Copom corta Selic pela 3ª vez seguida; taxa básica de juros cai de 12,75% para 12,25% ao ano

Selic

Este foi o terceiro decréscimo consecutivo na taxa fundamental de juros, que iniciou sua descida em agosto do corrente ano.

A resolução de hoje foi uníssona. Isso significa que todos os integrantes do Comitê de Política Monetária optaram pela diminuição de 0,5 porcento.

Após a reunião, o colegiado divulgou um comunicado indicando a possibilidade de reduzir a taxa Selic em mais 0,5 pontos percentuais no próximo encontro, mantendo o mesmo nível atual.

Caso as expectativas se concretizem, o Comitê acredita de forma unânime que haverá uma redução significativa nas próximas reuniões e que essa ação é adequada para manter a política monetária restritiva que é fundamental para a redução da inflação.

A taxa básica de juros, Selic, acaba de atingir o seu patamar mais baixo desde o começo de maio do próximo ano, quando apresentou-se em 11,75% ao ano.

Durante este ano, haverá apenas um encontro adicional do Comitê de Política Monetária (Copom), planejado para ocorrer nos dias 12 e 13 de dezembro. Se a hipótese de diminuição se tornar realidade, espera-se que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75% anuais. Tal evento já é aguardado pelo setor financeiro.

No pronunciamento, o comitê ainda ressaltou a relevância de buscar os objetivos financeiros previamente determinados.

Considerando a relevância da realização das metas financeiras já estipuladas para garantir a estabilidade das previsões de inflação e, por conseguinte, o aperfeiçoamento da política econômica, o Comitê destaca a importância da dedicação plena na realização desses objetivos.

Recentemente, tem sido debatida a possibilidade de mudança da meta de acabar com o déficit das finanças públicas até 2024, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar, em entrevista com a imprensa, que o país não precisa necessariamente de uma meta fiscal zerada no ano que vem.

Na semana passada, Lula afirmou que não pretende realizar cortes nos investimentos em obras. Ele questionou o impacto de um déficit de 0,5% ou de 0,25%, dizendo que é insignificante.

O objetivo de atingir um equilíbrio financeiro nas contas do governo, ou seja, um déficit zero que não apresente nem resultado negativo nem positivo, está estabelecido no arcabouço fiscal, uma nova regulamentação aprovada neste ano para monitorar os gastos públicos.

As propostas estão presentes no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) e no projeto de Orçamento (PLOA) para o ano de 2024, os quais foram encaminhados pelo Governo ao Congresso Nacional, dependendo ainda da aprovação dos legisladores.

O Comitê de Política Monetária (Copom) é composto pelo líder do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. A responsabilidade do comitê é estabelecer a taxa básica de juros (Selic) a cada intervalo de 45 dias.

O Banco Central utiliza a Selic como sua principal estratégia de política monetária para gerenciar a inflação. Essa taxa tem impacto sobre todas as formas de juros no país, incluindo empréstimos, financiamentos e investimentos financeiros.

O Copom, em sua declaração, ainda analisou que o quadro global requer uma abordagem cuidadosa na administração da política monetária em solo brasileiro.

A razão para isto, de acordo com o comitê, é que o panorama externo está difícil devido ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, inflação em diversas nações e novas instabilidades geopolíticas - o que pede cautela e atenção dos países emergentes, como considerado pelo Copom.

Em relação ao Brasil, o comitê afirma que a inflação para o consumidor está em processo de desaceleração, mas ainda superior ao limite aceitável da meta de inflação (veja informações adicionais abaixo sobre objetivos de inflação).

O comunicado afirma que o momento atual é marcado por uma fase em que o processo de redução da inflação é mais vagaroso, previsões de inflação com apenas uma recuperação parcial e uma situação global que apresenta dificuldades. Dessa forma, é necessário que a política monetária seja conduzida com calma e parcimônia.

Na Nossa Mente? Como Funciona A Tomada De Decisões?

Com o intuito de controlar o aumento dos preços através do sistema de metas de inflação, o Banco Central utiliza estimativas futuras para estabelecer a taxa de juros principal.

Atualmente, a organização já está direcionando seus esforços para atingir as metas estabelecidas para o próximo ano, assim como para os primeiros seis meses de 2025. Esse planejamento é necessário, uma vez que as alterações na taxa Selic demoram entre seis e 18 meses para gerar efeitos totais na economia.

O objetivo de controle inflacionário estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano subsequente consiste em 3%. Ser notificado o sucesso ao atingir o patamar de 1,5% a 4,5%.

A partir do ano de 2025, houve uma mudança na política econômica governamental em relação às metas de inflação, passando a ser estabelecida uma meta contínua de 3%, com possibilidade de oscilação na faixa entre 1,5% e 4,5%, sem que haja descumprimento.

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