Dólar devolve ganhos e fecha abaixo de R$ 5,70 com promessas de contenção de gastos

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Cotação dolar hoje

Depois de ultrapassar R$ 5,70 durante a manhã, o dólar à vista encerrou o dia com uma pequena alta de 0,14% nesta quarta-feira (16). O mercado está avaliando, por um lado, a valorização da moeda dos Estados Unidos no mercado internacional e, por outro, as constantes promessas do governo Lula em relação à redução de gastos.

A moeda brasileira já havia sido impactada pela intensa valorização do dólar em mercados emergentes na última sessão, com a moeda dos Estados Unidos encerrando o dia com um crescimento de 1,36%, cotada a R$ 5,6587, o maior preço de fechamento em um mês.

Cotação Do Dólar Hoje: Qual é?

O dólar comercial encerrou o dia com uma pequena valorização de 0,14%, cotado a R$ 5,664 tanto na compra quanto na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro com o primeiro vencimento (DOLc1) registrou um aumento de 0,22%, alcançando 5.672,50 pontos.

Na terça-feira, a cotação do dólar à vista encerrou com um aumento de 1,36%, sendo negociada a R$ 5,6587. No mês de outubro, a moeda estrangeira apresenta uma valorização de 3,94%.

Confira também: A redução de despesas após o segundo turno das eleições pode motivar o mercado?

Nesta quarta-feira (16), o dólar mantinha valorização em relação à maioria das moedas, com os investidores ajustando suas expectativas para um eventual corte menos acentuado nas taxas de juros nos Estados Unidos em novembro. Além disso, também pesava na balança a possibilidade de uma vitória do republicano Donald Trump contra a democrata Kamala Harris na disputa pela presidência americana.

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A estratégia de Trump de aplicar reduções de impostos, tornar as regulamentações financeiras mais brandas e aumentar as tarifas de importação é considerada um elemento impulsionador para a valorização do dólar em relação a outras moedas.

“Na perspectiva de Trump, que lidera em algumas votações, há a impressão de que um aumento no protecionismo ocorrerá, o que pode resultar em um fortalecimento do dólar a curto prazo”, disse Guilherme Suzuki, sócio da Astra Capital.

Além das influências externas, o mercado continuou a reagir nesta quarta-feira ao contexto fiscal no Brasil. Os rendimentos dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) registraram nova alta, em meio à incerteza sobre a habilidade do governo Lula em manter as contas públicas em ordem.

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Na terça-feira, antes de qualquer divulgação oficial de ações, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que determinadas medidas de redução de despesas estão "bloqueadas" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando que a política de aumento real do salário mínimo permanecerá inalterada.

Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a reavaliação das despesas públicas é uma questão que receberá atenção especial do governo até o final do ano. De acordo com ele, serão sugeridas medidas “sólidas” para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

"Não estou me referindo a cortes, mas sim a uma readequação na dinâmica dos gastos para que se encaixe dentro das diretrizes fiscais", afirmou o ministro.

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Com o fortalecimento do dólar no mercado internacional e as discussões internas no governo sobre estratégias de redução de despesas, a moeda americana à vista alcançou R$ 5,7012 (+0,75%) às 9h58, ainda nas primeiras horas de negociação.

Embora tenha alcançado a marca de R$ 5,70, o dólar não conseguiu se manter acima desse patamar. Alguns investidores aproveitaram os preços mais altos para realizar vendas da moeda, em um comportamento parecido com o observado em dias anteriores da semana passada.

Na tarde de hoje, o Banco Central anunciou que, na semana anterior, entre os dias 7 e 11 de outubro, o Brasil teve uma entrada líquida de US$ 3,246 bilhões. Durante esse intervalo, o fluxo foi positivo tanto no setor financeiro, que contabilizou US$ 1,684 bilhão, quanto no setor comercial, com US$ 1,561 bilhão, com especial atenção para a segunda-feira (7 de outubro) e a sexta-feira (11 de outubro).

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A intensa afluência de dólares ao Brasil na segunda e na sexta-feira da semana anterior aconteceu em momentos em que a taxa da moeda americana flutuações perto de níveis técnicos significativos. Na segunda-feira, o dólar à vista chegou a ficar quase na marca de R$ 5,50 durante a negociação, enquanto na sexta-feira a moeda ultrapassou R$ 5,60.

Em situações técnicas como essa, é frequente que exportadores utilizem a oportunidade para resgatar dólares, enquanto investidores realizam investimentos no Brasil, tirando proveito da cotação entre o dólar e o real.

No final da tarde desta quarta-feira, o dólar continuava a valorizar-se em relação à maioria das moedas estrangeiras. Às 17h42, o índice do dólar (DXY), que avalia o desempenho da moeda dos EUA em comparação a uma seleção de seis moedas, apresentava um aumento de 0,25%, alcançando 103,520.

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