Por que Vitor Roque só vai para o Barcelona no meio de 2024 ...

12 Julho 2023
Vitor Roque

'O Tigre chegou': Barcelona anuncia a contratação de Vitor Roque, do Athletico-PR; VEJA (0:21)

O atacante brasileiro só irá para o clube espanhol em julho de 2024 (0:21)

ESPN.com.br

12 de jul, 2023, 11:50

O Barcelona anunciou oficialmente a contratação de Vitor Roque, mas o jovem atacante brasileiro seguirá no Athletico-PR até junho de 2024, só se apresentando na Espanha para a temporada 2024/25. Além do interesse rubro-negro, a explicação para isso tem a ver com a situação financeira dos catalães.

Na véspera do anúncio da contratação, o presidente do Barcelona, Joan Laporta, já havia confirmado o negócio, mas alertou que a data da chegada do brasileiro dependeria do "plano de viabilidade" que foi apresentado a LaLiga, uma tentativa do clube de operar com mais liberdade em relação a seus gastos.

É que, com uma dívida bilionária e gastos acima do teto com salários, o Barcelona está fora das regras de "fair play financeiro" e sofreu uma série de sanções por parte de LaLiga, o que impediu, por exemplo, na última temporada, que a equipe conseguisse registrar até renovações contratuais com seus atletas.

Para convencer LaLiga de que está trabalhando para equalizar suas contas, o Barcelona apresentou o chamado "plano de viabilidade" no último mês de abril. Nele, o clube se comprometeu a reduzir seus gastos ordinários em 15% em dos anos e também diminuir a folha salarial em 120 milhões de euros (R$ 641 milhões na cotação atual) na atual temporada, incluindo a venda de jogadores.

A principal do Barcelona era de que LaLiga liberasse o clube para operar sob a regra que vale para todas as outras equipes espanholas, a norma "1 por 1". Isso significa que cada euro economizado na folha de uma equipe pode ser reinvestido pela mesma – ou seja, se o Real Madrid abre espaço em seus salários com a saída de Karim Benzema, pode contratar um outro jogador recebendo o mesmo.

No início de junho, LaLiga aprovou o plano apresentado pelo Barcelona, mas não de forma total, por entender que ainda havia questões que os catalães precisariam resolver em suas finanças. Assim, o clube não entrou na norma "1 por 1", mas sim em uma regra de 40% e 20%.

Explicando: a cada cifra economizada pelo Barcelona em salários de jogadores, 40% pode ser destinada à inscrição de novos jogadores; e de cada venda feita pelo clube, 20% podem ser reinvestidos.

Ou seja, se o Barcelona economizou, hipoteticamente, 100 milhões de euros em sua folha, só 40 milhões de euros podem ser acrescidos com salários de outros atletas; se vendeu alguém por 100 milhões, só 20 milhões podem virar investimento no mercado.

O Barcelona viu jogadores de peso saírem desde a última temporada, abrindo espaço em sua folha salarial que supera 600 milhões de euros (mais de R$ 3 bilhões), como Antoine Griezmann, Memphis Depay, Jordi Alba, Gerad Piqué e Sergio Busquets. Mas o clube também tinha que inscrever renovações igualmente feitas no passado, como Gavi, Ronald Araújo, Iñaki Peña, Sergi Roberto ou Marcos Alonso.

Pensando em reforços, o Barcelona já tinha que acomodar sob as regras financeiras estabelecidas por LaLiga as chegadas de Iñigo Martínez e Ilkay Gundogan. Fora isso, o clube ainda segue no mercado para atender pedidos prioritários de Xavi: a chegada de um lateral-direito e também mais dois meio-campistas. Faltaria "espaço" nas contas para acomodar também Vitor Roque agora.

Laporta e o Barcelona sempre trataram a inscrição imediata de Vitor Roque como "improvável", mas entendiam que seria possível contar com ele em janeiro. "Dependerá do 'fair play', do plano de viabilidade que temos que cumprir. E há algumas operações que teríamos que fazer, a não ser que geremos receitas que nos deem fair play, aí então poderíamos contratar o jogador", disse o dirigente.

A chegada apenas em 2024/25, porém, dá muito mais tempo para que o Barcelona consiga resolver suas questões internas – além de também agradar ao Athletico-PR, que segue com seu principal atacante até o fim da temporada brasileira e ainda por parte do próximo ano.

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