Putin ameaça com o uso de armas nucleares se países ocidentais enviarem tropas para a Ucrânia
A inesperada e misteriosa morte do principal oponente dele, Alexei Navalny, na prisão, fez com que Putin fosse visto como o principal suspeito pelos líderes de países ocidentais. Hoje, ele alertou que as atitudes desses países estão causando temor no mundo todo, diante da ameaça de um conflito com armas nucleares.
Estamos próximos de mais uma eleição presidencial na Rússia, que provavelmente resultará na reeleição de Vladimir Putin por mais seis anos. A maioria dos candidatos contrários a ele estão atualmente presos, exilados ou falecidos. Foi sob essa circunstância que o presidente russo realizou um discurso na quinta-feira (29).
Ao abordar o conflito na Ucrânia, mencionou que a população russa está de forma unânime ao seu lado. Putin argumentou que o Ocidente está tentando estimular uma corrida armamentista à moda antiga da Guerra Fria, contudo, reforçou a importância de a Rússia consolidar sua defesa na fronteira ocidental, já que Finlândia e Suécia aderiram à Otan. Ele ainda denunciou que os integrantes da Aliança Militar do Ocidente estão se preparando para atacar as terras russas.
No começo da semana, Emmanuel Macron, o presidente da França, sugeriu que a Otan poderia enviar tropas para a Ucrânia. No entanto, outros países do grupo como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, negaram que houvesse um plano para enviar soldados para a região. A ameaça de Macron provocou uma resposta da Rússia.
"Não é sensato ameaçar a Rússia, pois isso poderia levar a graves consequências. As potências ocidentais precisam estar cientes de que os russos têm à sua disposição tecnologia avançada que lhes permite responder caso sejam alvo de um ataque. É importante manter a calma e a diplomacia para evitar uma escalada da tensão entre as nações."
Putin afirmou que as forças nucleares russas estão completamente preparadas. Essa declaração está sendo considerada como uma das mais contundentes do presidente desde a invasão da Ucrânia, ocorrida há dois anos.
Enquanto isso, uma prisão controversa foi divulgada na Rússia. Na quinta-feira, deteve-se o editor-chefe do distinto jornal independente "Novaya Gazeta", Sergei Sokolov, sob a acusação de desacreditar as Forças Armadas russas. Em dezembro de 2023, Sokolov escreveu um artigo sobre órfãos russos que teriam firmado contratos militares para lutar na Ucrânia.
A organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras expressou sua objeção à detenção, afirmando que se trata de mais um exemplo da violência da censura que ocorre na Rússia.