Análise: Vitória corrige estratégia no intervalo e conquista resultado crucial contra o Bragantino
Após conquistar um ponto nos dois últimos jogos fora de casa, contra Internacional e Atlético-MG, o Vitória tinha plena consciência de que o jogo decisivo seria neste sábado, contra o Bragantino. Este era o primeiro de cinco embates diretos em sequência que poderiam determinar sua luta contra o rebaixamento. Embora o desempenho com a bola não tenha sido dos melhores, o time Rubro-Negro demonstrou garra e conseguiu se adaptar para vencer por 1 a 0, saindo assim da zona de rebaixamento (assista acima aos melhores momentos).
Em campo, o Vitória contou com um setor central formado por Luan, Ryller, Matheusinho e Jean Mota, que também se destacava ao surgir na área para concluir. Na defesa, o time se organizava em duas linhas de quatro jogadores, com Janderson e Matheusinho na linha de frente. Se o técnico esperava uma melhor capacidade criativa, a equipe foi quase inexistente nesse aspecto no primeiro tempo.
Mosquito no confronto entre Vitória e Bragantino, no Barradão — Imagem: Victor Ferreira / EC Vitória
Com a presença de mais meio-campistas, Carpini conseguiu suprir a ausência de jogadores nas laterais ao facilitar a participação dos alas, especialmente quando Luan recuava entre os zagueiros, formando uma linha de três. Essa estratégia resultou, inclusive, na melhor oportunidade do Leão no primeiro tempo, quando Ryller acionou Cáceres, que fez o cruzamento para uma finalização inadequada de Jean Mota.
No começo do jogo, o Vitória focou suas ações pelo meio do campo, mas teve dificuldade em achar espaços. Com apenas Mosquito como um jogador rápido nas laterais, as jogadas se restringiram principalmente ao lado direito, aproveitando as investidas de Cáceres. Mesmo assim, quase não houve articulação nos ataques do time, que finalizou o primeiro tempo com duas tentativas sem qualquer risco para o adversário.
- A intenção ao colocar o Jean Mota em campo era ter um melhor controle da partida. Enfrentei o Bragantino quatro vezes este ano e eles costumam posicionar cinco jogadores na linha defensiva. Percebo que o Matheusinho acaba se sobrecarregando na criação, uma vez que os jogadores de beirada atuam mais pela profundidade e não se aproximam tanto para fazer a circulação da bola. A proposta com o Jean, que é um dos meio-campistas de origem que temos no elenco, era formar um quadrado atrás da segunda linha para manter a posse de bola e liberar mais o time - detalhou Carpini após o jogo.
Everaldo celebra seu gol pelo Vitória — Imagem: Jhony Pinho/AGIF
A má performance ficou evidente na volta do Vitória após o intervalo, quando Carpini substituiu Jean Mota e Mosquito por Everaldo e Carlos Eduardo. Assim, a equipe retornou ao esquema com duas pontas. O começo da segunda etapa foi alarmante, com o time da casa enfrentando dificuldades para construir jogadas, enquanto o Bragantino aproveitou para criar ao menos duas boas oportunidades.
Era uma situação tão desfavorável que, aos 18 minutos, Carpini decidiu fazer as trocas decisivas, colocando Willian Oliveira, Machado e Zé Hugo nos lugares de Luan, Ryller e Janderson. Como resultado, Carlos Eduardo assumiu a posição de referência no ataque do Vitória. Essa mudança surtiu efeito, pois a equipe ganhou em mobilidade e contou com jogadores que apresentaram melhor qualidade nos passes no meio-campo.
Carlos Eduardo já me comentou que desempenhou essa função, por isso, sempre que temos a oportunidade nos treinamentos, buscamos testar e desenvolver alternativas com as opções disponíveis para cada partida - afirmou Carpini.
Apesar de não ter demonstrado muita criatividade, o Vitória conseguiu manter a posse de bola no campo de ataque e pressionar a área adversária. E quando a habilidade não aparece, é preciso recorrer à garra. Nos minutos finais, Zé Hugo disputou a bola, que sobrou para Carlos Eduardo, atuando como centroavante, proporcionar um passe digno de um camisa 10, permitindo que Everaldo balançasse as redes e garantisse a vitória.
Aos 33 minutos do segundo tempo, Everaldo, do Vitória, marcou um gol de dentro da área contra o Bragantino.
O Vitória iniciou sua sequência decisiva de jogos diretos com um resultado expressivo. No entanto, será necessário muito mais para atingir suas metas. O desempenho da equipe, neste sábado, foi instável na maior parte do tempo, especialmente em relação à formação inicial escolhida por Thiago Carpini. Por outro lado, o aspecto positivo é que o técnico rubro-negro identificou o problema a tempo e conseguiu realizar as devidas correções.