Israel mata Yahya Sinwar, atual número 1 do Hamas e mentor do atentado de 7 de outubro

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Yahya Sinwar

Ele era um dos principais alvos de Israel. Um ano atrás, com o início do conflito contra o Hamas, o primeiro ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza teve como alvo a residência de Sinwar.

Após apenas dois meses no cargo, Sinwar foi o líder que permaneceu à frente do grupo terrorista durante o menor período de tempo. Ele era o único sobrevivente do alto escalão do Hamas. Todos os demais foram mortos em ataques de Israel desde o início do conflito na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades, o terrorista foi neutralizado em um embate com tropas israelenses dentro de uma casa em Rafah, ao sul de Gaza. Esse local é onde Sinwar veio ao mundo e passou sua infância.

Durante uma declaração, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, responsabilizou Sinwar por "devastar suas existências" e afirmou que a eliminação do terrorista "não indica que o conflito chegou ao fim".

A busca por Sinwar se estendeu por mais de um ano e resultou em "várias operações realizadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço de inteligência de Israel]", conforme declarou o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari.

O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, declarou nesta quinta-feira que "a inteligência americana auxiliou Israel na identificação e captura de líderes do Hamas, incluindo Sinwar".

Natural da Faixa de Gaza, Sinwar era o dirigente do Hamas que mais entendia da região, o que complicou as ações de Israel. De acordo com o porta-voz, a tática consistiu em isolá-lo por meio de ataques em torno de locais onde a inteligência havia identificado a possibilidade de sua presença.

Arcada Dentária Ajuda A Identificar Terrorista

Durante a mesma ação, forças armadas israelenses eliminaram mais dois membros do Hamas, cujas identidades ainda não haviam sido reveladas até a última atualização desta matéria. Após o confronto, os soldados levantaram suspeitas de que o terceiro militante era Sinwar.

Eles coletaram amostras de DNA e, após a avaliação por especialistas, confirmaram que se tratava do terrorista. De acordo com a mídia israelense, exames de arcada dentária também foram realizados.

O ataque marcou o começo do conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel. Atualmente, as forças armadas israelenses lançaram uma nova ofensiva contra o grupo radical Hezbollah, no Líbano.

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah recebem suporte do Irã. A disputa de Israel com essas organizações tem causado descontentamento nas autoridades iranianas.

No dia 1º de outubro, o Irã disparou uma série de mísseis em direção a Israel. Naquele momento, Teerã declarou que a ofensiva era uma resposta ao assassinato, realizado pelas forças israelenses, dos líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh.

O governo de Israel declarou que tomará medidas retaliatórias, levantando preocupações sobre uma possível intensificação do conflito na região do Oriente Médio.

Quem é Yahya Sinwar?

Após seis anos à frente do Hamas na Faixa de Gaza e ocupando a segunda posição na estrutura do grupo, Sinwar foi designado em agosto como o líder supremo da organização terrorista, após o falecimento de Haniyeh.

Desde que assumiu o comando, a localização de Sinwar tornou-se um mistério. Entretanto, o estilo de vida do terrorista forneceu indícios para Israel, uma vez que ele mantinha laços estreitos com habitantes da região.

Escolhido através de eleições sigilosas, Yahia Sinwar administrou a Faixa de Gaza durante seis anos. Antes dessa fase, ele passou 23 anos encarcerado em prisões israelenses, tendo sido sentenciado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro palestinos associados a Israel.

O terrorista foi solto em 2011, juntamente com outros 1.026 prisioneiros palestinos. Como compensação, Israel conseguiu reter o soldado Gilad Shalit, que tinha sido capturado pelo Hamas cinco anos antes.

Sinwar se expressava e redigia em hebraico com facilidade — ele comentou que, durante o período em que esteve detido, concentrou-se em estudar o adversário.

Em 2018, nas conversas para um acordo de paz com Israel, ele escreveu manualmente, em hebraico, uma nota ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, composta por apenas duas palavras: “risco calculado”.

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