Olimpíadas 2024: entenda a polêmica no boxe com vitória de atleta reprovada em teste de gênero

1 Agosto 2024
Boxe

Cobertura esportiva dos Jogos Olímpicos.

Imane Khelif Em Paris: Revolta Do Governo Italiano

01 de agosto de 2024 - 11h36

O combate entre a pugilista italiana Angela Carini e a boxeadora argelina Imane Khelif, na primeira etapa da competição de até 66kg do boxe feminino nas Olimpíadas de Paris, teve uma duração de apenas 45 segundos.

Carini recebeu um golpe no rosto no início da luta e foi para o canto para ajustar o capacete, porém desistiu logo em seguida. Ela mencionou uma lesão no nariz anteriormente e negou que tenha desistido da luta por causa da polêmica envolvendo a sua oponente.

"Quando adentrei no octógono e tentei competir, meu objetivo era sair vitorioso. No entanto, após receber dois golpes fortes no nariz, minha capacidade de respirar foi comprometida. Essa situação me causou grande desconforto", relatou Carini.

Logo que o árbitro anunciou a vitória de Imane Khelif, Angela Carini não quis parabenizar a oponente e, ainda dentro do ringue, não conteve as lágrimas.

Antes de começar, a competição já estava causando polêmica. O motivo foi a autorização do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a participação de Imane Khelif nos Jogos Olímpicos, mesmo após reprovação em testes de gênero.

No último Campeonato Mundial de Boxe, realizado na Índia no ano passado, as boxeadoras Imane Khelif e Lin Yu-ting, de Taiwan, que também participarão das Olimpíadas, foram desqualificadas pela Associação Internacional de Boxe (AIBA) após a conclusão de exames de DNA. O presidente da AIBA, Igor Kremlev, afirmou que "elas possuíam cromossomos XY".

"Não me sinto qualificado para julgar e não guardo ressentimentos contra minha oponente. Tinha um objetivo a cumprir e fiz o meu melhor para alcançá-lo. Todo o ocorrido antes da partida não afetou em nada", afirmou Carini.

A Ministra da Família da Itália, Eugenia Roccella, expressou uma grande preocupação ao saber que duas pessoas transgênero foram autorizadas a participar de competições de boxe feminino.

A inclusão de duas competidoras transgênero no boxe feminino é motivo de grande preocupação. Homens que se identificam como mulheres foram aceitos nas competições recentes, apesar de terem sido excluídos anteriormente. É alarmante a falta de critérios claros e uniformes neste processo, principalmente nos Jogos Olímpicos, que representam a lealdade e a igualdade. Existe o temor de uma competição desigual e potencialmente perigosa, conforme apontado por Roccella.

A primeira luta da competidora taiwanesa Lin Yu-ting na categoria até 57kg vai acontecer na próxima sexta-feira, 2 de março, contra a adversária Sitora Turdibekova, representante do Usbequistão.

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