Massa inverteu os papéis e desconstruiu Milei no debate argentino
Aconteceu conforme o esperado. Foi observado um candidato indeciso, que reiterava clichês, prestes a perder o controle. Colocado em xeque por Massa como se estivesse em uma entrevista, Milei não pôde justificar como eliminará o Banco Central, tornará a economia argentina dolarizada ou colocará tarifas na educação pública.
O que ocorreu foi um papelão invertido.
Durante o debate, o ministro da Economia não se viu obrigado a justificar os alarmantes sinais da economia da Argentina. Pelo contrário, ele utilizou a dinâmica do evento para desafiar as supostas soluções milagrosas propostas por seu oponente. Encurralado, Milei não teve alternativa senão repudiar Massa, acusando-o de pertencer a uma administração corrupta e farsante.
No âmbito das percepções, parafraseando a linguagem do boxe, foi uma derrota evidente. Um indivíduo se expressou como mandatário e o outro somente como um especialista em televisão, sem nenhum coesão e com incerteza, ficando até mesmo sem o que falar no tópico de segurança, de acordo com a avaliação do repórter Eduardo Aliverti do jornal "Página 12".
Durante a discussão sobre segurança, Milei não conseguiu esclarecer suas ideias e acabou passando a vez para Massa. O candidato peronista apontou que quando não se tem conhecimento suficiente sobre um assunto, não há nada a acrescentar à conversa.
Quando solicitava o voto, Milei fez um apelo aos eleitores para que não se sintam amedrontados ao votar, o que sugere que a tática de Massa de desacreditá-lo durante o debate obteve sucesso.
No entanto, essa situação não lhe confere uma vantagem clara na próxima rodada, que ocorrerá no domingo. Baseando-se em uma análise de 13 pesquisas compiladas pelo jornal "Clarín", constata-se que o candidato adversário está liderando o peronista em pelo menos nove delas, com uma diferença média de três pontos.
Os indivíduos vying para a posição mais alta na Argentina estão adaptando seus pronunciamentos antes da segunda rodada de votações.
