Juninho, hoje no Orlando: 'O Vasco me fez ser quem eu sou'
Creia-me, São Januário é o meu lar. Residi lá por muitos anos, meu amigo. Tinha tamanho tumulto que, em dia de partida, era impraticável dormir. Aproveitávamos a oportunidade e íamos para as arquibancadas torcer fervorosamente.
Houve uma partida em que os torcedores organizaram uma exibição de mosaico em homenagem a 1927, o ano em que nosso estádio foi inaugurado. De repente, todos os torcedores ao redor retiraram suas camisas, ergueram-nas para o alto e entoaram a canção "Camisas Negras".
Nunca havia ouvido essa música antes, nem conhecia as letras, no entanto, senti arrepios logo nos primeiros versos. Antes do final, já estava sem minha camisa, assim como aconteceu quando Bira me obrigou a tirar a camiseta do Vasco no posto de combustível - ele trabalha lá até hoje e ainda guarda a camisa com a minha assinatura.
Portanto, a música do Vasco que mais me agrada é "Camisas Negras". Ela evoca as convicções do clube que batalhou pelos direitos dos trabalhadores negros e, ainda hoje, enfrenta a discriminação racial.
Por tantas razões, a minha gratidão pelo clube será eterna. O Vasco moldou a minha personalidade. O Vasco tomou conta de mim em tempos onde os meus pais não estavam por perto. - @JR_50vasco, jogador antigo do @VascodaGama, atualmente no @OrlandoCitySC. #ArquivoTPT