Colômbia suspenderá venda de carvão para Israel devido à guerra em Gaza

Colombia

No último dia 8, o presidente Gustavo Petro, que tem posicionamentos enfáticos contra o governo de Benjamin Netanyahu em relação à condução do conflito na Faixa de Gaza, anunciou que a Colômbia suspenderá as exportações de carvão para Israel. Isso se deve à atual ofensiva militar israelense em Gaza.

O líder da esquerda utilizou a plataforma digital X para manifestar a decisão de interromper o comércio de carvão para Israel enquanto o estado persistir com o genocídio.

Petro, que já rotulou o governo liderado pelo primeiro-ministro Netanyahu como "genocida", divulgou em maio o corte dos laços com Israel e suspendeu a aquisição de armamentos produzidos na nação do Oriente Médio.

O decreto do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo determina que a restrição permaneça em vigor "até que todas as medidas provisórias emitidas pela Corte Internacional de Justiça no processo de aplicação da Convenção para Prevenir e Punir o Crime de Genocídio na Faixa de Gaza sejam completamente cumpridas".

De acordo com as autoridades colombianas, a iniciativa terá validade após cinco dias de sua publicação no periódico oficial e não terá impacto sobre os produtos que já tiverem autorização para embarque.

De acordo com a Associação Nacional de Comércio Exterior da Colômbia, cerca de 90% das mercadorias que o país exporta para Israel são voltadas para o setor de mineração e energia, com destaque para o carvão.

Durante o período de janeiro a agosto de 2023, a Colômbia enviou bens no valor de 375 milhões de dólares (1,98 bilhão de reais) para Israel, com um grande foco na exportação de carvão. De acordo com o decreto, tal recurso é de grande importância estratégica para a criação de armamentos, transporte de tropas e a produção de equipamentos utilizados em operações militares.

Na quinta-feira, a Associação de Mineração da Colômbia expressou sua inquietação com a eventualidade da interrupção das exportações e relembrou o pacto comercial que a nação sul-americana mantém em vigor com Israel desde 2020.

Em nota, a organização destacou que Israel é um ponto crucial para o comércio de carvão térmico da Colômbia, e alertou que a restrição dessas exportações pode afetar negativamente a credibilidade desses mercados e o incentivo de investimentos internacionais.

O governo de Petro justifica que a interrupção das exportações é uma reação às ações militares de Israel na região da Faixa de Gaza, que "violam uma regra fundamental do direito internacional, incluída no conjunto de leis constitucionais colombianas".

Petro tem feito repetidas críticas à posição de Israel na guerra em Gaza. A luta teve início em 7 de outubro, quando membros da milícia do Hamas mataram 1.170 pessoas em Israel, de acordo com um relatório da AFP que se baseou em informações oficiais.

Em reação aos acontecimentos, Israel desencadeou uma operação que resultou na morte de pelo menos 36.801 pessoas em Gaza, sendo a maioria delas civis, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde da região palestina. Gaza é governada pelo Hamas desde 2007.

No mês de maio passado, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que é o maior tribunal da ONU, emitiu ordens para que Israel suspendesse suas atividades em Rafah. Ademais, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) requereu a emissão de mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Netanyahu, bem como contra o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant e outros três líderes do grupo Hamas.

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