Copiloto de Subscrição da Akad Seguros usa IA para potencializar o trabalho dos subscritores
Ivor Moreno, o responsável pelo setor de Transportes na Akad Seguros, deu uma entrevista para discutir a contribuição inovadora da Inteligência Artificial e da automação na subscrição de seguros de transportes. Durante a discussão, foi abordado como a Akad está adotando ferramentas de IA generativas e classificativas através do projeto Copiloto de Subscrição, com o objetivo de melhorar a precisão e a eficácia no processo de precificação de seguros. Isso promove uma análise de risco mais minuciosa e facilita a atuação dos subscritores. Ivor também comentou sobre os desafios que as seguradoras enfrentam para equilibrar preços competitivos e a gestão da sinistralidade, além de explicar como o Copiloto pode prever problemas futuros. A seguir, você pode conferir os principais pontos dessa conversa:
Ivor Moreno: O principal desafio na definição de preços no setor está em reconhecer as viagens que não sofreram sinistros. Essa identificação é crucial, pois impacta diretamente na avaliação do risco. As perguntas relacionadas à precificação estão sempre ligadas à magnitude da exposição ao evento. Por exemplo, se ocorreram 10 tombamentos na rodovia X, qual é o número total de viagens realizadas? Até conseguirmos acessar e aplicar inteligência artificial na coleta e análise de dados, foi extremamente complicado reunir todas as viagens sujeitas a um risco.
Ivor Moreno: Historicamente, o Brasil não tem sido um país frequentemente afetado por grandes desastres e eventos severos. Por essa razão, o principal desafio sempre foi gerenciar riscos de ocorrência e, especialmente, trabalhar para mitigá-los. Com essa característica, o risco tende a ser mais individualizado do que coletivo. Contudo, temos observado uma transformação nesse cenário de baixa exposição a desastres. As enchentes que ocorreram em maio passado no Rio Grande do Sul servem como um exemplo claro disso. Portanto, atualmente enfrentamos também a tarefa de equilibrar os custos dos seguros para cobrir indenizações relacionadas a eventos catastróficos, o que exigirá, sem dúvida, uma colaboração maior de cada membro da sociedade para garantir a proteção. Encontrar um equilíbrio entre essas duas realidades e mudar a percepção dos consumidores sobre seguros de transporte é o grande desafio que enfrentamos hoje.
Ivor Moreno: O objetivo do Copiloto de Subscrição é auxiliar o subscritor na avaliação de um risco. A formação do preço de um risco sempre considerou dois elementos, cuja importância pode variar.
Essa compreensão do Subscritor sempre se fundamentou mais em sua vivência ou na experiência da própria seguradora. Com a ajuda do copiloto, o subscritor contará com um recurso para confirmar sua intuição. Ele sempre terá autonomia para decidir sobre um risco, mas o copiloto proporcionará um suporte adicional nessa decisão.
Ivor Moreno: Consideramos que é prematuro fazer essa avaliação neste momento, mas o objetivo da Akad com essa ferramenta é alinhar os custos de seguro a um nível adequado, de modo que o consumidor se sinta amparado por uma base sólida de capital que o auxiliará nos momentos de maior vulnerabilidade, enquanto as seguradoras se sintam seguras em disponibilizar esse capital para uso quando essa necessidade surgir.
Ivor Moreno: Sem dúvida, estamos focando nessa abordagem. Acreditamos que, ao estabelecer um processo de aprendizado contínuo e automatizar principalmente os dados dos sinistros que acontecem diariamente, com suas particularidades, conseguiremos desenvolver um Copiloto sólido. Esse Copiloto será capaz de analisar os dados de um risco e determinar, com alta precisão, a quais eventos e à frequência com que uma rota ou mercadoria está exposta.
Ivor Moreno: Como mencionado anteriormente, a avaliação de riscos se fundamenta em observações prévias de eventos, levando em consideração análises e decisões que reagem a situações já ocorridas. O objetivo do Copiloto é, exatamente, apontar quais são as exposições que tornam uma viagem arriscada, se baseando no histórico anterior, mas de forma muito mais integrada a todos os dados que definem a particularidade daquela viagem.
Ivor Moreno: Em primeiro lugar, não consideramos que estamos desenvolvendo uma solução antifrágil. Acontecem eventos inesperados. O que buscamos é aumentar a segurança na avaliação de preços de cada operação. E isso não é uma inovação; notamos uma grande sofisticação na precificação do mercado automobilístico no Brasil. As seguradoras conseguem atualizar rapidamente seus sistemas de cotação se, por exemplo, o modelo X de um carro passar a ser mais roubado que o modelo Y em uma determinada região.
Esse procedimento não impactou a saúde financeira das seguradoras, mas proporcionou maior clareza ao consumidor sobre os riscos aos quais seu patrimônio está sujeito. Não é raro vermos uma pessoa escolher um veículo cujo valor do seguro seja inferior ao de outro similar que tem um custo mais elevado. Essa situação reflete como o setor de seguros, por meio de sua expertise e dos modelos que criou, comunica à população que o modelo Y apresenta um risco mais elevado em comparação ao modelo X. Acreditamos que isso gera mais transparência e, por consequência, aumenta a consciência do consumidor em relação às opções de seguro.
Ivor Moreno: Este é o desafio que estamos enfrentando ao longo dessa trajetória. Não podemos nos limitar a sermos apenas matemáticos, pois é necessário integrar diversos interesses comerciais, os quais frequentemente não são considerados pelo modelo.
Ivor Moreno: Acreditamos que esse processo vai aumentar a consciência do consumidor de seguros e evidenciará que o transporte rodoviário implica em muito mais riscos para o proprietário da carga em comparação com outras opções, como ferrovias, navegação costeira e transporte aéreo. Nosso desejo é que, em um futuro próximo, um embarcador consiga escolher o modal a ser utilizado, com plena consciência dos riscos envolvidos e, acima de tudo, de como estará protegido em relação a esses riscos.