Coreia do Sul suspende licenças de médicos estagiários em greve

Coreia do Sul

Cerca de 9 mil médicos internos terão suas licenças revogadas por três meses devido ao fato de terem aderido ao movimento de greve em oposição à reforma no setor. No país em questão, é proibido que médicos exerçam greve.

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Foto Observador

. Durante uma coletiva de imprensa, Park Min-soo instou os aprendizes a voltarem a suas atividades e assegurou aos profissionais de saúde que interrompam a paralisação.

. Durante uma coletiva de imprensa, Park Min-soo instou os aprendizes a voltarem a suas atividades e assegurou aos profissionais de saúde que interrompam a paralisação.

A administração da Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira que irá iniciar na próxima semana a anulação das autorizações dos médicos em formação que estão em greve há mais de um mês em sinal de protesto contra a reforma do setor.

O ministro suplente da Saúde da Coreia do Sul afirmou que os processos burocráticos para suspender as licenças de determinados médicos recém-formados que pediram demissão devem ser finalizados na semana seguinte. Ao todo, mais de nove mil jovens médicos estão sob investigação.

Essa decisão pode ocasionar um atraso adicional de mais de um ano no andamento da especialização e de qualquer outro treinamento subsequente na carreira médica, pois os registros da medida disciplinar e suas razões serão arquivados nos processos dos médicos.

Durante uma coletiva de imprensa, Park Min-soo solicitou que os estagiários retornem às suas atividades de trabalho e se comprometeu com os médicos em relação a finalizar os procedimentos de suspensão com uma punição menos rigorosa, para que eles possam encerrar a greve.

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Park lembrou que os grevistas estão desafiando a determinação do governo de retornar ao trabalho até o dia 29 de fevereiro. Conforme estabelecido pela legislação sul-coreana, os médicos são considerados profissionais essenciais e não são permitidas greves por parte desta categoria.

As autoridades sul-coreanas estão empenhadas em negociar com os médicos residentes em greve há 10 dias. Está prevista uma ampla manifestação no dia 3 de março.

Cerca de 70% (8.945) dos 13 mil médicos residentes no Brasil apresentaram suas renúncias em mais de cem hospitais universitários no dia 20 de fevereiro, como forma de protesto contra a reforma que prevê o aumento da quantidade de formandos em medicina de 3.000 para 5.000 por ano.

A paralisação afetou o funcionamento dos centros médicos na Coreia do Sul, ocasionando o desmarque de procedimentos vitais, como cirurgias e terapias químicas e radiológicas para pessoas com câncer.

Diversas organizações da Coreia do Sul reportaram na terça-feira as desafiantes circunstâncias enfrentadas por doentes portadores de enfermidades graves, raras e crônicas, em razão da greve.

A Coreia do Sul anunciou uma situação de emergência crítica na área da saúde, em decorrência da greve dos residentes.

No último sábado, especialistas em medicina experientes da Coreia do Sul asseguraram que deixarão seus cargos a partir do dia 25 de março para apoiar os aprendizes, porém, garantiram que o atendimento aos enfermos nos hospitais continuará em andamento.

No dia 3 de março, por volta de 30 mil médicos (ou segundo a polícia local, 15 mil) se reuniram para uma manifestação em Seul. Apesar da resistência, o governo sul-coreano anunciou na quarta-feira que seguirá com a reforma.

O ministro da Educação, Lee Ju-ho, anunciou em uma coletiva de imprensa que mais de 80% das novas posições de médico serão destinadas a universidades localizadas fora da cidade de Seul. De acordo com a vontade do governo em aumentar o número de médicos nas áreas rurais.

O Governo avalia como prioritário ampliar o contingente médico em uma nação onde, em decorrência da reduzida taxa de natalidade, quase 50% da coletividade terá ultrapassado os 65 anos de idade em 2070.

O projeto encontra resistência entre os médicos, os quais julgam que a ampliação do contingente discente nas instituições de ensino médico acarretará no revés do padrão dos futuros médicos e, por consequência, virá a fragilizar a qualidade da assistência à saúde.

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