Copom faz 6º corte seguido na Selic e taxa básica de juros cai para 10,75%; BC indica redução no ritmo de cortes

Selic

O Copom, órgão responsável pela política monetária no Banco Central, optou por diminuir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira (20), como já havia sido indicado anteriormente. Isso significa que os juros básicos passam de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano. A medida foi aprovada por unanimidade.

Este foi o sexto corte consecutivo na taxa básica de juros, que iniciou sua queda em agosto de 2023. Quando o ciclo de cortes começou, a Selic estava em 13,75% ao ano. Desde então, o comitê tem mantido o ritmo de redução da Selic em 0,5 ponto percentual a cada encontro.

Compreenda o que significa a Taxa Selic, que é a taxa padrão de juros da economia do Brasil.

Com a resolução de hoje de reduzir a taxa básica de juros (Selic) para 10,75%, ela atingiu o seu patamar mais inferior em dois anos. Em março de 2022, a Selic também se encontrava em 10,75%. Em fevereiro do mesmo ano, ela era de 9,25%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) conta com a presença do chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, e de oito membros da organização.

O Comitê de Política Monetária utiliza a Selic como ferramenta essencial para manter a inflação controlada. Esta taxa exerce grande impacto em todas as demais taxas de juros praticadas pelo país, abrangendo desde empréstimos, financiamentos até investimentos financeiros.

O aumento da Selic tem sido uma preocupação constante para a economia brasileira, especialmente neste momento de fragilidade econômica e política no país. A Selic é a taxa de juros básica da economia, que é estipulada pelo Banco Central para controlar a inflação e regular as taxas de juros do mercado financeiro. Nos últimos meses, a Selic tem aumentado gradualmente, passando de 2% em agosto de 2020 para 5,25% em agosto de 2021. Esse aumento vem provocando impactos em diversos setores da economia, já que as taxas de empréstimo e financiamento também tendem a subir. Os consumidores acabam pagando mais caro por seus empréstimos e a taxa de juros dos títulos públicos também aumenta, o que acaba atraindo investidores estrangeiros para o Brasil. Entretanto, esse fluxo de investimentos de curto prazo pode ter efeitos negativos em longo prazo, como o aumento da dívida pública. Com o aumento da Selic, o custo do crédito também aumenta, o que pode frear a economia. Isso ocorre porque as empresas se endividam menos e as pessoas tendem a adiar seus planos de compras e investimentos, o que diminui o consumo e a produção. Por isso, o aumento da Selic deve ser acompanhado com cuidado pelos economistas e pelo governo, para avaliar os impactos na economia e adotar medidas para estabilizar os efeitos indesejáveis.

(em taxa anualizada)

Das Nações Unidas

Na declaração anunciada depois da reunião, o comitê modificou a passagem presente em declarações anteriores que sinalizava futuros decréscimos da taxa básica de juros nas próximas reuniões.

Nos últimos cinco anúncios do Comitê de Política Monetária, houve indicações de que uma diminuição futura de "igual porte" (0,5 pontos percentuais) poderia ocorrer "nas próximas assembleias".

Durante uma conferência do Banco Central realizada em dezembro passado, Campos Neto informou que quando o Copom indica que haverá uma redução "nas próximas reuniões", está se referindo especificamente às próximas duas reuniões da comissão.

Com base nessa compreensão, a declaração divulgada em janeiro sugeriu a possibilidade de uma redução de 0,5 ponto percentual nas reuniões programadas para março e maio do ano seguinte (confira abaixo a lista de datas das reuniões de 2024).

Entretanto, o pronunciamento divulgado nesta quarta-feira apresentou apenas a viabilidade de uma diminuição de "igual grandeza" (0,5 p.p.) "no encontro subsequente", agendado para maio.

Cautela Requerida Diante Do Cenário Global

Segundo a declaração, o Comitê de Política Monetária também considerou que a situação internacional ainda demanda "prudência por parte das nações em desenvolvimento", devido às negociações sobre o começo da abordagem mais flexível da política monetária (diminuição das taxas de juros) nas principais economias globais.

Fotografia do edifício que abriga o Federal Reserve (Fed), instituição que funciona como Banco Central dos Estados Unidos. - Captura de imagem de REUTERS/Joshua Roberts

Na esfera interna, a comissão considerou que a "taxa de inflação geral para o consumidor continuou a declinar", contudo, o panorama ainda necessita de "calma e prudência".

Com o objetivo de estabelecer a taxa de juros primária e buscar limitar a escalada dos preços, o Banco Central realiza previsões para o porvir. Atualmente, a entidade já está direcionando suas atenções para as metas deste e do próximo ano.

Isso se dá devido ao fato de que as alterações na taxa básica de juros levam de meio ano a um ano e meio para surtirem efeito completo no cenário econômico.

Uma estimativa atualizada do setor financeiro aponta que a taxa inflacionária em 2024 será de 3,79%, ficando abaixo do limite máximo estabelecido para aquele período.

"Em 2025, houve uma mudança no regime de metas de inflação pelo governo, estabelecendo uma meta contínua de 3%. Essa meta pode variar entre 1,5% e 4,5%, sem a ocorrência de descumprimento."

O Comitê de Política Monetária (Copom) realiza reuniões a cada 45 dias com o intuito de estabelecer o valor da taxa Selic. No ano de 2024, está previsto que haverá mais seis encontros do grupo:

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