Dólar cai 1,71%, a R$ 5,56, com trégua de Lula ao BC e à espera de reunião do governo

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Dolar Agora

Num dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não falou contra o Banco Central e a política monetária atual, o dólar finalmente encontrou espaço para cair em relação ao real e voltou a ser cotado abaixo dos R$ 5,60. Havia também a esperança de que o governo realmente intervenha para controlar a crise de confiança que aumentou as cotações nas últimas semanas, com uma reunião agendada entre Lula e ministros para discutir a situação fiscal e cambial.

No dia anterior, surgiram boatos de que o Banco Central estaria conversando com as Tesourarias dos bancos para possivelmente intervir no câmbio, o que fez com que o dólar comercial reduzisse seus ganhos. Mesmo assim, ele encerrou o dia com alta de 0,22%, sendo vendido a R$ 5,6665, o maior valor desde 10 de janeiro de 2022.

Durante o dia de hoje, o titular do Ministério da Economia, Fernando Haddad, afirmou que a equipe do Banco Central possui liberdade para intervir no mercado cambial conforme julgar necessário e que não há instruções em contrário. Em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, após um evento de lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar deste ano, Haddad expressou sua confiança de que o dólar se estabilizará e enfatizou que o compromisso com a responsabilidade fiscal é uma prioridade na vida pública do presidente Lula.

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Valor Do Dólar Hoje

O valor do dólar no mercado comercial diminuiu em 1,71%, sendo cotado a R$ 5,568 para compra e R$ 5,568 para venda. Já na Bolsa de Valores, o contrato de dólar para o mês de agosto registra queda de 2,03%, situando-se em 5,581 pontos.

Leia mais: Será que há especulação? As histórias contadas por Lula e pelo BC sobre a alta do dólar – e como isso afeta o mercado.

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O Banco Central comercializou todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em um leilão realizado pela manhã, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de setembro de 2024. Nenhuma transação adicional foi anunciada pelo BC para este dia, apesar dos boatos do dia anterior de que a instituição estaria entrando em contato com as tesourarias.

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Nos últimos dias, houve um aumento significativo do dólar em relação ao real devido à insegurança dos investidores em relação à situação fiscal do Brasil. Existe uma preocupação com o impacto desse movimento na economia, já que poderá resultar em aumento nos preços dos produtos e levar o Banco Central a elevar a taxa de juros básica, que está atualmente em 10,50% ao ano, como medida para controlar a inflação.

No contexto da valorização do dólar, Lula vai se encontrar no final da tarde (a reunião que estava prevista para começar às 16h30 foi adiada para 18h) com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e outros. Na terça-feira, Lula já tinha mencionado essa reunião que vai discutir sobre a situação do câmbio. Ele afirmou que o governo irá tomar "alguma medida".

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Devido ao discurso de Lula, no dia anterior o mercado chegou a considerar a hipótese de o governo mudar a forma como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é aplicado em transações envolvendo a moeda dos Estados Unidos - algo que já aconteceu anteriormente -, no entanto, Haddad descartou essa possibilidade.

Enquanto esperava pelos desdobramentos da reunião, o mercado ficou atento a novos pronunciamentos do presidente Lula em eventos do Plano Safra. A expectativa era de que, quanto menos Lula falasse sobre câmbio ou as ações do Banco Central, mais favoráveis seriam as cotações.

Os analistas afirmam que as constantes críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e à taxa Selic, que hoje está em 10,50%, têm aumentado a pressão nos mercados de câmbio e juros futuros.

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Durante o evento, Lula, fez questão de mencionar que seu governo se compromete com a responsabilidade fiscal, contribuindo para a queda do dólar e para o desenvolvimento do país. Ele reforçou que a política econômica será estável, sem surpresas, visando o crescimento econômico e a manutenção dos programas de transferência de renda.

Hoje (quarta-feira) o mercado está mais tranquilo, com a expectativa de que o governo tome medidas para conter a disparada do dólar, que é, na verdade, uma crise de confiança. Foi o que afirmou o economista principal do Banco Master, Paulo Gala, em comunicado enviado aos clientes.

As informações sobre o Brasil estão positivas, conforme mencionado anteriormente. A situação é mais uma questão de incerteza sobre o futuro da estrutura fiscal e do Banco Central do que uma crise econômica propriamente dita no país.

O mercado também ficou de olho nos números dos Estados Unidos, que indicaram uma desaceleração na economia e enfraqueceram o dólar. A pesquisa da ADP mostrou a criação de 150 mil empregos no setor privado, abaixo dos 160 mil previstos pelos especialistas da Reuters. Já os pedidos de seguro-desemprego nos EUA chegaram a 238 mil na semana passada, em comparação com a estimativa de 235 mil.

O Instituto de Gestão de Suprimentos (ISM) reportou que seu índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços caiu para 48,8 no mês passado, o menor nível desde maio de 2020, em comparação com 53,8 em maio. Economistas entrevistados pela Reuters esperavam uma leitura de 52,5. As encomendas de bens manufaturados nos Estados Unidos caíram inesperadamente em maio, enquanto os gastos das empresas em equipamentos pareceram mais fracos do que o inicialmente previsto. Os pedidos recuaram 0,5% após uma alta de 0,4% em abril, de acordo com o Departamento de Comércio. Os economistas consultados pela Reuters projetavam um aumento de 0,2%.

Finalmente, foi divulgado o registro da última reunião do Federal Reserve (Fed). Os membros do Fed estão mais preocupados com a possível piora do mercado de trabalho, o que sugere a possibilidade de redução nas taxas de juros a partir de setembro. Essa análise foi feita pela Oxford Economics e está presente em um relatório sobre a ata.

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