TRE reabre julgamento que pode cassar mandato de Moro
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) situado no Paraná deu início há pouco tempo à terceira sessão, a fim de julgar os processos que poderão resultar na retirada do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), antigo juiz da Operação Lava Jato.
Na quarta-feira (3), a análise do caso foi interrompida porque a desembargadora Claudia Cristina Cristofani pediu vista dos processos, requisitando mais tempo para avaliar as informações e suspendendo, assim, o julgamento da questão.
Até agora, o veredicto está empatado em um para um. Em precedentes audiências, o juiz Luciano Carrasco Falavinha Souza votou de modo desfavorável à cassação, enquanto o juiz José Rodrigo Sade se posicionou a favor da ação.
Estão em pauta no tribunal dois processos nos quais o PT, o PL e o MPE acusam Moro de ter praticado abuso de poder econômico, alegando que ele efetuou despesas irregulares durante o período de pré-campanha das eleições de 2022.
No fim de 2021, Moro se filiou ao Podemos e iniciou a pré-campanha para a Presidência da República. Consta na acusação que houve favorecimento indevido aos outros candidatos ao Senado, pois houve investimentos financeiros expressivos antes do afastamento de Moro da legenda e sua candidatura ao Senado pela União.
De acordo com o Ministério Público, cerca de R$ 2 milhões foram utilizados do Fundo Partidário para custear a cerimônia de filiação de Moro ao Podemos, produção de vídeos para autopromoção e serviços de consultoria para fins eleitorais. O Partido Liberal denunciou possíveis despesas ilegais que totalizariam R$ 7 milhões, enquanto o Partido dos Trabalhadores apontou um montante de R$ 21 milhões.
Nas primeiras audiências, a equipe de defesa de Moro argumentou a favor da continuidade do mandato e rejeitou quaisquer acusações de irregularidades durante sua pré-campanha. Conforme afirmado pelo advogado Gustavo Guedes, as alegações de que Moro teria se beneficiado de uma campanha prévia mais intensa para sua eleição no Paraná são infundadas.