Governo Lula dispensou ajuda do Uruguai? Entenda o que aconteceu

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O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou a oferta feita pelo Uruguai de emprestar um helicóptero para ajudar no resgate das pessoas que foram afetadas pelas enchentes que ocorreram em todo o estado do Rio Grande do Sul. No entanto, foi rejeitado o uso de um avião que viria equipado com lanchas e drones, devido à falta de "infraestrutura aeroportuária disponível".

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Foto Valor Econômico

Nos últimos dias, o estado do Rio Grande do Sul tem sido atingido por chuvas intensas, resultando em inundações de diversas cidades. Cerca de um milhão de habitantes foram afetados pelo desastre ambiental, e a equipe da Defesa Civil já registrou mais de cem óbitos.

Durante uma audiência no Senado na segunda-feira (6) sobre a tragédia no estado, o secretário-executivo do Governo do Rio Grande do Sul, José Henrique Medeiros Pires, fez um apelo para que a recusa de ajuda fosse reconsiderada. Na ocasião, Pires agradeceu ao país vizinho pela rápida disponibilidade e solicitou à Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, que autorizasse o empréstimo dos veículos.

Pires mencionou igualmente um helicóptero com tripulação, pertencente ao governo do Uruguai, que já se encontra em atividade no resgate das pessoas ilhadas pelas inundações na área do município de Santa Maria (RS).

Solicitado pelo periódico Valor, o Executivo estadual do Rio Grande do Sul não emitiu posicionamento em relação ao tema. A oportunidade permanece em aberto.

No dia 8 desta semana, a Secretaria de Comunicação do Governo Federal lançou um comunicado alegando que não negou a oferta de ajuda do Uruguai. O governo afirmou que todas as ofertas de ajuda são aceitas, serão avaliadas conforme a necessidade urgente e apreciadas com gratidão.

O avião ofertado viria com lanchas e drones para auxiliar nas operações de resgate das vítimas. De acordo com as autoridades brasileiras, a análise técnica mostrou que, devido às suas características, o equipamento não seria adequado para o tipo de trabalho exigido. Além disso, foi informado que no Rio Grande do Sul um avião com propósitos semelhantes ao do avião uruguaio já está em uso. Portanto, a conclusão foi que o uso desse tipo de aeronave não seria realmente necessário.

O comunicado ainda afirmou que a escolha foi influenciada pela infraestrutura aérea à disposição.

De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa, o avião KC 390 está disponível no Brasil e tem a capacidade de aterrissar em pistas menores e transportar uma carga superior em comparação com o modelo Lockheed KC-130 H Hercules apresentado pelo Uruguai.

As inundações haviam afetado cerca de 80% das 497 cidades do estado, quando o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi atingido pelas inundações. A água atingiu uma altura de 2,5 metros, cobrindo completamente a pista e a área de sinalização do aeroporto. Como consequência, todas as decolagens e pousos foram interrompidos até o dia 30 de maio. Outros aeroportos comerciais em todo o estado também foram seriamente afetados pelas inundações.

A fim de suprir as demandas emergenciais, a Base Aérea de Canoas, localizada no Rio Grande do Sul, passou a operar voos de caráter comercial no dia de hoje. O seu objetivo principal consiste em minimizar o caos gerado pelo fechamento dos aeroportos estaduais e estabelecer uma via de acesso para as doações vindas de diferentes áreas, inicialmente.

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