Putin diz que concordou com troca de Navalni por prisioneiros no Ocidente dias antes de sua morte

Vladimir Putin

Depois de ganhar as eleições presidenciais da Rússia com quase 90% dos votos, o Presidente Vladimir Putin declarou nesta segunda-feira, 18 de março, que concorda com a proposta de soltar o líder da oposição Alexei Navalni em um acordo de troca de prisioneiros com países ocidentais. Esse fato ocorreu poucos dias antes da morte de Navalni, em 16 de fevereiro.

Durante uma coletiva de imprensa para a contagem dos votos, o presidente falou sobre a triste notícia da morte do dissidente no domingo. Ele afirmou que a situação é inevitável e não há como mudá-la, pois faz parte do curso natural da vida. É interessante notar que o presidente chamou o dissidente pelo nome diversas vezes, algo que não acontecia há muitos anos. Essa foi a primeira declaração do presidente sobre Navalni desde a sua morte.

Putin mencionou novamente o opositor na segunda-feira, sem apresentar evidências, dizendo que alguns dias antes de sua morte, "certos colegas que não faziam parte da administração (presidencial)" mencionaram a sugestão de trocar Navalni por certas pessoas detidas em prisões em países ocidentais. Ele expressou apoio à proposta.

As declarações do falante coincidem com o que foi dito por aliados de Navalni no mês passado, sobre possíveis negociações entre autoridades russas e ocidentais para uma troca de prisioneiros envolvendo Alexei Navalni. Maria Pevchikh, amiga de longa data do político, afirmou que as conversas estavam perto do final alguns dias antes da morte repentina e inexplicável do crítico do Kremlin. Ela acusou Putin de ter "se livrado" de Navalni para evitar a troca, porém ela não apresentou nenhuma prova para apoiar seu argumento e ele não foi confirmado de maneira independente.

"O Que Ocorreu, Já Se Sucedeu"

Putin contou que a pessoa com quem conversava mal havia falado quando ele soltou um "Concordo". Isso aconteceu quando um jornalista lhe perguntou sobre a morte de Navalni. Putin mencionou que tinha uma única exigência, que Navalni não retornasse à Rússia. Todavia, lamentou que, infelizmente, o que quer que tivesse ocorrido, já havia acontecido.

Pevchikh declarou que um plano estava em curso para trocar Navalni e dois cidadãos americanos detidos na Rússia por Vadim Krasikov, que atualmente cumpre prisão perpétua na Alemanha pelo assassinato de Zelimkhan "Tornike" Khangoshvili, um georgiano de origem chechena de 40 anos, em Berlim em 2019. De acordo com o tribunal alemão, Krasikov agiu sob as ordens do governo russo.

A colaboradora de Navalni não divulgou os nomes dos americanos que alegadamente estavam envolvidos em um acordo. Muitos deles estão em custódia na Rússia, incluindo o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich, detido sob alegações de espionagem, e Paul Whelan, um executivo de segurança empresarial de Michigan, sentenciado por espionagem e atualmente cumprindo uma longa pena de prisão. Tanto eles quanto o governo dos Estados Unidos negam as acusações feitas contra eles.

As autoridades alemãs não divulgaram se houve alguma tentativa por parte da Rússia de substituir Krasikov.

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