Dólar hoje sobe a R$ 5,26, com fiscal e aversão global a risco; turismo vai a R$ 5,48

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Cotação dolar hoje

Na terça-feira (16), o dólar a prazo registrou sua quinta sessão consecutiva de valorização, atingindo novas máximas em mais de um ano e retornando a preços vistos pela última vez em março de 2023. Esta tendência se deve ao aumento geral do valor da moeda americana no mercado global, como resultado da reação dos investidores à previsão de juros elevados nos EUA por período prolongado e às preocupações decorrentes das tensões no Oriente Médio.

As inquietações em relação à estabilidade financeira do Brasil, ocasionadas pelo anúncio do governo da diminuição da meta fiscal para 2025, somaram-se ao fortalecimento do dólar.

Atualmente, o valor do preço fica atrás apenas da taxa de câmbio do dólar dos primeiros dias do mandato do presidente Lula, onde a moeda registrou um aumento significativo e atingiu a marca de R$ 5,45 em janeiro de 2023.

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Embora o dólar tenha apresentado um aumento significativo na sessão, o Banco Central optou por não intervir, limitando-se a observar os negócios sem executar leilões adicionais de swap cambial ou de venda de dólares com compromisso de recompra. Essas medidas foram comumente utilizadas em anos anteriores pelo órgão com o objetivo de minimizar a instabilidade do mercado.

De acordo com a Reuters, os participantes do mercado já estão considerando a hipótese de que o Banco Central tome medidas novamente para intervir no mercado cambial, tal como aconteceu no início deste mês.

Dólar: Qual A Cotação Atual?

O câmbio imediato encerrou com acréscimo de 1,64%, cotado a R$ 5,269 para compra e R$ 5,270 para venda. No pico da jornada, se aproximou dos R$ 5,29, atingindo os R$ 5,287. Em um período de cinco dias úteis, a moeda registrou aumento de 5,23% em relação ao real.

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Às 17h39, era registrado uma alta de 1,72% no contrato do dólar futuro com vencimento mais próximo, atingindo a marca de 5.284 pontos.

Saiba mais: Categorias do dólar: descubra as mais relevantes e qual é a relevância dessa unidade monetária.

Hoje, o dólar alcançou a marca mais alta dos últimos cinco meses em relação ao euro e à libra. Essa ascensão ocorreu um dia após a divulgação de dados de vendas no varejo dos EUA surpreendentemente positivos, os quais impulsionaram os rendimentos dos Treasuries, gerando preocupações quanto a uma possível interferência de Tóquio, visto que o iene continua em seu patamar mais baixo desde 1990.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, declarou que hoje está iniciando-se um dia onde o real brasileiro pode ter um futuro desafiador. Ele enfatizou a insatisfação dos investidores com a notícia divulgada pelo governo sobre a suavização da meta de resultado primário para zero no próximo ano, que é uma redução em relação ao plano inicial de superávit de 0,5% do PIB.

Já tínhamos conhecimento de que o governo realizaria essa ação, porém o fato de ter concretizado começa a mudar a opinião de que o governo está disposto a fazer alterações nas metas para evitar que os gastos sejam prejudicados, ao invés de controlá-los, conforme explicou Spiess.

Além disso, é importante mencionar que há indícios encorajadores na economia externa. Quando há uma economia mais robusta, a inflação aumenta. Portanto, para lidar com essa maior resistência inflacionária, é necessário elevar os juros ao patamar necessário, conforme afirmou o analista.

Em outros países, muitos tipos arriscados de moedas reais também experimentaram perdas significativas, especialmente o peso mexicano, que caiu 1,20%. O peso chileno apresentou um declínio de 0,80%, enquanto o dólar australiano teve uma redução de 0,50%.

De acordo com Eduardo Moutinho, que é analista de mercado no Ebury Bank, a atual cotação do dólar está claramente preocupando o Banco Central, devido ao seu possível impacto na inflação. Como o Federal Reserve está mantendo as taxas de juros mais elevadas por mais tempo, Moutinho acredita que uma intervenção é necessária para impedir uma desvalorização ainda maior do real.

Durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Banco Central quase não agiu de forma excepcional para interferir no câmbio. A única exceção foi o leilão de swaps realizado no começo deste mês, que aconteceu para suprir uma demanda específica de resgate de um título que, por sinal, venceu na segunda-feira.

De maneira geral, o Banco Central sempre enfatiza que não pretende gerenciar o nível das taxas de câmbio, que são variáveis, e que suas intervenções no dólar têm o propósito de assegurar a eficiência do mercado em situações de anomalias.

Na última segunda-feira, foi divulgado que as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos tiveram um acréscimo de 0,7% no mês anterior, superando a previsão de 0,3% dos especialistas que foram consultados pela agência de notícias Reuters. Essa informação reforça o pressuposto de que é impróprio acreditar em uma redução iminente das taxas de juros por parte do Federal Reserve.

Quanto menor for a redução da taxa de juros pelo Fed, mais vantajoso será para o dólar, que se torna mais atraente para investidores internacionais à medida que os rendimentos oferecidos pelo mercado americano - que já é atrativo por ser altamente seguro - permanecem elevados.

Desde ontem de manhã, os rendimentos dos Treasuries de dez anos - um indicador global utilizado em investimentos - continuaram a aumentar, ao lado de contratos com prazos mais curtos.

Kenneth Broux, o chefe de pesquisa corporativa, câmbio e taxas do Société Générale afirmou que a economia americana continua a crescer de maneira robusta, ultrapassando a tendência a longo prazo. Por isso, os rendimentos dos títulos dos EUA permanecem em alta, o que advoga contra qualquer possibilidade de o Fed cortar suas taxas de juros.

Atualmente, os mercados atribuem uma probabilidade de 41% para uma redução nas taxa de juros pelo Federal Reserve em julho, o que representa uma queda em relação aos 50% registrados anteriormente, conforme indicado pela ferramenta FedWatch da CME.

Ontem, a cotação do dólar no mercado à vista encerrou o dia cotado a 5,1835 reais na venda, apresentando um aumento de 1,21% em relação ao dia anterior. Este é o maior valor de fechamento desde 27 de março de 2023.

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