Usiminas (USIM5): ação fecha com derrocada de 23% após balanço; o que frustrou tanto?

27 Julho 2024
USIM5

As ações da empresa Usiminas (USIM5) sofreram uma queda significativa de mais de 20% após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) que ficaram aquém do esperado, juntamente com projeções de custos desanimadoras e comentários negativos de executivos durante a teleconferência, o que acabou afetando o sentimento dos investidores em relação aos ativos da empresa. Os papéis encerraram o dia com uma baixa de 23,55%, sendo cotados a R$ 6,33, atingindo valores próximos aos menores desde outubro de 2023.

No segundo trimestre de 2024, a indústria siderúrgica registrou um prejuízo líquido de R$ 100 milhões, o que representa uma reversão em relação ao lucro de R$ 287 milhões obtido no mesmo período em 2023 e ao lucro de R$ 36 milhões do primeiro trimestre deste ano.

Segundo a Usiminas, a perda líquida foi causada pelo enfraquecimento do resultado operacional, juntamente com o impacto da desvalorização do real em relação ao dólar na dívida. A companhia afirma que esse efeito foi em parte equilibrado por eventos não recorrentes que totalizaram R$ 77 milhões positivos, impactando tanto o desempenho operacional quanto financeiro.

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No segundo trimestre de 2023, o lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação (Ebitda) ajustado da Usiminas foi de R$ 247 milhões, o que representou uma redução de 33% em relação ao trimestre anterior. A margem Ebitda ajustada ficou em 4%, enquanto no ano anterior estava em 5%.

A receita total da Usiminas teve uma redução de 8% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 6,350 bilhões. No entanto, no comparativo trimestral, houve um aumento de 2%. De acordo com a empresa, esse crescimento se deve à receita líquida gerada pela unidade de mineração, que teve uma alta de 16% no período e foi beneficiada pelos mecanismos de precificação e câmbio, mesmo com a queda de 10% nos preços de referência da Platts para o minério de ferro. O investimento em ativos fixos totalizou R$ 231 milhões no segundo trimestre de 2024, representando uma redução de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 14% em comparação ao trimestre anterior.

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No final do período, o saldo de caixa total da Usiminas atingiu a marca de R$ 5,605 bilhões, o que representou um aumento de 13% em relação ao ano anterior e uma redução de 2% em comparação com o trimestre anterior. Por outro lado, o fluxo de caixa foi de R$ 150 milhões.

Na perspectiva da XP, o resultado apresentado não foi considerado muito animador. A performance refletiu a baixa atividade na área de metalurgia. Mesmo com um desempenho melhor na mineração, o impacto negativo não foi completamente mitigado. Os investidores esperavam, de acordo com a análise da corretora, que mais informações sobre a redução de custos para o terceiro trimestre de 2024 fossem divulgadas. No entanto, isso não ocorreu e foi considerado a maior frustração da divulgação, segundo os analistas.

Segundo a XP, as expectativas são altas em relação à redução de custos no 3T24. No entanto, os resultados de hoje não indicam uma melhora significativa no Ebitda no próximo trimestre. Isso se deve, em parte, ao enfraquecimento contínuo do real, que exige aumentos de preços para impulsionar a recuperação da rentabilidade nas operações siderúrgicas, apesar dos ganhos de eficiência operacional.

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Segundo o Bradesco BBI, o ponto fraco foi o Ebitda ajustado, que ficou 22% aquém das expectativas e 34% abaixo da previsão do mercado. A discrepância em comparação com o previsto se deve principalmente aos resultados mais frágeis do que o aguardado em seu setor de metalurgia.

É tempo de balanços: Quais empresas e áreas merecem atenção no segundo trimestre de 2024?

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Os analistas do BBI notaram que os custos e gastos com aço no trimestre foram piores do que o esperado. Além disso, observaram que os preços do aço caíram 1% no 2T24. Em relação à divisão de mineração, o Ebitda aumentou 84% em comparação trimestral, atingindo R$ 153 milhões, impulsionado por preços mais altos (+17% trimestralmente) e volumes um pouco melhores.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Usiminas ficou 40% menor que o esperado pelo Itaú BBA, devido aos preços praticados no mercado siderúrgico nacional que foram mais fracos do que o previsto.

No terceiro trimestre de 2024, a Usiminas prevê um aumento no Ebitda em sua área de produção de aço, devido principalmente ao aumento nos volumes/vendas e nos preços, juntamente com custos mais baixos (uma vez que a redução dos custos de matéria-prima e ganhos de eficiência podem compensar a desvalorização do real), de acordo com o BBI.

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Por outro lado, o BBA destaca que a previsão da empresa de manter os custos estáveis na área siderúrgica em particular foi considerada uma surpresa desagradável para os acionistas, que estavam esperançosos por um aumento maior na eficiência.

Na mesma linha, a previsão de custos no terceiro trimestre foi uma grande desilusão para o Goldman Sachs, que esperava que os benefícios da reativação do alto-forno 3 resultassem em uma redução significativa nos custos. A empresa investiu cerca de 30% do seu valor de mercado no forno, no entanto, as margens de lucro para o aço permanecem baixas, em apenas 2%, o que a torna dependente de melhores condições de mercado para gerar lucro. "Acreditávamos que esse investimento tornaria a empresa muito mais competitiva e lucrativa em diferentes condições de mercado", destacou.

Veja a programação de resultados do segundo trimestre de 2024 da Bolsa de Valores do Brasil.

O BBI indicou que, embora previsse uma resposta negativa do mercado a esses resultados, a atenção estaria focada no tom dos executivos durante a teleconferência - uma vez que a extensão das melhorias trimestrais mencionadas no guia da empresa ainda não estava clara. O banco tem uma recomendação de desempenho acima da média e continua a esperar que o seu ímpeto de lucros acelere no segundo semestre.

Durante a vídeo conferência, a companhia apontou a desvalorização do real em relação ao dólar e o aumento das importações de aço como fatores cruciais para o fraco desempenho. De acordo com Marcelo Chara, CEO da empresa, a queda da moeda nacional impacta os custos dos insumos e matérias-primas, que possuem uma grande parcela em dólares, tais como carvão, coque, minério e produtos semielaborados.

Para o terceiro trimestre, Chara antecipa um aumento nas vendas no mercado interno devido ao crescimento econômico esperado. Em relação ao mercado internacional, há poucas oportunidades de exportação, exceto em mercados regionais que demandam produtos de alto valor agregado. Com os custos dos insumos e matérias-primas pressionados devido à desvalorização do real, o CEO destaca a necessidade de revisão dos preços do aço vendido pela empresa. O aumento de preço, de acordo com a empresa, ficará entre 5% e 7%, com implementação prevista para este trimestre.

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