Parceria Brasil-China: visita do presidente Xi Jinping reforça cooperação em ciência, tecnologia e inovação
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação formalizou cinco acordos com o objetivo de reforçar colaborações nas áreas de inteligência artificial, agricultura familiar, indústria de energia fotovoltaica, tecnologia nuclear e Fonte de Luz Síncrotron.
Liberado em 21 de novembro de 2024 às 11h45.
A assinatura dos memorandos ocorreu em 14 de novembro de 2024. Imagem: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Em uma cerimônia ocorrida no Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira (20) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente da China, Xi Jinping. Durante o evento, foi feita a divulgação da assinatura de 37 acordos nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura. Ao lado de ministros e outros representantes, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esteve presente na solenidade.
O presidente Lula ressaltou a frutífera colaboração entre as nações no setor aeroespacial, representada pela constelação de satélites CBERS. “Há quatro décadas, começou o Projeto de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, essencial para que adquiríssemos o domínio das tecnologias aeroespaciais”, afirmou em sua fala.
Lula também destacou as próximas colaborações em setores essenciais para o progresso do Brasil. “Estamos comprometidos em fortalecer nossa cooperação nos próximos 50 anos em campos como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial”, acrescentou.
O líder da República Popular da China, Xi Jinping, enfatizou a relevância das relações diplomáticas entre as nações e sublinhou o fortalecimento da integração entre os países do Sul Global. "Vamos intensificar a colaboração em setores estratégicos como economia, comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e preservação ambiental".
Colaboração nos campos de ciência, tecnologia e inovação.
Cinco acordos foram firmados para fortalecer a parceria entre Brasil e China nos campos da ciência, tecnologia e inovação. As assinaturas ocorreram no dia 14 de novembro, durante um encontro entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e seus respectivos colegas chineses, como parte dos preparativos para a visita de Xi Jinping.
Acordo de Cooperação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China em relação à Indústria Fotovoltaica.
O objetivo é fomentar a indústria sustentável por meio do aprimoramento da capacidade de inovação nas duas nações e da formulação de políticas para o setor de energia solar, englobando pesquisa, treinamento e o desenvolvimento da cadeia produtiva.
Acordo de Cooperação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e a Administração de Energia Nuclear da China no âmbito de Colaboração Estratégica em Usos da Tecnologia Nuclear.
Os objetivos incluem fomentar a colaboração em capacidade produtiva, estabelecer bases industriais e aprimorar a formação de recursos humanos entre as duas nações nas áreas de ciência e tecnologia nuclear voltadas à saúde e outros setores, especialmente na pesquisa e criação de novos radiofármacos, realização de ensaios clínicos, processos industriais, localização e escalonamento da produção de radiofármacos, além da gestão de resíduos radioativos.
“Em 2024, celebramos cinco décadas de relações diplomáticas entre o Brasil e a China. A nova iniciativa de cooperação bilateral nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, focada no uso de tecnologia nuclear, evidencia que ainda há um vasto conjunto de oportunidades para intensificar a colaboração entre os dois países”, destacou Luciana Santos.
Acordo de Compreensão acerca do Programa China-Brasil de Fonte de Luz Síncrotron entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da China.
O programa prevê a execução de estudos colaborativos, o intercâmbio de pesquisadores e a formação de novos talentos, além de promover a transferência de tecnologia para fomentar o avanço científico e tecnológico a longo prazo.
Acordo de Compreensão para o Fortalecimento da Colaboração no Desenvolvimento de Competências em Inteligência Artificial entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China.
Tem como objetivo impulsionar o avanço da inteligência artificial, implementar estratégias eficazes para lidar com os desafios e perigos que ela acarreta, promover a colaboração mútua de forma vantajosa, aproveitar ao máximo o potencial da inteligência artificial e proporcionar maiores vantagens para a humanidade.
"A ministra destacou a importância de intensificar a formação nacional nesse setor, por meio da troca de conhecimentos e da colaboração técnica, a fim de que mais profissionais e empresas brasileiras consigam desenvolver as habilidades essenciais para planejar, administrar e aperfeiçoar infraestruturas e programas voltados para a inteligência artificial."
Acordo de Cooperação para a Criação de um Laboratório Conjunto em Mecanização e Inteligência Artificial voltado para a Agricultura Familiar entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China.
Está planejada a formação de um laboratório colaborativo para incentivar estudos, troca de pesquisadores e aprimoramento de tecnologias voltadas para a agricultura familiar. No Brasil, o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) ficará encarregado dessa iniciativa, em cooperação com a Universidade Agrícola da China.
O CBERS, mencionado pelo presidente Lula, é uma iniciativa tecnológica que envolve a colaboração entre China e Brasil na fabricação de uma série de satélites voltados para o monitoramento dos recursos terrestres. A aliança entre os dois países já completa quase quatro décadas e resultou no desenvolvimento conjunto de seis satélites, que desempenharam papéis cruciais no acompanhamento do território nacional e dos biomas. Essa família de satélites foi essencial para o controle e enfrentamento do desmatamento, na organização do uso da terra, na produção agropecuária, no gerenciamento de recursos hídricos, na educação e na administração de desastres e fenômenos climáticos extremos.