VÍDEO: Exército de Israel divulga imagens de Yahya Sinwar momentos antes de ser morto

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Yahya Sinwar

De acordo com o representante da FDI, Avichay Adraee, as fotografias revelam Sinwar em seus últimos instantes: derrotado, desonrado e em fuga.

No vídeo, um drone militar sobrevoa um prédio em ruínas em Rafah, na Faixa de Gaza, onde é possível avistar Sinwar sentado em uma cadeira. Inicialmente, o membro do grupo terrorista segura uma tábua de madeira e permanece imóvel, apenas fixando o olhar no drone. Pouco depois, ele lança o objeto em direção à aeronave. (Assista ao vídeo destacado)

Embora a confirmação tenha ocorrido nesta quinta-feira, a morte aconteceu na quarta (16). De acordo com a Adraee, soldados das Forças de Defesa de Israel estavam patrulhando o bairro de Tel al-Sultan, em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, quando avistaram três terroristas se deslocando de uma casa para outra e logo iniciaram um enfrentamento. Yahya Sinwar se refugiou sozinho em um dos edifícios, e, em seguida, um drone foi mobilizado para localizá-lo.

Depois de localizar Sinwar no interior do edifício, as forças de defesa de Israel atiraram contra a estrutura e procederam com uma busca, conforme informou o porta-voz militar. O criminoso foi descoberto portando um colete balístico, uma pistola e uma quantia de 40 mil shekels (aproximadamente R$ 60,5 mil).

Drones capturam imagem de Yahya Sinwar momentos antes de sua morte na Faixa de Gaza — Imagem: Forças de Defesa de Israel.

O comandante da FDI, tenente-general Herzi Halevi, declarou em uma apresentação nesta quinta-feira que a busca por Sinwar no último ano fez com que ele "atuasse como um foragido, obrigando-o a alterar seu local de residência diversas vezes".

Halevi afirmou que os soldados descobriram Sinwar durante uma missão comum e não tinham conhecimento da presença dele naquele local, ao contrário de ações anteriores contra líderes militantes que se fundamentavam em informações detalhadas.

Um drone de Israel registrou Yahya Sinwar momentos antes de sua morte — Imagem: Forças de Defesa de Israel.

Falecimento De Yahya Sinwar

Yahya Sinwar, chefe do Hamas, que administra a Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Mohammed Salem/Arquivo

Com a confirmação da morte de Sinwar nesta quinta-feira, ele se tornou o comandante que esteve à frente do grupo terrorista por um período mais curto, apenas dois meses. Era o último integrante do alto escalão do Hamas. Todos os demais membros dessa liderança faleceram em decorrência dos ataques de Israel desde o início do conflito na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades, o extremista foi killed durante um enfrentamento com tropas israelenses em uma casa localizada em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Esse é o local onde Sinwar nasceu e passou sua infância.

Durante uma declaração, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, responsabilizou Sinwar por "devastar vidas" e afirmou que a morte do terrorista "não indica que o conflito chegou ao fim".

A busca por Sinwar se estendeu por mais de um ano e levou a "várias operações executadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço secreto de Israel]", conforme declarou o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, declarou nesta quinta-feira que a "inteligência norte-americana auxiliou Israel na localização e captura de líderes do Hamas, incluindo Sinwar".

Natural da Faixa de Gaza, Sinwar era o líder do Hamas com o maior conhecimento sobre a região, o que complicou as operações israelenses. De acordo com o porta-voz, a tática consistiu em isolá-lo por meio de ataques em torno de locais que os serviços de inteligência identificavam como possíveis esconderijos.

Arcada Dentária Revela Identidade De Terrorista

Durante a mesma ação, tropas israelenses eliminaram mais dois membros do Hamas, cujas identidades ainda não haviam sido reveladas até a mais recente atualização desta matéria. Após os confrontos, os soldados levantaram a hipótese de que o terceiro combatente seria Sinwar.

Foram coletadas amostras de DNA e, após a avaliação por especialistas, foi confirmada a identidade do terrorista. De acordo com a mídia israelense, também foram realizados exames odontológicos.

O ataque marcou o início do conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel. Neste momento, as forças armadas israelenses iniciaram uma nova etapa de combates contra o grupo extremista Hezbollah, no Líbano.

Tanto o Hamas quanto o Hezbollah recebem suporte do Irã. A disputa entre Israel e essas organizações tem causado descontentamento ao governo iraniano.

No dia 1º de outubro, o Irã efetuou um intenso bombardeio de mísseis direcionados a Israel. Na ocasião, Teerã afirmou que a ofensiva era uma resposta ao homicídio dos líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh, perpetrado pelas forças israelenses.

O governo de Israel declarou que tomará medidas retaliatórias, e a situação suscitou preocupações sobre uma possível intensificação do conflito no Oriente Médio.

Quem é Yahya Sinwar? Conheça Sua História

Após seis anos à frente do Hamas na Faixa de Gaza e ocupando a segunda posição na estrutura do grupo, Sinwar foi designado em agosto como o líder supremo da organização terrorista, em decorrência do falecimento de Haniyeh.

Desde que assumiu o comando, o local onde Sinwar se encontrava tornou-se um mistério. Contudo, o perfil do terrorista forneceu indícios a Israel, uma vez que ele mantinha uma relação próxima com os habitantes da região.

Selecionado através de eleições secretas, Yahia Sinwar liderou a Faixa de Gaza durante seis anos. Antes desse período, ele passou 23 anos em cárceres israelenses, sentenciado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro palestinos conexos a Israel.

O terrorista foi solto em 2011, juntamente com mais 1.026 detentos palestinos. Em contrapartida, Israel conseguiu a devolução do soldado Gilad Shalit, que havia sido capturado pelo Hamas cinco anos antes.

Sinwar se comunicava e redigia em hebraico com facilidade — ele afirmou que, durante o período em que esteve encarcerado, se empenhou em aprender sobre seu adversário.

Em 2018, durante as conversas para um acordo de suspensão de hostilidades com Israel, ele escreveu, à mão e em hebraico, uma nota dirigida ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contendo apenas duas palavras: “risco avaliado”.

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