Análise: Vasco é engolido pelo Atlético-GO e faz pior jogo sob o comando de Rafael Paiva

1 Agosto 2024
Vasco

- Não tivemos um encontro no jogo - resumiu Paiva após o término da partida.

Campo em ótimas condições, oponente e local de jogo que a equipe enfrentou recentemente. A única mudança? Philippe Coutinho como titular no meio-campo. Ambiente ideal para mais uma vitória contra o Atlético-GO, porém isso não ocorreu. Na realidade, o cenário se mostrou terrível para os torcedores do Vasco.

A visão do repórter especializado: uma análise sobre a situação do Vasco durante o segundo período de transferências.

A única vez em que o Vasco conseguiu dominar o jogo foi nos primeiros cinco minutos. A equipe manteve a posse de bola e tentou fazer trocas de passes no campo adversário. No entanto, devido a uma falha coletiva da defesa, com Paulo Henrique errando um passe no meio e Rojas se perdendo na marcação, o Atlético abriu o placar cedo, aos 6 minutos, com um gol de Emiliano Rodríguez que poderia ter sido defendido por Léo Jardim.

Adson retomou a ofensiva após ser preservado, porém o Vasco falhou em conectar os contra-ataques e usar os extremos. Tanto o jogador número 28 quanto David não foram muito incisivos contra o adversário. Quando recebiam a bola, os atacantes geralmente a devolviam à defesa ou não conseguiam dar continuidade às jogadas. Além disso, não apresentaram uma entrega física significativa na recomposição - Paulo Henrique e Piton ficaram desprotegidos, permitindo que o Atlético atacasse livremente pelos flancos e pelo meio.

Vasco foi derrotado no meio-campo pelo Atlético-GO — Imagem: Ingryd Oliveira/ACG

Tão aguerridos nos jogos anteriores, Hugo Moura e Mateus Carvalho não conseguiram se destacar na marcação, e o Vasco se viu em desvantagem no meio-campo. Durante todo o primeiro tempo, a equipe não cometeu nenhuma falta. Essa situação permitiu que o Atlético dominasse o campo de ataque, passando a maior parte do tempo nessa região.

Sem conexão e com pouca marcação, a estratégia mais comum era lançar a bola para Vegetti - nesses momentos, o Vasco quase nunca conseguia recuperar a posse. O Atlético atuou de forma intensa e cobriu todos os setores do campo. Mostrou mais vigor físico para vencer os duelos.

Ao contrário do Vasco, a equipe adversária interrompeu o jogo com faltas sempre que o time de Rafael Paiva tentava avançar. O Dragão foi eficiente em neutralizar o melhor jogador rival: apenas Coutinho sofreu quatro faltas no primeiro tempo. O meio-campista foi o único jogador do Vasco a buscar o ataque nos primeiros 45 minutos. Sempre que tocava na bola, o número 11 tentava iniciar uma jogada ofensiva, mas não conseguia se livrar da marcação do Atlético.

O Atlético-GO chutou ao gol 11 vezes, enquanto o Vasco só conseguiu finalizar duas vezes. Além disso, a equipe carioca realizou duas defesas em cima da linha. O placar de 1 a 0 foi favorável ao Vasco no primeiro tempo, mas o time goiano dominou a partida.

Resultados do primeiro tempo de Atlético-GO contra Vasco:

Qual o motivo da queda de desempenho da equipe de Rafael Paiva? A falta de competitividade tem sido evidente. O grande destaque do Vasco sob o comando do treinador era a marcação intensa e a rápida recuperação após a perda da bola. Os pontas, em especial, não têm mantido o mesmo nível de entrega de antes. Sem a devida recomposição, os laterais acabam ficando sobrecarregados, graças ao mérito do Atlético, e a equipe não consegue avançar pelas laterais. Alguém precisará se esforçar mais para que Philippe Coutinho tenha liberdade para ser decisivo.

Novamente, o técnico não conseguiu fazer com que as orientações dadas no intervalo fossem colocadas em prática no segundo tempo. O Vasco seguiu sendo dominado pelo Atlético-GO, o que levou Paiva a colocar Payet em campo para atuar ao lado de Coutinho pela primeira vez - uma tentativa de resolver a falta de criatividade até então apresentada pela equipe.

Foram apenas 10 minutos para avaliar a atuação dos dois jogadores juntos. Coutinho demonstrou cansaço no segundo tempo, enquanto Payet elevou a qualidade do jogo. O jogador número 10 acrescentou profundidade ao time. O Vasco não conseguiu dominar a partida, e é natural que a dupla tenha pouca influência sem a posse de bola. Com mais entrosamento, os meias podem se tornar peças fundamentais para controlar os jogos.

"Por vezes, o futebol pode ser imprevisível... mas isso é motivo de celebração", afirma alegremente João Almirante | A Voz da Torcida.

Cinco substituições foram feitas no decorrer da segunda etapa, incluindo os três novos contratados da segunda janela de transferências, mas mesmo assim o Vasco não conseguiu se encontrar em campo. A equipe foi dominada pelo Atlético-GO, que se aproveitou do espaço aberto e pressionou os jogadores do Vasco. Léo Jardim se destacou com duas defesas importantes.

O ponto alto do Vasco no jogo foi quando conseguiram empatar aos 42 minutos, mesmo já estando prevista a derrota. Apesar do time não ter funcionado bem como um todo e a genialidade de jogadores como Coutinho e Payet não ter resolvido, a solução veio de uma jogada comum da equipe: um cruzamento de Piton para o chute de Vegetti - o qual fez um belo gol de voleio e se tornou o artilheiro isolado do campeonato, com cinco gols. O lateral estava tendo uma atuação defensiva fraca, mas bastou uma rápida subida para mudar o rumo do jogo.

Placar final da partida entre Atlético-GO e Vasco:

A próxima partida do Vasco será contra o Atlético-GO, no São Januário, na próxima terça-feira, às 21h45. Antes disso, no sábado, o time enfrenta o Red Bull Bragantino, às 19h, pelo Brasileirão, também no seu estádio.

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