Vale (VALE3) inicia semana em queda no Ibovespa; veja motivos

VALE3

VALE3 Cai Na Bolsa De Valores Por Queda Na Venda De Minério Na China; Outras Empresas Também Sofrem Queda

Na manhã desta segunda-feira (11), as ações da Vale (VALE3) sofrem uma queda considerável e estão entre as maiores perdas do Ibovespa. Isso se deve principalmente à forte desvalorização do minério de ferro na China. Além disso, o mercado está analisando a recente decisão da empresa, tomada na sexta-feira (8), de prolongar o mandato do CEO até o final deste ano.

VALE3 - Figure 1
Foto Suno Notícias

Por volta de 13h05, as ações comuns da Vale (VALE3) apresentaram queda de 3,17%, com preço de R$ 63,92. Nesse momento, as ações de outras empresas relacionadas ao setor também apresentaram queda em conjunto. Verifique:

O diagrama foi produzido no dia 11 de março de 2024.

No dia 11 de maio, o valor do minério de ferro despencou 7,1%, chegando a ser cotado a US$ 108,40 por tonelada. Esse preço é o mais baixo em sete meses para o comércio imediato. Importante destacar que a queda do minério de ferro já chega a 25% desde janeiro deste ano, influenciada principalmente pelas atividades de construção civil e manufatura na China.

Segundo Fabrício Gonçalvez, diretor executivo da Box Asset Management, a receita da Vale está sendo impactada negativamente por uma diminuição no valor do minério de ferro devido a fatores desfavoráveis na China, que é o principal país importador desse recurso e representa um mercado crucial para a empresa, tendo em vista que o mineral é um dos seus principais produtos.

Além da questão do minério, o mercado também está repercutindo a decisão dos conselheiros da Vale de estender o mandato do CEO atual, Eduardo Bartolomeo, até o término deste ano. A medida foi declarada na última sexta-feira (8).

A prolongação do contrato de Eduardo Bartolomeo e a resolução de lançar um procedimento de seleção para um novo CEO estão criando instabilidade entre os investidores acerca da direção futura da companhia. Essa insegurança resulta em uma redução de valor das ações a curto prazo, ocasionando uma queda vista hoje - complementa Gonçalvez.

Pedro Galdi, especialista da Mirae Asset, considera que a medida de adiar a saída do Bartolomeu foi benéfica, pois põe fim às especulações sobre uma possível indicação do governo para ocupar a vaga. Já os analistas da Genial Investimentos, acreditam que a extensão do mandato do CEO até dezembro não elimina as dúvidas e mantém a possibilidade de influência do governo na escolha de um nome alinhado aos seus interesses.

As ações ainda apresentam desconto, pois os resultados da operação causam certo alívio. Após os problemas serem solucionados, o valor das ações deve aumentar. A Genial sugere a compra das ações da Vale e estabelece um preço-alvo de US$ 16,75 para as ADRs.

Itaú BBA Vê Escolha De CEO Na Vale De Forma Positiva

Os especialistas do Itaú BBA, em seu relatório atualizado, consideraram como algo favorável a decisão da Vale (VALE3) em estender o prazo do mandato do CEO.

O banco considera que, mesmo que os investidores percebam a decisão como sendo "neutra" do ponto de vista operacional e estratégico, ela coloca um fim a uma incerteza acerca de uma possível mudança na liderança do CEO, que estava sujeita a interferências externas nos últimos meses.

Ademais, temos convicção de que a sucessão do CEO em 2025 poderá transcorrer de maneira mais tranquila e organizada, haja vista que a empresa global encarregada de assessorar a Vale terá o tempo preciso para analisar minuciosamente as aptidões dos aspirantes ao cargo. Isto foi registrado por escrito.

O banco Itaú indica a compra das ações da Vale, dando a elas a classificação de "outperform", e espera que o preço atinja US$ 17,00.

"Desafios A Considerar Na Cotação Atrativa Da Vale"

Em um vídeo recente intitulado "Vale: Está a um Preço Acessível para Comprar? Conheça os Riscos das Ações", Bruno Rosolino, analista da Genial Investimentos, compartilhou suas análises sobre as ações da Vale.

Ao avaliar os números do último trimestre de 2023, Rosolino chamou a atenção para a importância de compreender os perigos antes de investir na empresa de mineração. Ele salientou que, apesar de ser tentador investir na Vale no momento, é preciso levar em conta os obstáculos presentes para os investidores.

O planejador destaca a falta de previsibilidade a curto prazo, especialmente em relação à China. Ao longo da história, o país asiático sempre foi fundamental para a empresa de mineração brasileira. Apesar disso, ele salienta que existem expectativas melhores para a operação neste ano.

Segundo Rosolino, embora o cenário atual possa ser positivo, aqueles que investem na Vale devem ter conhecimento dos obstáculos e das distrações que podem afetar os desfechos.

Adicionalmente, é importante ressaltar que o analista apontou três fatores críticos que ele denominou como "overhangs" ou interferências que podem impactar negativamente a Vale. O primeiro é o acordo referente às reparações em Mariana, com projeções variando de R$ 125 a R$ 155 bilhões. De acordo com ele, esse acordo pode comprometer de forma substancial as distribuições de lucros da Vale e o seu patrimônio líquido.

Um outro aspecto recai sobre a eleição do novo CEO da Vale, com o governo brasileiro influenciando na escolha de alguém que compartilhe dos seus interesses. Tal situação suscita indagações acerca da autonomia da companhia. Nesta quinta-feira (7), a Vale emitiu comunicado à imprensa informando que o seu conselho de administração não havia tomado qualquer decisão sobre a renovação do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ou sobre a realização de um processo seletivo para o próximo líder.

Em uma declaração, a empresa de mineração afirmou que o conselho continuaria a conduzir as negociações para escolher o presidente da empresa de maneira cuidadosa e cumpriria os estatutos sociais e as políticas empresariais com precisão.

Rosolino avisou que os investidores devem estar atentos aos riscos envolvidos na escolha de um novo CEO e às exigências do governo, pois isso pode influenciar o futuro da empresa nos próximos meses. Este alerta foi feito antes da nomeação de Bartolomeu na última sexta-feira (8).

O perito ainda falou sobre a constante pressão do governo em relação à Vale, exemplificando com a recente suspensão da licença de operação de duas minas pela Secretaria do Meio Ambiente. Tais afirmações podem afetar os resultados da empresa de forma negativa.

Mesmo considerando as dificuldades mencionadas, o especialista enfatizou que o ambiente de negócios da Vale é propício e que as ações da empresa estão com desconto. Ele afirmou que, embora existam riscos envolvidos, muitos deles já foram considerados no preço das ações da Vale.

Em outra avaliação, Rosolino destaca a presente necessidade de minérios. Apesar de o valor desses recursos estar sujeito a pressões, a Vale preserva uma estrutura operacional robusta.

Mesmo havendo dúvidas, a procura pelo mineral se mantém, oferecendo respaldo às atividades da Vale. Esses aspectos devem ser levados em conta pelos investidores enquanto avaliam a possibilidade de adquirir ações da empresa, afirma.

Ler mais
Notícias semelhantes
Notícias mais populares dessa semana