Oposição escolhe candidato para enfrentar Maduro nas próximas eleições da Venezuela

Venezuela

Os cidadãos da Venezuela exerceram, no último domingo (22), seu direito de voto para eleger o representante da oposição, que irá concorrer às eleições de 2024 com o objetivo de pôr fim a 25 anos de governo socialista.

A ex-parlamentar María Corina Machado é a principal escolha dentre os dez aspirantes, ainda que esteja impedida de assumir funções governamentais.

Houve grande aglomeração de pessoas nos locais de votação em Caracas durante a realização de uma primária organizada de maneira independente, ocasião em que os eleitores tiveram dificuldades para localizar suas urnas. Mesmo com a ampla divulgação, o governo do presidente Nicolás Maduro impediu o acesso ao site que orienta os cidadãos sobre onde votar.

Nestor Gómez, de 63 anos, declarou do lado de fora do seu local de votação próximo à praça principal da favela Petare, em Caracas: "Eu desejo que meus netos tenham um futuro seguro em nosso país, sem ter que sair daqui. Essa é a nossa chance de mudar a realidade atual".

Pessoas residentes em uma região de nível socioeconômico médio da cidade carregaram suas próprias mobílias para montar nove postos de votação na calçada, onde milhares de indivíduos aguardaram em fila desde o começo da manhã, conforme relatado por Mirna Azancote, responsável pela coordenação local.

Luis Moya, um jovem de 20 anos, aguardava pacientemente no final de uma longa fila de cerca de três horas, ansioso para exercer seu direito de voto pela primeira vez.

Moya afirmou que o atual governo parece não ter interesse em incentivar a juventude a se envolver com a política. Conheço pessoas que nem sequer se cadastram para votar por acreditarem que não há motivos para participar. É preciso lembrar que esse é um dos poucos direitos que nos restam.

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As eleições primárias estão ocorrendo após Maduro ter firmado um pacto para garantir maior imparcialidade no pleito do ano seguinte, mediante a suspensão de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos em contrapartida.

O vencedor terá que enfrentar o desafio de Maduro, que está com 60 anos, quando ele disputar sua terceira eleição consecutiva de seis anos. Além disso, o vencedor poderá ser uma nova força unificadora para a oposição, que atualmente está dividida.

A seguir estão as expectativas:

María Corina Machado: Liderança Em Foco

Machado, de 56 anos, que se apresenta como uma pessoa de opiniões moderadas, é a candidata mais bem cotada. De acordo com uma pesquisa recente, ela foi a escolha de 87% dos entrevistados que indicaram alta probabilidade de votar nas eleições primárias.

Contudo, ela se depara com desafios significativos para alcançar a presidência. O regime de Maduro impede Machado de sair do país e, em junho, declarou que ela não poderia ocupar cargos públicos. Machado afirma que essa desqualificação é sem sentido e confia em que o êxito neste final de semana resulte na anulação da proibição por parte de Maduro.

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Machado anseia por revitalizar a debilitada economia da Venezuela por meio de políticas pró-mercado e da ampla privatização, que engloba o significativo segmento petrolífero. Além disso, ela pretende buscar a transformação da gigantesca dívida venezuelana em um título único.

Segundo o instituto de pesquisa Delphos, nenhum dos demais concorrentes se equipara em popularidade. O ex-deputado e candidato do partido Ação Democrática, Carlos Prosperi, ocupa a segunda posição com 2,1% de apoio entre os eleitores com alta probabilidade de comparecer às urnas.

Machado declarou que hoje prestamos homenagem aos venezuelanos que estão no exterior; aqueles que foram perseguidos, expulsos do país, outros que foram aprisionados e alguns que sofreram consequências fatais. O voto de Machado é apenas um passo e ainda há muito mais a ser feito para cumprir nosso dever.

Novo Aliado De Maduro: Quem é?

Ao tomar conhecimento das alterações na autoridade eleitoral, que previam a nomeação de Elvis Amoroso - considerado um aliado próximo de Maduro- como presidente do órgão, a oposição optou por financiar e gerir por conta própria as primárias. Isso ocorreu pois, previamente, Amoroso já havia agido contra a candidatura de importantes líderes opositores, como Machado.

A escolha de realizar as eleições primárias de maneira autônoma emergiu incertezas a respeito do procedimento e seus desfechos. O sistema de votação não empregará equipamentos eletrônicos ou locais eleitorais convencionais, preferindo optar por cédulas de papel e espaços desconhecidos aos votantes, que variam desde praças citadinas até estacionamentos e residências particulares gentilmente cedidas por cidadãos voluntários.

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Os responsáveis mantiveram sua posição ao recusar ajuda oferecida pela autoridade eleitoral, já tarde demais, por receio de influência política. Eles afirmam ter assegurado mais de três mil locais com cerca de cinco mil mesas de votação. Além disso, o comitê garante ter capacitado dezenas de milhares de voluntários.

Recentes estudos apontam que apenas 1,5 milhão de indivíduos votarão no próximo domingo, representando quase a metade do número registrado nas eleições primárias de 2012 da oposição, uma vez que o governo obstruiu o acesso ao site com informações sobre os locais de votação.

Contar com locais de acesso público também pode desmotivar eleitores em áreas carentes, onde os adeptos ao governo se utilizam do poder que possuem sobre recursos alimentícios e subsídios financeiros para recompensar seguidores e penalizar opositores.

Os locais de votação estarão abertos das 8h às 16h ou enquanto ainda houver eleitores aguardando na fila. Diversas entidades nacionais irão fiscalizar o pleito. A comissão organizadora publicará resultados preliminares na noite do domingo.

Na semana passada, houve uma retomada das discussões entre o governo e um grupo de oposição, que se uniram para garantir as eleições presidenciais do próximo ano sejam mais acirradas.

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O Tesouro dos Estados Unidos concedeu uma demonstração de gentileza ao emitir uma licença válida por seis meses permitindo transações envolvendo petróleo e gás proveniente da Venezuela. Ademais, foi retirada a proibição de comércio secundário de alguns títulos soberanos da Venezuela, assim como dívidas e ações emitidas pela companhia Petroleos de Venezuela SA.

Nicholas Watson, um analista da Teneo, observou que ainda existe incerteza quanto à possibilidade de Maduro acatar as demandas por reformas eleitorais significativas que possibilitariam uma competição justa por parte da oposição. O analista destacou que talvez o líder relute em tomar tal medida, especialmente frente ao contexto de economia enfraquecida e desgaste popular do seu governo. Com Machado impulsionando o apoio, a situação se torna ainda mais desafiadora.

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