Concurso Caixa: MPF questiona adiamento apenas no RS
O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo enviou uma carta à Caixa Econômica Federal, questionando a suspensão do concurso público somente no estado do Rio Grande do Sul. Os procuradores defendem o adiamento do concurso em todo o país, mas estão curiosos para saber se a suspensão da prova apenas nas cidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul iria afetar a igualdade da competição.
Na última sexta-feira, a Caixa Econômica Federal informou que houve um adiamento das provas do concurso público para candidatos que estão vinculados ao polo Rio Grande do Sul, por conta das tempestades e alagamentos que atingiram várias cidades. Ainda assim, o banco decidiu prosseguir com as provas no resto do país em 26 de maio.
O banco emitiu uma declaração, na qual afirmou que o atraso do exame no estado do Rio Grande do Sul não afetará a equidade entre os participantes, pois eles competem apenas dentro dos seus respectivos polos, selecionados no momento da inscrição, e não em uma escala nacional. Até agora, não há informações sobre quando uma nova data será estabelecida para a realização dos testes.
Sendo assim, tendo em vista a escolha de prosseguir com a realização dos exames nas demais regiões do país, o Ministério Público Federal busca por "dados precisos acerca da postergação e das condições para participação dos concorrentes, a fim de impedir que os indivíduos que fariam a prova no Rio Grande do Sul sejam prejudicados".
O concurso em questão atraiu mais de um milhão e duzentos mil candidatos de diversas localidades do Brasil, contando com cerca de quarenta e sete mil inscrições provenientes do estado do Rio Grande do Sul. No total, são quatro mil oportunidades para nível médio e cinquenta para nível superior, com salários que iniciam em R$ 3.762 e chegam a R$ 14.915, acompanhados de benefícios.
Concurso Da Caixa: Pedido De Adiamento
Após a Caixa anunciar sua decisão na última sexta-feira (10), candidatos lançaram uma petição virtual requisitando o adiamento do concurso em todo o país. Segundo eles, as intensas chuvas que atingiram o estado já forçaram mais de 80 mil pessoas a deixarem suas casas, tornando inviável a aplicação das provas. Além disso, afirmaram que as principais estradas da região estão bloqueadas e que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, permanecerá fechado até o fim do mês.
De acordo com isso, afirmam que a situação trágica não tem impacto somente nos concorrentes do polo Rio Grande do Sul, mas nas pessoas que residem nesse estado e planejavam se locomover para realizar os testes em outras regiões. Dessa forma, declaram que é crucial assegurar a "imparcialidade e justiça" para garantir que todos tenham igual chance de participar do exame seletivo. Até o momento, a petição já obteve mais de nove mil e trezentas subscrições.
No dia 8 de abril, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou um documento para a Caixa requerendo o postergamento do concurso. No ofício, os funcionários bancários destacaram que a instituição financeira tem consciência do momento delicado enfrentado pelos habitantes do Rio Grande do Sul e implementou diversas ações emergenciais. Logo, solicitaram que a Caixa "seja empática novamente com a situação dos cidadãos gaúchos, que não têm condições de prosseguir com sua preparação para este certame altamente competitivo, e mude a data do exame".
