Copom reduz taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 10,50%

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Selic

A fotografia mostra a estrutura que sedia o Banco Central do Brasil (BCB) localizada na capital federal, Brasília, em uma data anterior a maio de 2012.

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Foto Economia

Nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diminuiu sua taxa de juros básica, conhecida como Selic, em 0,25 ponto percentual, totalizando 10,50%. A redução ocorreu em um ritmo mais moderado devido a uma desaceleração inflacionária mais lenta e as dificuldades presentes no cenário mundial.

O Comitê de Política Monetária (Copom) comunicou que este é o sétimo corte seguido da taxa Selic. Esta decisão foi tomada diante das alterações na política fiscal e das condições menos favoráveis no cenário internacional.

Após uma reunião de dois dias, o Copom anunciou que a taxa de juros está atualmente no patamar mais baixo desde fevereiro de 2022, quando era fixada em 9,25%.

A diminuição mais branda da taxa de juros é uma desvantagem para o presidente Lula, já que ele tem investido na diminuição rápida como forma de estimular o avanço da economia desde que assumiu o cargo.

Lula tem reforçado esse assunto porque a estratégia de elevar as taxas, que foi adotada para conter a inflação, faz com que o crédito fique mais caro e desincentive tanto o consumo quanto o investimento.

O Comitê de Política Monetária (Copom) sugeriu que a situação presente envolve uma fase de redução da inflação que tem um ritmo mais lento, previsões de aumento dos preços que não estão bem ancoradas e um contexto internacional com desafios. Dessa forma, é importante agir de maneira prudente e cautelosa na aplicação da política monetária.

A taxa de juros no Brasil permanece em 10,50%, fazendo com que o país mantenha sua posição como o segundo colocado mundial em termos das taxas de juros reais mais altas (considerando a inflação prevista para um período de 12 meses), ficando atrás somente da Rússia, de acordo com informações do MoneYou.

Alteração de cadência.

A resolução evidenciou entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) divergências acerca da contenção da frequência das reduções, contabilizando cinco votos favoráveis e quatro desfavoráveis.

Contudo, o comitê não apresentou projeções sobre sua próxima medida, conforme é costumeiro.

Antes da decisão, havia uma divisão no mercado, embora a maioria das 118 instituições financeiras pesquisadas pelo jornal econômico Valor esperasse uma redução de 0,25 ponto percentual.

A última redução da Selic ocorreu em março, momento em que o Copom baixou a taxa em 0,5 pontos percentuais, reduzindo para 10,75%.

Desde o início do ciclo em agosto de 2023, a taxa Selic vem sendo reduzida de forma contínua, mantendo um ritmo constante. Ela estava em 13,75% até agora.

Contudo, a instabilidade financeira no país e a falta de confiança das lideranças de economias avançadas em relação ao direcionamento da inflação global, acentuaram as incertezas.

No mês passado, durante um discurso, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (BCB), destacou a necessidade de revisar as medidas implementadas pelo Copom. Ele afirmou que a entidade tomaria todas as medidas necessárias para manter a inflação controlada de acordo com suas expectativas.

Lula acredita que a taxa de inflação, de 3,93% ao ano até março, está adequada e, por isso, não é justificável a alta elevada da Taxa Selic.

De acordo com o estudo Focus do Banco Central do Brasil, o mercado antevê um acréscimo de 3,72% nos custos finais aos compradores ainda em 2021.

Mesmo com os números estando dentro da meta estabelecida, o Comitê de Política Monetária (Copom) salientou um aumento nas perspectivas da inflação subjacente.

De acordo com o boletim Focus, o mercado tem a perspectiva de que a taxa Selic chegue a 9,63% até o final de 2024, o que representa um aumento em relação ao mês anterior (9%).

A incerteza interna e externa.

Segundo o Copom, a atividade econômica e o mercado de trabalho apresentaram maior dinamismo do que o previsto no âmbito nacional.

Especialistas chamaram atenção para um aumento na demanda por mão de obra que está inflacionando o mercado de trabalho, sobretudo nos serviços.

Ademais, considerou os perigos referentes às transformações recentes na política financeira, em virtude do adiamento da meta de superávit pelo governo.

No contexto externo, o Banco Central do Brasil estima dificuldades devido à "falta de clareza constante em relação a quando os Estados Unidos começarão a aliviar a política monetária e como a queda sustentada da inflação será percebida em diferentes nações".

Há alguns dias, o Federal Reserve (Fed, instituição bancária central dos Estados Unidos) pautou o cenário ao manter sua taxa de referência situada entre 5,25% e 5,50%.

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