováquia, a Líbia, a Arábia Saudita, a Tailândia e os Emirados Árabes Unidos.

Apesar das negativas, 80 nações validaram a afirmação, incluindo a maioria dos países da União Europeia, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile e Equador. Ao término da segunda sessão plenária de lideranças ocorrida hoje, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu aos representantes pela participação e por entenderem a importância de assegurar a segurança nas usinas nucleares e outras instalações atômicas, ressaltando a necessidade de restabelecer a segurança na planta de Zaporizhzhia, aprisionada pela Rússia.

Zelensky mostrou sua gratidão pelo apoio constante em assegurar uma navegação segura e manter o fluxo livre de alimentos, destacando que a saúde alimentar é fundamental não só para os países do hemisfério Sul, mas para todas as nações do planeta. Ele frisou que qualquer perturbação nos mercados alimentícios seria um convite direto ao caos, o que a Rússia parece desejar.

Von Der Leyen Denuncia Condições "inaceitáveis" Impostas Por Putin

A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, colocou a culpa no Presidente russo, Vladimir Putin, por estabelecer termos "inaceitáveis" para a paz e alertou que serão os ucranianos a decidir as condições por uma paz justa. Em sua declaração, Von der Leyen afirmou que Putin não leva a sério a necessidade de encerrar o conflito: "Ele sugere a cessão de área territorial ucraniana, incluindo territórios sob controle ucraniano. Ele insiste na desmilitarização da Ucrânia, colocando-a em risco de futuras agressões, o que nenhuma nação poderia tolerar sob essas condições injustas".

Von der Leyen defendeu a importância de uma paz justa que reafirme a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, devolvendo o poder ao direito internacional e à Carta da ONU. Segundo ela, "quando a Rússia se mostrar disposta a buscar a paz com base nos preceitos da Carta das Nações Unidas, será hora de incluí-la em nossos esforços para atingir a paz duradoura. E estou empenhada em trabalhar para que esse momento chegue o mais breve possível".

Canadá Apoia Ucrânia Com Recursos Financeiros E Humanitários

O líder do governo canadense, Justin Trudeau, declarou que a União Europeia já concedeu uma quantia próxima a 100 bilhões de euros em apoio à Ucrânia, enquanto o G7 se comprometeu a fornecer ainda mais assistência. Trudeau assegurou que o Canadá sempre defenderá fervorosamente a paz, a democracia, a liberdade e o respeito pelas leis internacionais. Além disso, o ocupante do cargo de primeiro-ministro anunciou que o Canadá destinará 15 milhões de euros para ajudar a reintegrar crianças deslocadas que retornam à Ucrânia e tem a intenção de sediar no seu território uma reunião de ministros das Relações Exteriores para discutir o impacto humano da guerra.

O encontro promovido pela Suíça mediante solicitação do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contou com a presença de quase uma centena de países e associações. Todavia, algumas ausências se destacaram, sendo a mais marcante a da Rússia, que não foi convidada. O documento final reforça a integridade territorial da Ucrânia e exorta a participação de todas as partes em prol da instauração da paz.

O autor do conteúdo, em conjunto com agências, redigiu o texto em questão.

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