Entidades do setor produtivo pedem cortes maiores na Selic

Selic

A diminuição de 0,5 ponto percentual na taxa Selic (o juro primário da economia) recebeu críticas do setor produtivo. Tanto entidades da indústria quanto centrais sindicais defenderam que o Banco Central (BC) deveria ser mais audacioso na hora de cortar as taxas de juros.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ressaltou em comunicado que a diminuição de 0,5 ponto percentual é insuficiente. De acordo com a organização, a contenção da inflação viabilizaria cortes mais significativos, o que proporcionaria a redução dos juros para investimentos e, dessa forma, impulsionaria a política voltada para a reindustrialização.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, ressaltou em comunicado a importância do Banco Central compreender a realidade brasileira e colaborar na redução dos custos financeiros enfrentados pelas empresas, que pesam ao longo das cadeias produtivas e nos consumidores. Alban alertou que sem uma mudança de atitude urgente, fica mais complicado seguir com a agenda de neoindustrialização, o que acarretaria em perda de chances para a prosperidade econômica do país.

De acordo com a Firjan, é preciso que o BC mantenha a mesma frequência nos cortes, diminuindo os juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. O Copom, por sua vez, divulgou uma nota após a reunião informando que é intenção fazer um único corte adicional de 0,5 ponto percentual no mês de maio e indicando que o ciclo de redução dos juros será interrompido em junho.

A organização indicou que é imprescindível manter a redução de 0,5% na taxa nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária, pois a economia e principalmente a indústria continuam enfrentando os impactos de uma taxa de juros ainda alta. O cenário é evidenciado pelo resultado negativo da produção industrial em janeiro.

Apesar de terem apontado que as reduções estão indo na direção correta, as representações de empregados também censuraram a escolha do Banco Central. Conforme as federações sindicais, a taxa de juros ainda elevada prejudica a recuperação da economia.

A presidente da Contraf-CUT e vice-presidente da CUT, Juvandia Moreira, enfatizou em um comunicado que não há motivo para celebração, pelo contrário, o fato de a taxa ter atingido o menor nível em dois anos é simplesmente um reflexo da política monetária desfavorável do Banco Central para o desenvolvimento do país ao longo dos anos. Embora a taxa tenha diminuído, ela ainda está em um nível elevado e está impedindo o avanço da economia brasileira.

De acordo com a Força Sindical, a redução de 0,5 pontos percentuais na taxa Selic é fraca e não é suficiente para impulsionar o consumo, estimular o emprego, impulsionar o PIB e distribuir a renda. O presidente da Força, Miguel Torres, emitiu uma declaração, criticando os tecnocratas do Banco Central por sua complacência e pediu mais ousadia na política monetária para trazer grandes benefícios para o setor produtivo, que há muito tempo espera um forte crescimento econômico.

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