Israel e Hamas entram no segundo dia de confronto após sábado violento | CNN Brasil
As tropas de Israel e os combatentes do Hamas iniciaram o segundo dia de conflitos após o grupo extremista ter realizado um ataque inesperado contra Israel no sábado (7).
Cerca de quinhentos indivíduos pereceram durante o dia mais fatal de violência em Israel nos últimos cinquenta anos.
Uma grande invasão em Israel, nunca vista em décadas, pode prejudicar as ações apoiadas pelos Estados Unidos para criar acordos de segurança regional que podem representar uma ameaça para o desejo dos palestinos de ter um Estado e as ambições do principal apoiador deles, o Irã.
Na madrugada de sábado, os membros do Hamas deram início a um ataque, disparando uma grande quantidade de foguetes contra a região sul de Israel. A intenção era fornecer apoio a um grupo multifacetado de invasores que estavam adentrando em Israel de Gaza, uma estreita faixa de terra onde 2,3 milhões de palestinos residem. Este ataque não tem precedentes.
Os membros do Hamas causaram a morte de, no mínimo, 250 cidadãos israelenses durante os embates do dia, e conseguiram retornar a Gaza com diversos reféns. Como resposta, Israel realizou um dos seus contra-ataques mais terríveis, resultando na morte de mais de 230 moradores de Gaza.
Brasileiro Conta Militares Vestiam Trajes De Israel
No sábado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que eles se vingariam do dia maléfico com grande poder.
Soldados do exército israelense enfrentaram combatentes armados do Hamas durante a noite em algumas partes do sul do país. De acordo com um representante da força militar, por meio das mídias sociais, a situação ainda não havia sido completamente dominada.
A prática de escalada tem origem em um cenário de aumento da violência entre Israel e guerrilheiros palestinos na Cisjordânia, que está sob a ocupação israelense. Nessa região, há uma autoridade palestina que tem poder limitado, enfrentando a oposição do Hamas, que deseja a aniquilação de Israel.
Na Cisjordânia, houve um aumento nos ataques por parte dos israelenses, bem como ataques nas ruas por parte dos palestinos e ataques a aldeias palestinas por colonos judeus. A condição dos palestinos piorou desde que Netanyahu assumiu o governo de extrema direita, e não tem havido progresso em direção à paz nos últimos anos.
Segundo Ismail Haniyeh, líder do Hamas, a ofensiva iniciada em Gaza se alastraria pela Cisjordânia e Jerusalém. Há 16 anos, os moradores de Gaza vivem sob o bloqueio imposto por Israel.
Durante sua fala, Haniyeh enfatizou os perigos que pairam sobre a Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, a perpetuação do bloqueio de Israel contra Gaza e a normalização das relações israelenses com nações da região.
Já alertamos diversas vezes sobre o fato de que os palestinos estão vivendo em condições de refugiados há 75 anos e ainda assim o reconhecimento dos direitos do nosso povo é negado.
Vidros quebrados cercavam os corpos de civis israelitas que estavam espalhados pela cidade de Sderot, ao sul de Israel e próximo a Gaza. Um homem e uma mulher estavam posicionados nos bancos da frente de um carro.
Os cidadãos de Israel, tomados pelo medo, isolaram-se em suas trincheiras e descreveram sua condição durante uma transmissão ao vivo na televisão, através de uma ligação telefônica.
As forças armadas israelenses afirmaram que altos graduados das forças militares estão entre as vítimas fatais ocorridas em batalhas nas proximidades de Gaza.
O escritório de Netanyahu informou que o seu comitê de segurança autorizou ações para aniquilar as habilidades governamentais e bélicas do Hamas e também da Jihad Islâmica, um outro conjunto militar, "por vários anos", o que abrange não somente a privação da energia elétrica, suprimento de combustível, como também a interrupção do fluxo de produtos para Gaza.
O cielo de Gaza ficou iluminado por fumaça negra, flashes em tom de laranja e faíscas causadas pelas explosões. Drones israelenses eram audíveis no ar.
Os indivíduos falecidos e lesionados em Gaza foram levados a centros médicos desabastecidos e congestionados, carentes de recursos e aparelhagens estratégicas. Conforme informações do Ministério da Saúde, houve registro de 232 óbitos e a contagem de contundidos se aproxima dos 1.700.
Biden Apoia Netanyahu
As nações ocidentais, com a liderança dos Estados Unidos, manifestaram sua repulsa ao atentado.
Na sede do governo dos Estados Unidos, presidente Joe Biden apareceu na televisão nacional e declarou que Israel está autorizado a se defender. Ele advertiu firmemente o Irã e outras nações para que não tentem se aproveitar desses ataques para obter vantagens. Biden alertou que o mundo inteiro está observando e que esse não é um momento adequado para qualquer tentativa hostil contra Israel.
Os Estados Unidos estão buscando um acordo para estabelecer uma normalização nas relações entre Israel e a Arábia Saudita, o que é considerado pelos israelitas como o maior reconhecimento árabe conquistado em décadas de busca. No entanto, os palestinos estão apreensivos com a possibilidade de um acordo desse tipo acabar com suas esperanças de ter um Estado independente.
Em uma entrevista à Reuters, Osama Hamdan, chefe do Hamas no Líbano, afirmou que a ação ocorrida no sábado tinham a intenção de conscientizar os países árabes de que ceder às necessidades de segurança impostas por Israel não resultaria em paz.
Houve protestos em todo o Oriente Médio em apoio ao Hamas, onde manifestantes agitavam bandeiras palestinas e incendiavam bandeiras israelenses e norte-americanas no Iraque, Líbano, Síria e Iêmen. O ataque do Hamas recebeu elogios do Hezbollah e do Irã, que são aliados do Irã no Líbano.
Em uma entrevista à Al Jazeera, Saleh al-Arouri, vice-líder do Hamas, afirmou que a organização possui um elevado número de prisioneiros de nacionalidade israelense, incluindo indivíduos de alto escalão. Destacou, ainda, que o Hamas dispõe de uma quantidade significativa de detentos capazes de barganhar a libertação dos palestinos que se encontram sob custodia israelense.
O Hamas afirmou que o ataque foi desencadeado pela intensificação de investidas de Israel contra os palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém, bem como pela opressão sofrida pelos detidos palestinos nas celas israelenses.
Israel foi pego de surpresa e isso foi considerado um dos maiores fracassos de inteligência de toda sua história. Isso chocou um país que se gaba de operações de espionagem e vigilância intensas sobre militantes.
Mísseis lançados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado, dia 7.
Foram lançados foguetes por combatentes palestinos em reação aos bombardeios israelenses realizados durante uma incursão militar em Gaza.
No último sábado (7), ocorreu um evento lamentável em que militantes palestinos do Hamas lançaram foguetes provenientes de Gaza, resultando em prejuízos materiais significativos.
Indivíduos esforçam-se para extinguir chamas em veículos após um ataque com projéteis provenientes de Gaza neste sábado (7).
Os bombeiros em Israel estão trabalhando incansavelmente para apagar incêndios em veículos, causados por bombardeios de foguetes vindos da Faixa de Gaza.
A mídia registra imagens de uma ambulância danificada durante um ataque perpetrado pelas forças militares israelenses, no momento em que os embates entre as facções palestinas e as tropas israelenses persistem em Khan Yunis, Gaza.
Ocorreram prejuízos decorrentes de um ataque de foguetes vindos de Gaza. Sem aviso prévio, combatentes palestinos em Gaza dispararam várias dezenas de foguetes em direção a objetivos israelenses na manhã deste sábado (7).
Agentes policiais de Israel se resguardam junto a uma barreira diante dos assaltos com projéteis que vêm de Gaza.
Militares israelenses percorrem os arredores de uma residência devastada por um ataque com foguete oriundo da Faixa de Gaza.
Soldados de Israel se envolvem em conflito com indivíduos palestinos próximo à divisa que separa Israel e Gaza, localizada em Sderot, território israelense.
Os palestinos apreenderam um veículo militar de Israel enquanto os embates entre grupos palestinos e as forças israelenses prosseguem em Gaza.
Ativistas empunham a bandeira da Palestina ao destruir um veículo militar das tropas israelenses em Gaza.
Militantes palestinos que pertencem às Brigadas Ezz Al-Din Al Qassam, a fração armada do Hamas, incendiaram tanques do exército israelense nas proximidades da Faixa de Gaza.
Moradores da região de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia, travam embates com as tropas israelenses, atuando na queima de pneus de veículos e obstrução de ruas.
Indivíduos analisam a origem da devastação ocasionada pelos bombardeios provenientes de Israel na localidade de Gaza.
Autoridades israelenses relataram que militantes palestinos deram início a uma "investida" contra Israel, tendo conseguido se infiltrar nas proximidades por meio da Faixa de Gaza Bloqueada, utilizando os meios aéreo, aquático e terrestre.
Uma reportagem foi produzida em Jerusalém por Maayan Lubell, em Gaza por Nidal al-Mughrabi, e em Sderot por Ammar Anwar. Além disso, Henriette Chacar, Emily Rose, Dan Williams em Jerusalém e Ali Sawafta em Ramallah contribuíram com informações. O texto foi escrito por Patricia Zengerle e Robert Birsel e editado por Lisa Shumaker e William Mallard.
