Clientes devolvem compras da Zara após denúncia de racismo - O ...
min de leitura | Escrito por Redação | 23 de junho de 2023 - 13:52
Casal confrontou funcionários em relação à conduta discriminatória - Foto: Reprodução
Clientes foram até a loja da Zara no BarraShopping, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, devolver as compras feitas após a loja ter sido acusada de mais um caso de racismo, ocorrido no último domingo (18). A marca é famosa por abordagens discriminatórias em suas lojas contra clientes e acumula polêmicas nesse viés. A Zara tem até essa sexta (23) para apresentar à Polícia Civil imagens da câmera de segurança e a lista de funcionários que estavam presentes no dia.
O casal Rafael Duvivier e Jacqueline Duvivier estavam presentes no momento da abordagem direcionada a Guilherme Quintino, no último domingo, e retornaram à loja para devolver as compras feitas. O casal questionou as funcionárias sobre o tratamento que Guilherme recebeu, mas elas negaram as acusações de racismo, então o casal e as funcionárias iniciaram uma discussão, todos com os ânimos exaltados.
"Eu não vou levar nada mais de uma loja racista!”, disse Jacqueline. Rafael complementa: “Todo mundo tá inventando? Chama a polícia.”
Em seguida, Jacqueline se dirige aos funcionários e diz: “Vocês são brancos, vocês não sabem o que é passar racismo. Eu só quero devolver isso aqui".
O casal se disponibilizou a prestar depoimento à favor da vítima, se for preciso.
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Relembre o casoO caso em questão se trata da abordagem feita por um segurança a Guilherme Quintino. O atleta estava com sua namorada escolhendo algumas roupas e colocando na ecobag que teriam recebido pela loja para fazer as compras. No entanto, os dois desistiram de comprar e deixaram a ecobag em uma das araras da loja. Quando estavam saindo, o casal foi impedido e obrigados a retornarem à arara em que tinham deixado as roupas, seguidos pelo segurança.
Guilherme Quintino à esquerda e o segurança responsável pela abordagem à direita. | Foto: Reprodução
A namorada de Guilherme gravou toda a abordagem e depois das peças terem sido conferidas e Guilherme ter sido liberado, ela retornou à loja solicitando a presença do gerente, no entanto, a responsável pelo estabelecimento se retirou dizendo que ia verificar o ocorrido e voltou cerca de 20 minutos depois, sem explicações. Juliana também procurou o SAC do BarraShopping.
A advogada de Letícia Domingos afirmou ter que averiguar se casos assim são comuns na conduta da loja.
“Analisamos que realmente houve um crime de racismo e precisamos acompanhar essas investigações. Temos que averiguar se a Zara tem a característica de manter seus funcionários em uma política discriminatória, principalmente em relação à cor da pele das pessoas que adentram a loja”
Quem se pronunciou?A empresa foi induzida a enviar as imagens de segurança e lista dos funcionários presentes para à Polícia Civil, mas ainda não respondeu à solicitação.
Através de nota, a Zara se pronunciou:
“A Zara é uma empresa que não tolera qualquer ato de discriminação e lamenta que o cliente tenha se sentido discriminado em uma de suas lojas. A empresa ressalta que está colaborando com as autoridades e também reforçando todos os processos e políticas de atendimento com as equipes para que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos.”
A administração do BarraShopping também se pronunciou lamentando o fato e repudiando qualquer ato de descriminação.