Elevação da Selic para 10,75% aumenta em R$ 13 bi gastos da União e prejudica todo país | Notícias | Bancários BH e Região
Em uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou, nesta quarta-feira, 18, um aumento na taxa básica de juros (Selic), que vai de 10,5% para 10,75%. Essa medida foi tomada em virtude do agravamento das previsões relacionadas à inflação e da valorização do dólar em relação ao Real. O Copom sinalizou que está iniciando um novo ciclo de elevações na Selic, que poderá encerrar o ano em 11,25%.
A elevação atende às expectativas do mercado, mas não corresponde às necessidades da população e do governo, que continuarão a enfrentar a pressão dos juros. "O Banco Central, através do Copom, continua adotando uma política monetária restritiva que prejudica o desenvolvimento do país. Apesar de algumas reduções nos últimos dois anos, a Selic permanece em níveis extremamente altos, fazendo com que o Brasil esteja entre as três nações com as maiores taxas de juros reais (que representam a Selic subtraída da inflação) do mundo", denuncia a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
Efeito nas finanças da União.
De acordo com estimativas do Dieese, um aumento de 0,25 na taxa Selic resultará em um acréscimo de R$ 13 bilhões nas despesas da União em relação aos juros dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Esse impacto se dará se a taxa permanecer nesse nível ao longo dos próximos 12 meses — um incremento de 1% na Selic eleva em R$ 40 bilhões os encargos relacionados aos títulos.
Somente em 2023, o Governo Federal desembolsou mais de R$ 732 bilhões em juros de títulos. Esse montante representa 4,3 vezes os recursos investidos no Bolsa Família, 8 vezes o valor destinado ao novo PAC, que visa a recuperação e a ampliação da infraestrutura nacional, além de 3,3 vezes o orçamento da Saúde e 5 vezes o orçamento da Educação.
Uma taxa Selic alta implica na diminuição dos recursos disponíveis para que o governo realize investimentos em áreas fundamentais, além de encarecer o crédito para as empresas e para a população em geral. Como consequência, há uma redução na circulação de dinheiro no país, o que resulta em menos movimento para o comércio, diminuição na criação de empregos e, por fim, leva à estagnação da economia. Portanto, seguimos reivindicando uma taxa de juros que seja compatível com o cenário econômico atual, onde a inflação está sob controle”, enfatizou Ramon Peres, presidente do Sindicato.
Origem: Sindicato dos Empregados em Bancos de Belo Horizonte e Região com a Contraf-CUT.