Hezbollah atinge bases militares de Israel em resposta a assassinato de seu comandante por Netanyahu

26 dias voltar
Israel

Foto exibe parte de instalação militar em Israel atingida por drone do grupo Hezbollah (imagem retirada de vídeo divulgado pelo jornal Times of Israel)

Israel viola o espaço aéreo do Líbano e ataca o sul do país com 100 caças, porém não consegue impedir que as bases de Galilot e Ein Shemya sejam atingidas pelos drones da Resistência Libanesa, de acordo com o secretário-geral do Hezbollah, Sayed Nasrallah.

A liderança do braço armado da Resistência Libanesa, conhecido como Hezbollah, reagiu à agressão israelense ocorrida em 30 de junho. Sob ordens de Netanyahu, aviões de combate israelenses atacaram o sul de Beirute e mataram o segundo no comando do Hezbollah, Fuad Shukr, além de civis inocentes.

No domingo (25), houve uma operação de retaliação, na qual os drones atingiram as instalações de Galilot e Ein Shemya, como revelado pelo líder do Hezbollah, Sayed Nasrallah.

"Nós definimos os princípios básicos de nossa resposta, assegurando que os alvos não seriam civis ou infraestrutura do inimigo, mas sim bases militares vinculadas diretamente à operação de assassinato de Fuad Shukr", disse Nasrallah.

Foram confirmados como alvos os locais de Galilot (uma central de espionagem que abriga a Unidade 8.200, localizada a 110 km ao sul da fronteira do Líbano e apenas a 1.500 metros de Tel Aviv) e a base aérea de Ein Shemya, de onde decolam caças para realizar ataques no Líbano. Ein Shemya está situada a 75 km da fronteira do Líbano e a 40 km de Tel Aviv.

"A Resistência elaborou um plano para disparar 300 foguetes Katyusha, quantidade considerada adequada para superar o Domo de Ferro (dispositivo de defesa dos Estados Unidos localizado em Israel) e seus mísseis interceptores por alguns minutos, possibilitando que os drones destinados às bases militares continuassem sua rota", explicou o líder do Líbano.

De acordo com ele, Israel tentou atingir as bases de lançamento do Hezbollah, quando percebeu a movimentação, porém sem êxito. Ele descreveu o ataque como "preventivo", mas admitiu que foi um fracasso em termos de inteligência e em atingir suas plataformas. Ele destacou que 340 foguetes foram lançados às 5:15 da madrugada, e todos os locais de lançamento de drones foram utilizados, sem nenhum deles ter sido atingido antes ou depois da operação.

De acordo com Nasrallah, foi estabelecido no plano que a retaliação ocorreria 40 dias depois do assassinato, na expectativa de que as negociações em andamento resultassem em um acordo de paz e na interrupção do massacre dos palestinos que viviam na Faixa de Gaza.

Ele ressaltou que, caso tenha havido qualquer tipo de prejuízo nas cidades de Naharya ou Acre, isso se deu devido aos mísseis de defesa israelenses.

O líder do Hezbollah também contestou a versão de Israel, chamando-a de "repleta de inverdades": "O que o inimigo afirma, de que possuíam mísseis balísticos prontos para atacar Tel Aviv, é mentira".

Sobre o impacto da represália em relação ao assassinato de Fuad Shukr, tudo vai depender de Israel assumir sua responsabilidade nisso e se o desfecho for satisfatório, consideramos o processo de resposta como encerrado. Porém, se, ao contrário, não atender às nossas expectativas, nos reservamos o direito de tomar novas medidas no futuro.

Por fim, concluiu que "nossas informações indicam que um grande número de drones - lançados do Vale do Bekaa - atingiu com êxito os dois alvos determinados e, ainda assim, como de praxe, o inimigo mantém esses dados em sigilo".

Ler mais
Notícias semelhantes