Pilotos do avião da Voepass relataram “bastante gelo” antes da queda, informa relatório - Rádio Pampa

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Voepass

Na última sexta-feira (6), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), revelou que os pilotos do avião da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP) no começo de agosto, mencionaram uma falha no sistema de degelo logo no início do voo. Um relatório preliminar foi divulgado pelo Cenipa, explicando as causas do acidente que resultou em 62 vítimas.

"Até agora, temos informações de que um dos tripulantes mencionou uma possível falha no sistema de descongelamento da aeronave durante uma conversa no cockpit. No entanto, essa informação ainda não foi confirmada pelos dados do gravador de voo (FDR)", declarou o Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno, responsável pela Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

O tenente-coronel Paulo Mendes Fróes, que também faz parte do Cenipa, corroborou com a afirmação.

O tenente-coronel relatou que os tripulantes estavam discutindo sobre problemas no sistema de descongelamento das asas.

Na primeira ocasião, durante a ascensão, o comandante, que é o piloto responsável, comunicou através do sistema de comunicação CDR, que havia uma falha no sistema de estrutura da aeronave", confirmou Fróes.

O tenente-coronel também mencionou que o copiloto, dois minutos antes da colisão, comunicou que havia uma grande quantidade de gelo.

"Houve duas gravações nos gravadores de voz da cabine. Em uma delas, o piloto mencionou uma falha no sistema de proteção contra gelo da estrutura da aeronave. Na segunda gravação, o copiloto mencionou a presença de bastante gelo. Durante o voo de 1 hora e 10 minutos, o gelo foi mencionado duas vezes", explicou Froes.

A pesquisa realizada pelo Cenipa revelou que os pilotos acionaram o sistema de proteção contra gelo da aeronave várias vezes durante o voo. No entanto, em certo momento, o avião voou por seis minutos com a indicação de presença de gelo sem que o sistema de degelo tivesse sido ativado.

Profissionais não militares, imediatamente após a tragédia, declararam que a acumulação de gelo na aeronave poderia ter contribuído para a queda. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) confirmou que o avião realmente sobrevoou uma área com gelo intenso e que os documentos de manutenção da aeronave indicavam que ela estava apta para voar nessas circunstâncias.

O relatório ainda não revela a razão do acidente. O tenente-coronel esclareceu que, por agora, o órgão apenas avaliou os acontecimentos concretos referentes ao voo. Ainda não podemos afirmar que uma falha resultou na queda.

De acordo com o Cenipa, os pilotos da aeronave não comunicaram nenhuma emergência durante todo o percurso. Além disso, informações preliminares indicam que o sistema de degelo do avião foi acionado e desligado repetidamente durante o voo.

Atualmente não é possível afirmar se a tripulação desligou o sistema ou se outra condição estava causando o desligamento. O Cenipa informou que todas as possibilidades estão sendo consideradas.

O sistema era desativado através de um botão. Se os tripulantes o desligaram ou se algo mais causou o desligamento do sistema, não excluímos nenhuma possibilidade. Atualmente, não temos evidências disso.

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