Panorama Mensal de Fundos - Maio 2023

8 Maio 2023

Confira o panorama mensal de performance das diferentes classes da indústria de fundos locais e globais.

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Com o objetivo de mantê-lo informado sobre o desempenho da indústria de fundos, mensalmente, publicaremos um resumo da performance das diferentes classes de ativos locais e globais. Além de mostrarmos os principais índices que mais impactam determinados tipos de fundos, também sinalizamos dentro do nosso próprio peer, ou conjunto de fundos, qual a rentabilidade do fundo com a melhor performance (Top 1), qual teve a pior performance (Bottom 1), a mediana dos retornos dos fundos do grupo no mês, no ano, em 12 meses e em 36 meses anualizada e não acumulada, além dos retornos nos anos anteriores de 2022, 2021, 2020 e 2019.

Fundos Internacionais Renda Variável Global

Durante o mês de abril, observamos alguma aversão a risco por parte dos investidores devido às preocupações persistentes com o setor bancário e o risco de recessão ainda presente. Embora o mercado tenha ficado de lado durante grande parte do mês passado, os bancos e instituições financeiras apresentaram um desempenho positivo com base em dados econômicos sólidos e na temporada de resultados do primeiro trimestre de 2023, que superou as expectativas.

Mercados seguem desafiando o pessimismo com a economia e apresentaram um desempenho positivo, com o MSCI ACWI registrando alta de 1,3% e o S&P 500 subindo 1,5%. Desde a turbulência bancária, o BCE (Banco Central Europeu) tornou vaga sua sinalização futura. Contudo, acreditamos que aumentos adicionais de 0,25pp serão necessários nas próximas reuniões de política monetária. De qualquer forma, assim como os principais índices globais, o índice MSCI Europa encerrou o mês em alta, variando 3,62%.

Na China, embora os dados econômicos do primeiro trimestre tenham sido favoráveis, o sentimento no mercado chinês enfraqueceu devido às crescentes preocupações em torno das tensões geopolíticas entre os EUA e a China, bem como sobre a sustentabilidade da recuperação econômica. Dessa forma, o MSCI China encerrou o mês com uma performance negativa de 5,21%, enquanto o índice que mede a performance das bolsas emergentes, o MSCI EM encerrou o mês com uma variação negativa de 1,34%.

Os fundos que se destacaram no mês são os diretamente alocados em ações da Europa e no setor de saúde ao redor do mundo. O fundo indexado Trend Bolsas Europeias liderou os ganhos no mês com uma variação de +4,62%, seguido do fundo de gestão ativa Wellington European Equity (+4,35%) e outro indexado, Trend Saúde Global (+3,9%).

Em relação ao posicionamento para o mês de maio, o fundo Wellington European Equity segue comprado em indústrias, saúde, serviços de comunicação e finanças, enquanto estão com visão negativa para consumo discricionário, tecnologia da informação, materiais, bens de consumo básicos, energia e imóveis.

Na ponta negativa, fundos que estão diretamente alocados em tecnologia na China tiveram uma performance relativa inferior aos demais fundos da classe. O Trend China Tech que liderou o ranking de melhores retornos no mês anterior, fechou abril com uma queda de 9,46%.

Em Renda Variável Global seguimos com uma visão mais negativa para alocação nessa classe, priorizando uma maior diversificação geográfica com cautela redobrada para exposição em ações norte-americanas no curto/médio prazo dado (i) valuation ainda muito elevado frente às taxas de juros atuais; (ii) economia desacelerando; e (iii) mais espaço para contração de lucros das empresas. China e Brasil seguem sendo nossas preferências, com atenção também a outros Emergentes que tenham fortes laços comerciais regionais com os chineses.

Renda Fixa Global

No mês de abril, foi possível observar uma relativa tranquilidade nos mercados se comparado ao primeiro trimestre de 2023, o que se refletiu nos spreads de crédito oscilando de maneira neutra ou levemente negativa. No mercado de renda fixa soberana, observamos certa volatilidade nas taxas pré-fixadas, entretanto, no acumulado mensal, a taxa do Treasury de 10 anos apresentou um leve fechamento de 0,04 bps. Por outro lado, as taxas dos títulos europeus tiveram movimentos de abertura em diferentes vértices.

Nos destaques positivos do mês, o fundo Pimco Global Financials Credit liderou com uma variação de 1,74% no mês. As principais contribuições positivas da estratégia foram em títulos de crédito bancários no Reino Unido e Espanha, que apresentaram performance acima do esperado em meio à recuperação de ativos de risco ao longo do mês.

Na ponta negativa, o fundo Ashmore EM Debt Advisory teve uma variação de -0,09% no mês, resultado de perdas na alocação em dívida corporativa e em dívidas externas, sendo a alocação na Argentina uma das principais detratoras.

Em termos de alocação, na Renda Fixa Global, seguimos com predileção por títulos soberanos e corporativos de alta qualidade dos EUA, com duration mais curtos, podendo ser realizado via fundos, tomando cuidado com excesso de concentração em ativos high yield, principalmente dívida imobiliária e de mercados emergentes.

Fundos Multimercados Global

A redução da volatilidade nos mercados apresentada no mês de abril, trouxe impactos positivos a neutros para as classes de ativos na renda fixa e renda variável. Um dos fatores que influenciaram os retornos moderados foi o aumento das expectativas em relação à possibilidade de uma nova elevação de juros pelo Fed em sua reunião de maio, algo que era visto como mais incerto pelos mercados no início do mês.

Também houve sinais de preocupação em relação ao prazo do teto da dívida dos Estados Unidos, o que levou os investidores a migrarem para títulos do Tesouro de curto prazo, que não estão sujeitos ao risco de inadimplência. Apesar disso, o mês transcorreu de forma relativamente tranquila e, mesmo após a decisão do grupo OPEP+ de reduzir a produção, o petróleo Brent teve queda, mantendo a tendência de desvalorização registrada em todos os meses de 2023 até o momento.

No mês, seguimos observando uma dispersão de retornos nos multimercados globais que representa menor consenso entre os gestores em relação a teses especificas, de forma que os fundos da classe apresentaram uma performance mediana de 0,69% mês (para os fundos com hedge) e -0,81% para os fundos com exposição ao dólar, efeito da desvalorização da moeda americana frente ao real.

Destaque positivo para o fundo Aberdeen Multi Asset Growth Advisory, que apresentou uma variação de +3,33% no mês, beneficiado por posições em (i) infraestrutura e (ii) títulos de mercados emergentes. De acordo com o time de gestão, não houve detratores notáveis de desempenho no mês de abril. Alocações em financiamento de litígios também contribuiu para a boa performance do fundo, além de exposição de dívida em mercados emergentes e ABS que se beneficiaram dos preços de títulos mais altos, além do carrego desses títulos.

O destaque negativo ficou para o fundo WHG China Macro com uma variação de -2,19% em linha com a aversão a risco para as ações chinesas observada no mês, o fundo teve perdas principalmente em posições em moedas, de forma que nesse momento pontuam uma exposição neutra. Da ponta positiva, tiveram ganhos no livro de juros, dado o fechamento das taxas.

Em termos de alocação, os fundos Multimercados, seguem sendo nosso principal instrumento para realizar operações mais táticas e de curto/médio prazo, ainda mais nesse cenário em que poucos gestores estão com grandes convicções refletindo baixo nível de risco alocado e poucas posições estruturais, seja nos mercados de juros, câmbio ou bolsa.  

Fundos Locais Fundos de Renda Fixa Brasil

Apesar da redução de volatilidade se comparado aos meses anteriores e da ausência de novos eventos relevantes no mercado de crédito, a maior cautela para a classe, somada ao fluxo de resgates resultou em uma leve abertura nos spreads de crédito no mês de Abril, cerca de 8 bps no mês, inferior ao valor de 15 bps registrado no mês de março (ex-Light)

Em relação à curva de juros, as taxas encerraram abril com leve alta nos vértices mais curtos e queda nos vencimentos mais longos, o que reduziu a inclinação. Os principais fatores que influenciaram essa movimentação foram os indicadores econômicos, que sinalizaram resistência da economia aos efeitos da política monetária, e o texto do arcabouço fiscal enviado pelo governo ao Congresso.

A mediana de retorno dos fundos classificados como Crédito High Yield (+0,99%) seguiu pelo quarto mês consecutivo, apresentando um retorno superior aos fundos de Crédito High Grade (+0,85%) e Crédito Liquidez (+0,88%), refletindo o movimento de abertura de spreads que ocorreu principalmente nos títulos mais conservadores, sendo explicado pela liquidez desses títulos que tendem a ser mais demandados em movimentos pela busca de liquidez.

Em termos de alocação, na Renda Fixa reforçamos uma maior diligência e seletividade na escolha dos ativos de Crédito Privado, sendo que o carrego dos fundos de crédito high grade está em patamares extremamente atrativos. Confira mais detalhes clicando aqui.

Na Renda Fixa Inflação, com a melhora nas expectativas com o novo arcabouço fiscal, houve movimento de abertura na parte curta da curva com fechamento da parte longa, juntamente com fechamento das inflações implícitas. Em relação aos spreads de crédito dos títulos incentivados, de forma geral, observamos uma abertura marginal, próxima a estabilidade.

No mês de abril, os fundos de debêntures incentivadas foram novamente destaque dentro da renda fixa, com uma rentabilidade mediana de 1,12% para a versão exposta ao IPCA, e 0,74% para os fundos hedgeados com rentabilidade atrelada ao CDI. Em relação aos indicadores, o IDA-IPCA Infraestrutura encerrou o mês com uma variação de 1,57%, enquanto o IDEX-Infra apresentou um retorno de 1,56%.

Mantemos uma visão positiva para alocação em renda fixa inflação, que apresenta um retorno esperado de longo prazo bastante acima do CDI. Essa perspectiva se dá tanto por uma inflação que ainda seguirá pressionada, mesmo que não esteja mais nos seus maiores níveis de meses atrás, quanto pelas altas taxas oferecidas pela parcela prefixada que vieram aumentando ao longo dos últimos meses dada a abertura da curva de juros. Some a isso o elevado patamar dos spreads de crédito das debêntures incentivadas que estão cerca de 100 bps acima da sua média histórica (175 bps em relação à NTN-B). 

Fundos Multimercados Brasil

No mês de abril, o IHFA, que é o principal índice de fundos multimercados do Brasil, apresentou uma variação de 0,84%. Em relação à performance por subclasses, os fundos Multimercados Sistemáticos se destacaram com uma variação de +0,81% no mês, seguidos pelos Multimercados Macro com uma variação de +0,63%. Por fim, pelo segundo mês consecutivo, os fundos Long Short/Arbitragem apresentaram performance mediana negativa, de -0,10%.

A dispersão de retornos dentro dos multimercados continua chamando atenção, com os fundos do tipo Macro, por exemplo, apresentando uma diferença de 3,45 pontos percentuais entre o melhor e o pior retorno. A dispersão de retornos, bem como a ausência de grandes convicções frente ao cenário atual, tem levado a classe a apresentar uma performance “de lado” nos últimos meses.

No mercado de ações, as posições vendidas no Brasil e nos EUA lideraram as principais perdas no mês, refletindo a cautela de parte dos gestores em relação ao cenário atual. Além disso, é possível observar as carteiras de parte desses fundos operando com risco reduzido.

Entre os multimercados do tipo Macro, destaque positivo para o Neo Provectus I que apresentou uma variação de +1,57% no mês, resultado de ganhos na estratégia de juros local, principalmente em operações vendidas em inclinação na parte intermediária da curva, além de ganhos na parcela de operações internacionais. Em relação aos detratores de performance, houve perdas no book de ações em operações de long-short no setores de consumo e industrial e ganhos em operações compradas em ações nos setores financeiro e de shoppings. Da ponta negativa, o fundo Upon Global Macro, apresentou uma variação negativa de 3,58%.

Entre os fundos Long Short/Arbitragem destaque para o Real Investor FIM que apresentou uma variação de 3,6% no mês, resultado dos ganhos principalmente da carteira comprada. O time de gestão pontua que no mês de abril, a carteira estava levemente direcional na posição comprada, se beneficiando da performance positiva para os ativos de riscos.

Na ponta negativa, o fundo Absolute Alpha Marb apresentou uma variação negativa de 0,85% em abril, com perdas concentradas no livro de eventos corporativos. O time de gestão pontua que no mercado offshore, as perdas foram oriundas da operação Activision/Microsoft após bloqueio do regulador inglês, CMA. Do lado positivo, apurou-se ganhos nas posições de Tower/Intel e Horizon/Amgen. O livro local apurou ganho e o destaque positivo foi a operação de Aliar. Para maio, pontuam redução de exposição em Activision e aumento em outras operações.

Em termos de alocação, os fundos Multimercados, seguem sendo nosso principal instrumento para realizar operações mais táticas e de curto/médio prazo, ainda mais nesse cenário em que poucos gestores estão com grandes convicções refletindo baixo nível de risco alocado e poucas posições estruturais, seja nos mercados de juros, câmbio ou bolsa.  

Fundos de Ações Brasil

A bolsa brasileira apresentou retornos positivos no mês de abril. Dados de inflação em desaceleração, expectativas de que a economia finalmente encontre espaço para reduzir as taxas de juros em 2023 e o anúncio do novo arcabouço fiscal apoiaram um sólido ganho de 2,5% do Ibovespa neste mês em reais e +3,8% em dólares. Entretanto, ainda permanecem uma série de dúvidas sobre como o superávit fiscal será alcançado. Mas vimos um retorno na entrada de fluxo de capital estrangeiro para as ações brasileiras, que têm sido o comprador marginal do Brasil desde o ano passado.

No último mês, os setores de destaque foram Educação (+9,3%), Instituições Financeiras (+8,0%) e Bancos (+6,4%), impulsionados pela melhora das perspectivas globais do setor bancário e pela expectativa de resultados fortes. O setor de Petróleo, Gás e Petroquímicos (+7,9%) também apresentou bom desempenho, impulsionado pelo forte desempenho de PETR3 e PETR4. Por outro lado, os setores de Mineração e Siderurgia (-9,6%), afetados pela queda nos preços do minério de ferro no mês, e Varejo (-5,7%), pressionado pelas discussões sobre a reforma tributária, foram os setores com pior desempenho.

Os fundos de ações Long Only apresentaram uma performance positiva para o mês, com uma variação de +1,72%, entretanto, o valor segue abaixo do Ibovespa que apresentou uma variação de +2,5%. Em 12 meses, a mediana para os fundos Long Only é de -2,75% contra 1,63% do índice. A diferença pode ser explicada principalmente tanto pela escolha de papéis, quanto pela baixa exposição setorial desses fundos em Instituições Financeiras, Commodities e Utilities, setores que se destacaram ao longo de 2022.

Enquanto os fundos de Ações Long Biased seguiram pelo segundo mês consecutivo apresentando performance negativa, com uma variação de -0,18%. A classe foi impactada negativamente por posições no setor de Consumo & Varejo. Na visão dos gestores, algumas empresas estão tendo dificuldades em navegar nesse cenário e estão sendo surpreendidas por resultados abaixo da expectativa neste início de ano.

Em Renda Variável Long Only, destaque para o fundo Alaska Black Fic Ações BDR Nível I, que apresentou uma variação de +6,7% em abril, resultado de ganhos na carteira de ações, bem como por meio de uma posição comprada na bolsa local por meio de opções. A nível setorial, a contribuição mais significativa veio do setor de óleo e gás, enquanto do lado negativo o destaque veio do setor de mineração. A posição vendida no dólar contra o real também contribuiu positivamente. Enquanto houve perdas no mercado de juros.

Destaque negativo para o fundo Equitas Selection Ações, que apresentou uma variação negativa de 1,45%. O fundo que tem como foco a tese de crescimento, teve como principal detrator do movimento negativo para o setor de varejo.

Já para os fundos Long Biased, destaque para o Encore LB, que apresentou uma variação de +3,98% em abril. As principais posições promotoras de performance foram RRRP3, PRIO3 e BPAC11. As principais posições detratoras foram TOTS3 e MELI34. Para o mês de maio o time de gestão pontua alguns ajustes no portfolio, como aumento marginal em 3R (RRRP3) após grande queda em função do anúncio de capitalização privada. Do lado das reduções, decidiram zerar a exposição a Auren (AURE3) e Banco Pactual (BPAC11). Após as reduções, atualmente o fundo está com aproximadamente 81% net long.

Destaque negativo para o Logos Total Return com performance negativa de 11,83%, o time de gestão pontua perdas em posições em CBA (CBAV3), devido às expectativas de resultado ainda fracos no 1T23, onde na visão do time de gestão, a empresa segue sofrendo com a pressão de custos, principalmente energia, e o preço da commodity ainda baixo. Os books de juros e moedas tiveram performance positiva, enquanto o book de ações adicionais teve negativa.

Na Renda Variável Brasil mantemos uma visão neutra com viés positivo, pois embora as taxas de juros em queda tendam a ser positivas para as ações, elas ainda estarão em dois dígitos por um tempo, o que significa que empresas altamente alavancadas e setores voltados para o consumidor devem continuar sofrendo. Além disso, ainda vemos muitos ruídos políticos, mais recentemente relacionados à reforma tributária que pode impactar muitos setores, e outras notícias pressionando os ativos brasileiros;

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