Para Vale, acordo sobre Mariana no Brasil enfraquece tese para caso em Londres

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Bloomberg Línea — Dirigentes da Vale (VALE3) afirmaram que o Brasil é o local apropriado para debatê-las questões jurídicas ligadas ao colapso da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais.

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Foto Bloomberg Línea

Nesta sexta-feira (25), representantes do governo brasileiro firmaram um acordo final com as empresas participantes, incluindo a BHP, de origem anglo-australiana, totalizando R$ 170 bilhões em reparação pelo desastre. A Samarco é uma joint venture estabelecida entre a Vale e a BHP.

“O pacto firmado hoje representa um marco significativo. A jurisdição adequada para formalizar esse acordo é o Brasil, onde a deliberação deve ser debatida e decidida. Conseguimos conduzir esse processo com êxito”, afirmou Gustavo Pimenta, CEO da empresa, durante uma teleconferência com investidores.

Os papéis da mineradora, que já registravam uma valorização de 2% pela manhã devido aos resultados superiores às expectativas no terceiro trimestre (confira mais detalhes abaixo), apresentaram um aumento ainda maior após a assinatura do contrato, encerrando o pregão na B3 com um avanço de 3,40% nesta sexta-feira.

A BHP está lidando com processos coletivos no Reino Unido que começaram na última segunda-feira (21). As solicitações de compensação totalizam aproximadamente 36 bilhões de libras.

Leia mais: Vale: a redução no valor do minério e o aumento das provisões relacionadas a Mariana prejudicam o lucro.

O vice-presidente executivo de assuntos corporativos e institucionais da Vale, Alexandre Silva D’Ambrosio, afirmou que o processo judicial no Reino Unido, que trata das indenizações para as vítimas do desastre ocorrido em novembro de 2015, está em andamento e “continuará nas próximas semanas”.

"Saliento que esse assunto será abordado apenas no ano que vem", afirmou o executivo. Em relação às compensações, ele mencionou que já estão contempladas no acordo firmado nesta sexta-feira.

Em nossa visão, o pacto firmado no Brasil desmantela o argumento central [das ações coletivas], que afirmava que a solução do caso não estava ocorrendo de forma ágil e eficaz. Essa ideia acabou de ser refutada. O Brasil é o lugar apropriado para debater essa questão”, destacou o executivo.

A Vale anunciou uma provisão extra de US$ 956 milhões para a Samarco e a Fundação Renova no terceiro trimestre de 2024, informação divulgada na noite de quinta-feira (24). Assim, o montante total da provisão relacionada a esse caso foi atualizado para US$ 4,7 bilhões.

Saiba mais: BHP está sob processo judicial de £ 36 bilhões devido ao colapso da barragem em Mariana.

A provisão teve um efeito negativo sobre o lucro líquido da empresa, que alcançou US$ 2,4 bilhões no período, apresentando uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido também à diminuição no valor do minério de ferro e ao aumento nos custos de transporte.

"Após dois anos de discussões, formalizamos os termos obrigatórios para o acordo relacionado ao colapso da barragem da Samarco. Isso destaca o compromisso da Vale com uma compensação justa", afirmou Pimenta.

Conforme afirmou o CFO interino da Vale, Murilo Muller, a influência do acordo nas finanças será progressivamente menor.

Aumento Na Produção De Minério De Ferro

De acordo com o vice-presidente executivo interino de soluções em minério de ferro, Rogério Nogueira, o mercado ainda passará por um processo de estabilização. “A China deve responder por mais de 1 bilhão de toneladas de aço em 2024, e projetamos números semelhantes para 2025”, afirmou o executivo.

Confira a seguir: Depois de nove anos, Vale e BHP firmam um acordo de R$ 170 bilhões em relação ao desastre de Mariana.

Ele destacou que o governo da China tem se empenhado em fortalecer a confiança dos consumidores por meio de incentivos monetários e fiscais. “Estamos convictos de que essas medidas vão contribuir para a estabilização do mercado.”

Nogueira declarou que a empresa busca aprimorar seu portfólio, concentrando-se na descarbonização da indústria siderúrgica a longo prazo. "Temos a possibilidade de nos tornarmos o fornecedor líder desse setor, mas os preços dos produtos ferrosos estão muito atrelados às margens da siderurgia."

Pimenta afirmou que a empresa tem se esforçado para aumentar sua competitividade, diminuindo o custo de extração do minério de ferro para menos de US$ 20. "Vamos perseguir esse objetivo com determinação."

Segundo a Tendências Consultoria, a média de preços do minério de ferro em 2024 deve ser de US$ 109, comparado a US$ 120,6 do ano anterior. Essa previsão já leva em consideração os recentes incentivos do governo da China.

"O mercado global ainda enfrenta um excesso de oferta. A Vale revisou para cima suas projeções de produção para o ano, o que representa um fator relevante", afirmou Yasmin Riveli, analista de mineração e siderurgia da Tendências.

Sem mudanças drásticas e focada nas grandes tendências: as estratégias globais da WEG, conforme afirmou o CEO.

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Profissional de comunicação brasileira, atua na área de negócios há mais de 12 anos, possuindo experiência em atualizações em tempo real, sites, revistas e impressos. Já trabalhou no Broadcast da Agência Estado/Estadão, na revista Exame e no jornal DCI. Antes disso, dedicou 7 anos à produção e reportagem política em emissoras de rádio e televisão.

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