Do Papa a ONU, mundo pede cautela para Irã e Israel após ataques

15 Abril 2024
Ira

Embora tenha resultado em poucos estragos, o ataque recente do Irã contra Israel provocou repercussões em escala global no último domingo (14). A mensagem comum espalhada é um apelo à prudência para impedir que um conflito mais grave venha a se desencadear no Oriente Médio.

Em contrapartida, as respostas evidenciam que diversos países, principalmente do Ocidente, apresentaram prontamente solidariedade a Israel. Enquanto isso, outros salientaram que a ação militar autorizada por Teerã foi uma reação ao ataque aéreo de Israel ao consulado iraniano em Damasco, a capital síria, no início do mês.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma declaração em que expressa sua séria preocupação em relação aos relatos de drones e mísseis do Irã sendo enviados em direção a Israel, o que tem causado grande inquietação em países vizinhos como a Jordânia e a Síria.

Desde outubro do ano passado, o Ministério das Relações Exteriores tem mantido um acompanhamento constante da situação dos cidadãos brasileiros que se encontram na região, principalmente na Israel, na Palestina e no Líbano. No entanto, houve uma reclamação do embaixador israelense no Brasil devido à ausência de condenação ao Irã na declaração emitida pelo Itamaraty.

No continente sul-americano, o governo liderado por Javier Milei na Argentina prestou sua "solidariedade e comprometimento indestrutível" à Israel diante dos ataques. Enquanto isso, na Colômbia, o presidente Gustavo Petro descreveu os ataques como "previsíveis" e afirmou que "estamos no limiar da Terceira Guerra Mundial, exatamente quando a humanidade deve se reconstruir economicamente rumo ao objetivo urgente da descarbonização".

A declaração proferida afirmava que a assistência prestada pelos Estados Unidos acarretou em um genocídio, que por sua vez, provocou grande exaltação no mundo. Como todos têm conhecimento, o início das batalhas é previsível, mas o final é incerto. Diz-se que, caso os cidadãos de Israel tivessem a mesma elevação moral de seus antecessores, teriam evitado o comportamento insano de seus líderes.

O líder americano Joe Biden desaprovou os ataques realizados pelo Irã e garantiu que o G7 irá responder com uma ação diplomática conjunta. Ele afirmou que os Estados Unidos forneceram assistência para que Israel conseguisse interceptar quase todos os drones e mísseis de ataque. Biden também ratificou seu apoio inabalável ao Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a chamada telefônica.

Em sua declaração, ele afirmou que expressou como Israel apresentou uma habilidade excepcional de se proteger e vencer inclusive investidas inesperadas - comunicando de forma clara a seus adversários que não têm poder para colocar a segurança de Israel em risco.

O líder do país, Justin Trudeau, afirmou de maneira incontestável que o Canadá reprova as investidas aéreas do Irã e reitera sua solidariedade a Israel.

Outros países do grupo Brics compartilham da mesma opinião que o Brasil em relação às recentes reações. A China, por exemplo, solicita que as partes envolvidas mantenham a calma e se contenham para evitar que a tensão continue a aumentar. Essas tensões são uma consequência direta do conflito em Gaza, portanto, é essencial conter essa guerra o quanto antes. Foi o que afirmou um representante do Ministério das Relações Exteriores.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia declarou estar profundamente apreensivo com o aumento das hostilidades entre o Irã e Israel. A ameaça à paz e segurança na região é alarmante e, por isso, solicita-se a imediata redução das tensões, a contenção de ações violentas e o retorno às negociações diplomáticas.

O Ministério de Relações Exteriores da Rússia expressou em um comunicado sua apreensão com relação a uma possível "escalada perigosa na região" devido aos ataques iranianos. A Rússia fez um apelo para que todas as partes envolvidas exerçam moderação.

O Ministério afirmou que temos sido repetidamente alertados sobre as várias crises não solucionadas no Oriente Médio, especialmente na área de conflito israelense-palestino, que recebem frequentemente estímulos imprudentes e provocativos, o que levará a um aumento da tensão.

A Arábia Saudita, além de solicitar prudência, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que assuma sua responsabilidade na garantia da paz e segurança global, com o intuito de evitar que a região e seus habitantes sejam expostos aos perigos da guerra.

No Líbano, o Hezbollah enalteceu o ataque do Irã a Israel, classificando-o como uma medida "destemida". Contando com o suporte iraniano, o grupo afirmou em nota que o Irã exerceu seus direitos legítimos mesmo diante de "coações, intimidações e pressões".

O Departamento de Relações Exteriores do Egito expressou sua "grande inquietação" diante do aumento das hostilidades e fez um apelo à "maior moderação".

A declaração também deixava claro a possibilidade de o conflito se expandir para além da região, enquanto destacou que o Egito se esforçaria para conter a situação, mantendo contato direto com todas as partes envolvidas.

A Organização das Nações Unidas, a União Europeia e a Santa Sé.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou forte repúdio à intensa escalada de violência causada pelo ataque em grande proporção perpetrado pela República Islâmica do Irã contra Israel nesta noite, de acordo com a declaração emitida.

Estou extremamente preocupado com a possibilidade concreta de uma escalada destrutiva em toda a área. Faço um apelo para que todas as partes exerçam o máximo de moderação possível para evitar qualquer atitude que possa provocar grandes conflitos militares em várias partes do Oriente Médio.

Joseph Borrell, o principal representante diplomático da União Europeia, expressou sua contundente reprovação ao ataque iraniano contra Israel, classificando-o como inaceitável. Ele destacou a gravidade da situação e ressaltou que a escalada do conflito é sem precedentes e representa uma ameaça significativa à segurança da região.

O líder da Igreja Católica, o Papa Francisco, fez uma solicitação enfática contra o aumento da violência e ressaltou o perigo de uma possível escalada conflituosa que poderia se espalhar pela região.

Após a sua habitual oração dominical na Praça de São Pedro no Vaticano, o pontífice argentino fez um apelo urgente para que todas as atividades que possam incentivar um ciclo de violência sejam encerradas, visto que isso poderia levar o Oriente Médio a um conflito ainda mais sério.

O papa comunicou aos fiéis que está acompanhando atentamente as últimas notícias relacionadas ao agravamento da situação em Israel devido à intervenção do Irã. Ele expressou sua preocupação e dolorosa consternação, manifestando estar em oração pela paz na região.

"Ninguém pode colocar em risco a vida dos demais. Toda nação deve unir-se em prol da paz e auxiliar israelenses e palestinos a coexistirem em dois Estados distintos, com segurança e harmonia", declarou.

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