Entenda o Que o Bom Resultado da Vale Significa para o Mercado
A gestão de custos aprimorou as perspectivas de performance da mineradora nos trimestres futuros.
A análise mais detalhada dos resultados da Vale (VALE3) revela um aumento de quase 4% no valor de suas ações nesta sexta-feira (25). Os papéis da mineradora figuraram entre as cinco maiores valorizadas do Ibovespa, contribuindo para evitar uma queda mais acentuada do índice, que está se fechando ligeiramente em baixa.
De acordo com os dados financeiros, os resultados da Vale apresentaram uma deterioração. A mineradora reportou um lucro de US$ 2,41 bilhões (R$ 13,75 bilhões) no terceiro trimestre, o que representa uma queda de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas também diminuíram, totalizando US$ 9,55 bilhões (R$ 54,44 bilhões) de julho a setembro, uma redução de 10% em comparação anual e de 4% em relação ao segundo trimestre.
O que trouxe entusiasmo aos investidores foi a geração de fluxo de caixa. No terceiro trimestre, o resultado operacional, avaliado pelo Ebitda, alcançou US$ 3,7 bilhões (R$ 21,1 bilhões), superando em aproximadamente 5% as expectativas do mercado. O principal fator dessa performance foi a redução dos custos, que diminuíram 17,1% em comparação ao trimestre anterior, ficando 5,8% abaixo das previsões do mercado.
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De acordo com o banco de investimento Goldman Sachs, espera-se que os custos continuem a diminuir nos trimestres futuros. Os analistas da instituição afirmaram: “Anticipamos uma melhoria no preço de equilíbrio do minério de ferro.” A estimativa do Goldman Sachs indica uma redução de US$ 5,50 (R$ 31,35), resultando em um custo de US$ 61,40 (R$ 350) por tonelada do minério de ferro.
A redução de despesas foi a mais elogiada pelos analistas. De acordo com Rodolfo Angele e Tathiane Candini, do banco J.P. Morgan, isso tende a se aprimorar. "Após passar por alguns trimestres enfrentando pressões de custos, os esforços da gestão para diminuir despesas começaram a se manifestar nos resultados da empresa", afirmaram eles ao analisar os dados. "A diretoria também apontou que, ao longo de setembro, os custos diminuíram ainda mais, indicando um desempenho ainda superior no quarto trimestre de 2024."
Ao analisar os resultados, o recém-nomeado CEO da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou a importância de restabelecer a competitividade, principalmente no setor de minério de ferro. "Houve uma queda na nossa competitividade por diversas razões, mas tenho plena confiança na nossa habilidade de superar esse desafio", declarou.
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou a importância de almejar resultados por meio de uma cultura voltada para a segurança e a performance, enfatizando a necessidade de inovação na exploração do minério de ferro. “Perdemos parte da nossa competitividade por diversos fatores, mas estou confiante de que, com determinação, conseguiremos retomar nossa agenda e acredito na nossa capacidade de entrega.”
Ele declarou que a empresa de mineração não pretende diversificar suas operações. "Estamos satisfeitos com o nosso portfólio. Temos commodities que dominamos e que conseguimos fornecer. Temos interesse em expandir nossas atividades no setor de cobre, mas isso exigirá um esforço adicional", disse durante a teleconferência com os analistas.
Na manhã de sexta-feira, a Vale firmou um acordo final referente às compensações que deve pagar, juntamente com a Samarco, em função do colapso da barragem em Mariana, ocorrido em novembro de 2015. Esse acordo aumentou as reservas da mineradora em US$ 1 bilhão (equivalente a R$ 5,7 bilhões).
Os analistas avaliaram o acordo de forma favorável. “Com as melhorias na operação e a nova abordagem do CEO voltada para restabelecer os relacionamentos institucionais, acreditamos que isso abrirá portas para a valorização das ações”, afirmaram os analistas do Goldman Sachs.
Embora eleve as reservas e os gastos futuros, o acordo proporciona garantias legais para os investidores, ao eliminar a chance de que novos montantes e requisitos sejam estabelecidos pela judicatura.
